Grupo de cerca de 50 colombianos dorme debaixo de viaduto ou em casas no Humaitá e vende pulseiras em Porto Alegre para se manter na cidade
Quem
passa pela Arena do Grêmio, palco da partida desta terça, contra o
Nacional, de Medellín, surpreende-se com a presença de torcedores. Mas,
curiosamente, não é a movimentação de tricolores que chama a atenção. Um
grupo de 50 colombianos viajou de seus país para Porto Alegre, para
ocupar o espaço dedicado ao adversário nas cadeiras do estádio.
Torcedores do Nacional acampam na Arena
antes do jogo contra o Grêmio (Foto: Paula
Menezes/GLOBOESPORTE.COM)
A
turma de estrangeiros chegou ao Brasil de carona. O trajeto, para
alguns, demorou até 25 dias. No roteiro, passagens por Equador, Peru,
Bolívia e Paraguai. Para se manter na capital gaúcha, vendem produtos
como pulseiras confeccionadas por eles. Os ingressos para a partida
foram pagos pelo clube.
Alguns dormem embaixo do viaduto que fica em frente à Arena. Outros conseguiram abrigos em casas do bairro Humaitá.
Alejo
Echavarria, de 28 anos, é um dos que foi hospedado. O torcedor do
Nacional deixou as duas filhas aos cuidados de sua mãe para poder
acompanhar o time. Alejo é integrante da torcida “Los del Sur” e
pretende viajar para seguir a equipe nos demais jogos da Libertadores.
- Não somos Deus, mas estamos em todos os lugares – brinca ele.
torcedores Nacional de Medellín na Arena do
Grêmio (Foto: Paula Menezes)
Perguntado
sobre o ano de 1995, quando o Tricolor bateu o mesmo Nacional na final
da competição continental, Alejo descartou ter qualquer sentimento de
revanche guardado consigo.
- Não nos preocupamos com o adversário. O que importa é o nosso time, nossas cores.
Torcedores do Nacional cantam no entorno da Arena(FotoPaulMenezes/GLOBO
ESPORTE.COM)
Durante
o dia, o grupo divide-se. Parte deles sai para vender os produtos no
centro de Porto Alegre. Outros tentam comercializar no entorno da Arena.
Jhon Dario Diaz, de 20 anos, estava nas ruas próximas ao estádio e
também conversou com o GloboEsporte.com.
Ele avisou à
família que tinha chegado ao seu destino através do Facebook. Longe de
casa, diz sentir saudades da filha Samantha, de três anos. O período de
viagem, no entanto, compensa pelo amor ao Nacional.
- Quando ela crescer, vai entender. Mas é torcedora desde que estava na barriga da mãe – diverte-se.
Os
torcedores afirmam estarem ansiosos para entrarem no interior do
estádio. A recepção em Porto Alegre, garantem eles, agradou. A partida
está marcada para as 22h.
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