Volante de 19 anos lembra infância difícil, promete evitar declarações polêmicas como na época do Bahia e diz: 'Já roí osso para caramba, o futebol para mim é tudo'
Antônio Felipe ainda não era o Feijão quando jogava pelada num
campo de terra batida de Brasilgás, bairro pobre de Salvador. Ao sentar
ao lado
de um amigo, viu a morte de perto quando um homem apareceu e atirou na
cabeça
do colega, que caiu morto aos seus pés. A cena chocou, mas serviu para
mostrar
que o futebol seria o caminho para driblar a violência e ser alguém na
vida. Ainda
como Felipe, ele catou e vendeu latinha para ajudar a família, carregou
muito
botijão de gás para pagar as contas, mas desde pequeno fez da bola sua
grande companheira.
Ele cresceu, passou a calçar 44 aos 12 anos, virou Feijão no Bahia e
apelidou os irmãos – que também tentam a sorte como
jogadores – de Arroz e Macarrão. Hoje, aos 19 anos, ele fez sua estreia
pelo
Flamengo no domingo, diante do Audax, no Maracanã. Assim, começa a
satisfazer a fome de bola e promete segurar a língua para não alimentar
declarações polêmicas como as que deu sobre o Vitória.
- Na minha infância, eu vi de tudo, tudo mesmo. Gente morrendo ao meu lado. Não quero que nenhum garoto passe por isso que já passei na minha vida. Foi um amigo meu, estava jogando bola e, do nada, o cara tinha jurado ele de morte, chegou por trás e deu um tiro na cabeça. Ele caiu no meus pés. Isso foi muito ruim para um moleque que quer crescer na vida como jogador de futebol.
Trabalhei desde pequeno para sustentar minha família e ajudar minha mãe: catando e vendendo latinha, carregando botijão de gás nas costas. Já roí osso para caramba, o futebol para mim é tudo, o Flamengo... Com o futebol, estou colhendo os frutos que Deus me deu – declarou Feijão.
O apelido surgiu pelo apetite do jogador, seu gosto por feijão, ainda nas categorias de base do Bahia, quando era conhecido como Felipe. O goleiro Alison, seu companheiro de clube, foi quem deu a alcunha. Ele adora o apelido.
Ainda criança, aos cinco anos, Feijão driblava os pais para jogar bola. A escolinha do Vitória era mais próxima de onde o menino morava. Mas ele bateu o pé e, mesmo com a ingenuidade infantil, disse para a mãe, dona Altamira, que gostaria de atuar no Bahia. Quando completou nove anos, um olheiro o descobriu, e o levou para a base do clube.
Na
sua saída do Bahia para o Flamengo, Feijão, que dissera ter nojo do
Vitória, voltou a ironizar ao rival, a quem se refere como "vice". Na
chegada ao Rubro-Negro carioca, o volante disse que “aprendeu
a odiar o adversário desde pequeno”.
Mas, com a dimensão que tudo toma no Flamengo, o jogador promete segurar a língua. E garante que se sentiu bem com as cores que lembram as do seu detestado clube baiano:
- Eu sei que se falar aqui...(risos). Sou um cara tranquilo, lá foi coisa de moleque mesmo, de brincar com o vice do maior rival que tinha. Mas não vai mais acontecer isso. Vesti tranquilo (a camisa rubro-negra), um clube com grande estrutura para jogadores aparecerem no cenário nacional. Sei que no Rio tem muito rubro-negro.
Com o contrato de profissional no Bahia e, agora, a nova fase no Flamengo, Feijão já começa a dar melhores condições de vida para a família, que promete desembarcar no Rio em breve:
– Ela tem juízo, como eu também tenho...
Os irmãos, gêmeos bivitelinos, ganharam o apelido de Arroz e Macarrão. A dupla ainda tenta a sorte em algum clube de Salvador. Assim, depois de roer o osso, o cardápio da família estará completo.
O aperitivo de Feijão aconteceu diante do Audax, quando ele entrou nos minutos finais e ouviu a torcida presente ao Maracanã gritar seu nome, ou melhor, seu apelido:
- Espero dar alegrias para a torcida do Flamengo. Jogar no Maracanã com a maior torcida do Brasil é especial demais.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2014/01/contos-do-feijao-morte-vista-de-perto-e-sonho-de-uma-vida-melhor-no-fla.html
- Na minha infância, eu vi de tudo, tudo mesmo. Gente morrendo ao meu lado. Não quero que nenhum garoto passe por isso que já passei na minha vida. Foi um amigo meu, estava jogando bola e, do nada, o cara tinha jurado ele de morte, chegou por trás e deu um tiro na cabeça. Ele caiu no meus pés. Isso foi muito ruim para um moleque que quer crescer na vida como jogador de futebol.
Trabalhei desde pequeno para sustentar minha família e ajudar minha mãe: catando e vendendo latinha, carregando botijão de gás nas costas. Já roí osso para caramba, o futebol para mim é tudo, o Flamengo... Com o futebol, estou colhendo os frutos que Deus me deu – declarou Feijão.
Cenas:
Feijão na sua casa humilde
em Salvador, dona Altamira com
as medalhas
do filho, a apresentação
no Flamengo, a família - com os
irmãos Arroz e
Macarrão - reunida,
a assinatura do contrato e primeiro
treino no
Rubro-Negro.
O apelido surgiu pelo apetite do jogador, seu gosto por feijão, ainda nas categorias de base do Bahia, quando era conhecido como Felipe. O goleiro Alison, seu companheiro de clube, foi quem deu a alcunha. Ele adora o apelido.
Ainda criança, aos cinco anos, Feijão driblava os pais para jogar bola. A escolinha do Vitória era mais próxima de onde o menino morava. Mas ele bateu o pé e, mesmo com a ingenuidade infantil, disse para a mãe, dona Altamira, que gostaria de atuar no Bahia. Quando completou nove anos, um olheiro o descobriu, e o levou para a base do clube.
Sou um cara tranquilo, lá foi coisa de moleque mesmo, de brincar com o vice do maior rival que tinha
Feijão sobre provocações ao Vitória
Mas, com a dimensão que tudo toma no Flamengo, o jogador promete segurar a língua. E garante que se sentiu bem com as cores que lembram as do seu detestado clube baiano:
- Eu sei que se falar aqui...(risos). Sou um cara tranquilo, lá foi coisa de moleque mesmo, de brincar com o vice do maior rival que tinha. Mas não vai mais acontecer isso. Vesti tranquilo (a camisa rubro-negra), um clube com grande estrutura para jogadores aparecerem no cenário nacional. Sei que no Rio tem muito rubro-negro.
Vida melhor para a
família
Feijão sempre conviveu com as dificuldades de uma
infância pobre e as superou, mas aprendeu desde cedo a batalhar para vencer pelos caminhos
do bem. O pai é dono de um bar no térreo da casa onde viveu. Dona Altamira, a
mãe, ajudou a custear as viagens do filho quando ainda começava no futebol vendendo
balas, cerveja, entre outras coisas no ponto de ônibus. Com o contrato de profissional no Bahia e, agora, a nova fase no Flamengo, Feijão já começa a dar melhores condições de vida para a família, que promete desembarcar no Rio em breve:
- Fiz um bom contrato lá no Bahia, dei uma casa para minha
mãe, espero dar uma vida ainda melhor. Para mim, vida melhor é estar jogando. Está
todo mundo vindo para o Rio nessa semana para conhecer. Quando soube da notícia
que vinha para o Flamengo, fiquei muito feliz, time de grande expressão, ganhou
muitos títulos, tem a maior torcida do Brasil. Espero fazer parte dessa
história. Entrar com força e realizar um sonho meu desde pequeno.
No cardápio: Arroz e
Macarrão, os apelidos dos irmãos
Os empresários de Feijão acertam detalhes para que o jogador
alugue um apartamento. Em breve, a namorada do volante vem para morar com ele,
que brinca:– Ela tem juízo, como eu também tenho...
Os irmãos, gêmeos bivitelinos, ganharam o apelido de Arroz e Macarrão. A dupla ainda tenta a sorte em algum clube de Salvador. Assim, depois de roer o osso, o cardápio da família estará completo.
O aperitivo de Feijão aconteceu diante do Audax, quando ele entrou nos minutos finais e ouviu a torcida presente ao Maracanã gritar seu nome, ou melhor, seu apelido:
- Espero dar alegrias para a torcida do Flamengo. Jogar no Maracanã com a maior torcida do Brasil é especial demais.
Tudo OK: Feijão espera ajudar o Flamengo e
sua família com o futebol (Foto: Janir Junior)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2014/01/contos-do-feijao-morte-vista-de-perto-e-sonho-de-uma-vida-melhor-no-fla.html
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