sábado, 30 de novembro de 2013

Algoz do Timão, Christian quer Inter longe do Z-4: 'Que se livre do risco'

Ex-centroavante marcou três gols em 1997 no Pacaembu e está na torcida para ver Colorado superar rival: 'Não podemos deixar para a última rodada'

Por Porto Alegre

Chega de sofrer. É o momento de vencer o Corinthians para acabar com qualquer hipótese de rebaixamento. O pensamento de todos os colorados não é diferente de um torcedor ilustre: Christian. E, diante de um rival que marcou o início de sua trajetória de sucesso no Inter, ele espera que os problemas de 2013 do time se encerrem.

O ex-centroavante, ídolo colorado do final dos anos 90, não esconde a apreensão com o momento delicado da equipe. Tem dificuldades para entender como um grupo recheado de nomes como D’Alessandro, Diego Forlán, Leandro Damião, Scocco, Alex, Kleber, Gabriel, Juan, entre outros, esteja a duas rodadas do término do Brasileirão a perigo.

- Não tem explicação como um grupo desses tenha uma campanha assim. Tem time infinitamente inferior que fez mais. Há algo que precisa ser corrigido. Não quero isso como torcedor. Vou ficar na torcida por uma vitória e um bom jogo que nos livre do risco. Não podemos deixar para a última rodada.

Christian Márcio Corrêa preparador físico Criciúma (Foto: João Lucas Cardoso) 
Christian não quer deixar decisão para a última rodada 
(Foto: João Lucas Cardoso)
 
O "Jesus Christian", como era chamado pelos colorados, acredita que o Inter precise se fechar mais. Os episódios recentes no vestiário, com a discussão no Serra Dourada e a crítica de Willians a Clemer, reforçam essa ideia. E o ex-jogador entende que é preciso retomar a sincronia de anos como o 1997, quando despontou, e o de 2006, ano das principais conquistas (Libertadores e Mundial), para reencontrar o caminho das glórias:

- O maior adversário do Inter não é torcida, campo, adversário. É o próprio Inter. Quando encontrar o equilíbrio, todo mundo se ajudar, sem vaidade, não que tenha hoje. Em 2006, 97, sempre tinha união, além da qualidade.

O maior adversário do Inter não é torcida, campo, adversário. É o próprio Inter"
Christian
 
O ano de 97, aliás, foi o principal de Christian. Foi lá que ele virou o grande nome do Colorado. E o adversário deste sábado, o Corinthians, quem pavimentou essa caminhada de sucesso. No dia 6 de julho, os gaúchos, treinados por Celso Roth, começavam o Brasileirão. E, no mesmo palco da partida deste sábado, não tomaram conhecimento do Timão e de sua Fiel torcida.

Com um show do centroavante, o Inter fez 3 a 1. Os gols? Todos de Christian. Para o centroavante, aquela atuação foi um marco em sua carreira:

- O jogo com o Corinthians é um dos três mais importantes da minha carreira. Esse, o Gre-Nal (primeiro da final do Gauchão, empate em 1 a 1, quando fez o gol colorado), e o primeiro pela Seleção. Foi muito especial, transformou minha vida. Foi ali que eu dei o salto.

Christian passou pelo "vestibular de centroavantes", que ainda contava com Washington, Robson e Alberto. Antes do jogo, o ex-jogador teve uma conversa com Roth. E a confiança passada deu tranquilidade para mostrar seu faro de gols:

- Foi meu primeiro Brasileiro como titular, e fiz três gols no Pacaembu. O Celso conversou comigo e me falou que eu jogaria. Eu fui para a partida e não saí mais. Era meu jogo de vida ou morte, precisava dar a vida. Ainda era muito novo, com toda vontade. Ali foi o divisor de águas para mim.

Christian acabou como vice-artilheiro da competição com 23 gols, só atrás de Edmundo, que fez 29. Dezesseis anos depois, ele espera que a partida que o "lançou" para o futebol, garanta o Inter na elite do futebol nacional. A partir das 21h, no Pacaembu, sairá a resposta.

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