Desde revés em Londres, Brasil tenta se reinventar: medalhões deixaram time, líderes surgiram e jovens talentos, como Lucarelli, ganharam espaço
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Nomes consagrados, que naquela ocasião foram referência, como Giba,
Ricardinho, Serginho e Rodrigão deram lugar a novos talentos, como
Lucarelli, Ary, Isac e Maurício Souza. Juntamente a eles, foram
mesclados alguns atletas que já estavam em Londres e se tornaram líderes
por conta de sua rodagem. São os casos de Bruninho e Lucão, ambos com 27 anos, e Leandro Vissotto, com 30, três dos líderes do novo grupo, que vai lutar pelo ouro em 2016, no Rio de Janeiro.- Um ano após Londres, meninas viram 'celebridades', e Zé busca renovação
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- Coadjuvantes se tornam protagonistas com algumas peças que vamos inserir. Essa reformulação é um processo. Vários desses jogadores já estão com a gente desde o último ciclo olímpico. É uma renovação natural após as saídas dos remanescentes da geração campeão olímpica em Atenas - comentou Bernardinho, que já comanda a seleção desde 2001 e é campeão olímpico (2004), tricampeão mundial (2002, 2006 e 2010), octacampeão da Liga Mundial (2001, 2003,2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010), entre outros títulos.
A média de idade da equipe que esteve na capital inglesa era de 31,08 anos. Enquanto isso, o atual elenco que esteve na Liga Mundial e perdeu para a Rússia na final em Mar del Plata, na Argentina, por 3 sets a 0, tem média de 27,68 anos. Jogadores como William Arjona, João Paulo Bravo, Dante, Raphael, Alan e Mário Junior, todos com mais de 30 anos, ainda não têm vaga garantida na seleção que vai estar no Rio 2016. Mesmo assim, Bernardinho deixa claro que a seleção segue com atletas experientes, não apenas novatos, já que, mesmo aqueles que têm menos idade possuem rodagem.
- Temos o Dante, em um momento em que precisamos avaliar se continua ou não, entre outros que ainda vamos ver. Esse "mix" que fizemos, com mudanças importantes, gera pressão. Estamos apenas dando sequência no trabalho. Temos o Lucarelli, que vem bem. Temos a participação do Lucão, que é importante. O Bruno tem ido bem, com entusiasmo, faz muitas defesas. Nenhum desses jogadores está estreando na seleção. Todos já têm uma certa experiência. Mas esperamos ser competitivos novamente - relatou Bernardinho.
Com apenas 21 anos, Lucarelli é referência e foi "espectador" em Londres
Lucarelli é o grande "novo talento" do Brasil (Foto: FIVB)
Em 2010, ele foi campeão sul-americano juvenil pelo país. No ano seguinte, integrou a equipe que ficou em quinto no Campeonato Mundial. Além disso, defendeu o Minas nas temporadas 2011/2012 e 2012/2013 da Superliga masculina de vôlei e se destacou. Em 2012, em Londres, não atuou, mas acompanhou o time para ganhar experiência, apesar de não ter sido inscrito. Na Liga Mundial, foi o maior pontuador do Brasil, com126 pontos, sendo 103 de ataque, 14 de bloqueio e nove de saque. Até o técnico Bernardinho se rendeu ao talento do jogador.
Há quanto tempo não temos um ponteiro com a condição dele?"
Bernardinho
A opinião do comandante do Brasil é a mesma do ex-atleta, ouro em Atenas 2004, Nalbert.
- O Lucarelli esteve com o grupo vice-campeão olímpico em Londres e vai chegar nos Jogos do Rio com 24, 25 anos. O jogador atualmente atinge o auge da maturidade aos 30, mas ele vai chegar em 2016 muito bem e com uma larga experiência por ter vivido todo esse processo de renovação - comentou Nalbert sobre o garoto de 1,85m e 79 kg.
As comparações com Giba, que está sem atuar no momento, mas jogou as Olimpíadas de Londres, têm sido inevitáveis. Os dois possuem grande explosão e são ótimos saltadores. Além disso, a dedicação é outro fator que os aproxima. Mas Lucarelli, sempre como olhar tranquilo e sem ficar deslumbrado com os elogios, prefere manter os pés no chão.
- Acho que sucessor do Giba não vai ter. Giba só existe um na história do vôlei. Eu tento dar o meu melhor para tentar ajudar a equipe, como o Giba ajudou em todos estes anos. E fico muito feliz com a oportunidade de estar jogando na seleção. Sempre foi meu sonho desde pequeno, quando comecei a jogar vôlei. Espero me manter na seleção, vou agarrar com unhas e dentes (a oportunidade), e espero poder dar alegrias para todo mundo - garantiu Lucarelli.
Novos líderes guiam os mais jovens na reformulação do Brasil
Lucão é um dos líderes do Brasil
(Foto: Fabio Motta/Agência Estado)
(Foto: Fabio Motta/Agência Estado)
Aos 27 anos, o levantador Bruninho foi campeão da Superliga masculina de vôlei pelo Rio de Janeiro na atual temporada. Além disso, tem duas pratas nas Olimpíadas, em 2008 e 2012, fora os quatro ouros e duas pratas na Liga Mundial (2006, 2007, 2009, 2010, 2011 e 2013). Filho do técnico Bernardinho, ele aceita bem a função de líder.
- Acho que não só eu, como outros jogadores mais experientes, temos hoje uma responsabilidade um pouco maior. Eu vejo isso do último ciclo, mas é tranquilo. Acho que temos que liderar com exemplos, nos esforçando a cada dia para que os mais novos já entendam essa mentalidade, essa filosofia que os jogadores mais antigos estão tentando mostrar para eles, que é de muito sacrifício, muita dedicação. Acho que é só assim mesmo. Liderando com o exemplo, sem falar muito, e apenas tentando mostrar para eles o caminho - comentou Bruninho, um dos mais festejados pela torcida brasileira sempre que entra em quadra.
Bruninho também tem missão de comandar os mais novos (Foto: FIVB)
É o momento dos novos líderes darem a contribuição"
Leandro Vissotto
O central Éder Carbonera, do Cruzeiro, de 29 anos, destaca, além dos novos líderes, o aumento da força física e, cada vez mais, da altura da seleção.
- O Bernardo sempre tenta chamar os jovens que se destacam nas categorias de base para a seleção adulta muito antes de serem utilizados. Eu, o Lucão e outros jogadores desse grupo, por exemplo, estamos treinando com a seleção principal desde 2007 e agora que estamos tendo realmente chance de jogar. A cada geração a força física e a média de altura da seleção aumenta. Eu, que sempre fui m dos mais altos, já estou começando a me sentir baixinho - concluiu.
Dos chamados novos líderes Bruninho, Lucão, Leandro Vissotto e Éder Carbonera, apenas o último ficou fora de Londres, em 2012. Além dos três primeiros, o elenco enxuto tinha ainda mais nove atletas. Dentre eles, os medalhões Ricardinho, de 37 anos, que não joga mais pela seleção brasileira e vai defender o recém-criado Maringá na Superliga; Murilo Endres, que acertou a volta para o Sesi-SP por duas temporadas; Dante, que fechou com o Panthers, do Japão, nesta quinta, mas estava no Rio de Janeiro; o astro Giba, que estava no Drean/Bolívar, da Argentina; Rodrigão, que migrou para a areia depois de jogar no Al-Rayan, do Qatar; e Serginho, do Sesi-SP. Desses atletas, somente Dante e Murilo Endres seguem na reformulada equipe. O último ficou fora da Liga Mundial por conta de uma lesão no ombro que o obrigou a passar por uma cirurgia.
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Fim de uma eraGibaÍcone do voleibol mundial, Giba não faz mais parte do elenco da seleção brasileira. Ao lado de Serginho, Ricardinho e Rodrigão, era um dos medalhões de um ciclo recheado de títulos. O atleta tem 36 anos e seu último clube foi o Drean/Bolívar, da Argentina.
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novos líderesBruninhoCom a saída de 'medalhões', novas lideranças precisaram aparecer. Coube a Bruninho, filho do técnico Bernardinho, passar experiência aos novatos. Ao lado dele, estão Leandro Vissotto, Éder Carbonera e Lucão, com a mesma função na seleção.
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jovens talentosLucarelliNa fase de transição da seleção brasileira de vôlei, jovens talentos não faltam. O principal deles é Ricardo Lucarelli, de apenas 21 anos, que tem sido comparado a Giba por suascaracterísticas em quadra, e é a grande esperança do novo ciclo.
Seleção Brasileira de Vôlei Masculino nas Olimpíadas de Londres 2012
Levantadores:
Bruninho – Rio de Janeiro – 26 anos
Ricardinho - Maringá - 37 anos
Opostos:
Leandro Vissotto – Ural Ufa, da Rússia – 30 anos
Wallace – Cruzeiro – 26 anos
Ponteiros:
Murilo Endres – Sesi-SP – 32 anos
Dante – Panthers, do Japão – 32 anos
Thiago Alves – Rio de Janeiro – 26 anos
Giba – Ex-Drean/Bolívar, da Argentina – 36 anos
Centrais:
Sidão – Sesi-SP – 30 anos
Lucas Saatkamp “Lucão” – Sesi-SP – 27 anos
Rodrigão – Ex-Al-Rayan, do Qatar, atualmente na areia - 34 anos
Líberos:
Serginho – Sesi/SP - 37 anos
Seleção Brasileira de Vôlei Masculino na Liga Mundial 2013
Levantadores:
Bruninho – Rio de Janeiro – 26 anos
William Arjona – Cruzeiro – 33 anos
Murilo Radke – Campinas – 24 anos
Raphael – Trentino, da Itália – 34 anos
Opostos:
Leandro Vissotto – Ural Ufa, da Rússia – 30 anos x
Wallace – Cruzeiro – 26 anos
Théo – Rio de Janeiro – 29 anos
Renan – São Bernardo - 23 anos
Ponteiros:
Rodrigo Lucarelli – Minas – 21 anos
Thiago Alves – Rio de Janeiro – 26 anos
Lipe – Zaksa, da Polônia – 29 anos
João Paulo Bravo – Arkas, da Turquia – 34 anos
Dante – Panthers, do Japão – 32 anos
Ary – Sesi-SP – 22 anos
Maurício Borges – Cruzeiro - 24 anos
Centrais:
Isac – São Bernardo – 22 anos
Éder – Cruzeiro – 29 anos
Sidão – Sesi-SP – 30 anos
Maurício Souza – Minas – 24 anos
Lucas Saatkamp “Lucão” – Sesi-SP – 27 anos
Líberos:
Alan – Campinas – 33 anos
Mário Jr. – Rio de Janeiro – 31 anos
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2013/08/um-ano-apos-prata-volei-masculino-da-adeus-era-giba-e-vive-transicao.html
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