Estrelas da natação australiana, Cate e Bronte Campbell são adversárias em Barcelona. Curiosidades envolvem a história da dupla nascida no Malawi
Eric e Jenny Campbell só queriam garantir a inclusão social das filhas
mais velhas na nova cidade, quando decidiram colocá-las em uma escolinha
de natação em Brisbane. Os pais de Cate e Bronte nasceram na Austrália,
mas viveram anos na pequena cidade de Blantyre, no Malawi. A piscina ao
lado da casa passou a ser a "zona de conforto" das meninas, que estavam
acostumadas com uma infância silenciosa nadando às margens do Lago
Malawi. A relação com a água foi tornando-se mais intensa, enquanto a
cultura local já nem parecia tão diferente assim. Em pouco tempo,
estavam não só defendendo as cores azul, vermelha e branca em
competições internacionais como também fazendo história com elas. Em
Londres 2012, tornarem-se as primeiras irmãs do país a se classificar
para uma mesma disputa: os 50m livre. No Mundial de Barcelona, aos 21 e
19 anos, mais uma vez são os destaques da seleção feminina australiana. A
curiosa história e o talento das duas já seriam suficientes para atrair
holofotes. Mas a dupla também chama atenção pelo jeito autêntico. Um
porco de estimação, um contrato com o pai para ele não falar besteira na
imprensa e uma alimentação regada a ovo e atum são algumas das
peculiaridades das estrelas.
Marinheiro, o pai australiano foi transferido com a esposa Jenny,
ex-atleta de nado sincronizado, para a tranquila cidade de Blantyre,
onde tiveram seus cinco filhos. Na infância, Cate e Bronte, as duas mais
velhas, estudavam em casa e brincavam no quintal. Mas também tinham
responsabilidades, como cuidar e limpar os cercados das galinhas. Nos
fins de semana, a família costumava nadar no Lago Malawi, onde as
crianças desde cedo aprendiam a ficar alertas a um possível desagradável
encontro com um hipopótamo. Quando a primogênita fez nove anos, porém,
Eric e Jenny resolveram voltar ao seu país de origem na expectativa de
garantir um futuro melhor para os filhos.
Ao chegar na cidade australiana, seus pais inscreveram Cate e Bronte em
uma escolinha de natação perto de casa. O objetivo era apenas ajudar na
adaptação das meninas, dando-as a chance de fazer novas amizades. Deu
certo. Até mais do que a família poderia sonhar. Com apenas 16 anos,
Cate, que ao chegar em Brisbane ficava espantada com os sinais de
trânsito, conquistou suas duas primeiras medalhas olímpicas, dois
bronzes (50m livre e 4x100m livre), nos Jogos de Pequim 2008. Nessa
época, Bronte também começava a se destacar nas mesmas provas da irmã.
Anos mais tarde, o pai revelou em uma entrevista que as filhas sempre
tiveram, desde a infância, uma grande rivalidade.
Uma foi puxando a outra, e as duas foram evoluindo. Até que, em Londres 2012, seus pais realizaram o sonho de ver as filhas mais velhas disputando juntas os Jogos Olímpicos. Foi a primeira vez que a Austrália classificou duas irmãs para uma mesma prova, os 50m livre. No geral, contando todos os países, a última vez que isso aconteceu antes foi em Munique 1972. Cate, a mais alta da dupla com 1,86m, ainda deixou a competição com a medalha de ouro, do 4x100m livre, pendurada no pescoço. E as duas chegaram às semifinais dos 50m livre.
No Mundial de Barcelona, a dupla ampliou a "parceria". As australianas
se classificaram para disputar três provas juntas. Em uma delas, unidas.
Nas outras duas, como adversárias. Logo no primeiro dia de competição
sentiram o gostinho de dividir o mesmo espaço no pódio do Palau Sant
Jordi, com a prata no 4x100m livre. Nos 100m livre, as duas foram até as
semis, mas só Cate avançou e ainda conquistou a medalha de ouro. Para a
despedida dos sonhos, elas planejam um reencontro na entrega das
medalhas dos 50m livre, no domingo, último dia de competição.
- É realmente muito interessante ter a minha irmã como adversária. A gente treina junto, então sei exatamente do que ela é capaz, o que às vezes é assustador. Mas é bom. Ela me dá um suporte - disse Bronte, em Barcelona.
Adversárias dentro da piscina e amigas fora dela, as irmãs Campbell
compartilham muito mais do que o amor pela natação. As duas têm os
mesmos gostos e uma rotina regrada, que inclue a ajudar nos cuidados com
o irmão Hamish, que é portador de uma doença mental. São fãs de
ginástica artística e de saltos ornamentais, têm uma dieta
exageradamente rica em proteínas, com muito atum e ovo, e têm um porco
como "animalzinho" de estimação. Sim, um porco. Na verdade, uma porca.
Chamanda pelas nadadoras de Pimenta.
- É verdade. Nós temos um porco de estimação. Ela é muito, muito fofa. E não liga quando a gente vem para uma competição. É bom. É como um cachorro, mas muito mais cabeça dura. Ela fica no quintal. É suja para ficar dentro de casa - contou Brote, que, ao lado de sua irmã, costuma levar a Pimenta para passear presa em uma coleira.
As peculiaridades das irmãs não param por aí. Depois que a dupla ficou famosa, na época da Olimpíadas de Londres, o pai deu várias entrevistas. Em algumas, exagerou nos comentários e nas revelações sobre as intimidades da família. Acabou levando um cartão vermelho das filhas. Bronte escreveu um contrato que dizia: "Não vou constranger as minhas filhas em rede nacional". Ele teve de assinar, e o "documento" até hoje é guardado a sete chaves como garantia.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/mundial-de-esportes-aquaticos/noticia/2013/08/irmas-australianas-dividem-porco-de-estimacao-e-paixao-pela-velocidade.html
Cate e Bronte Campbell no Campeonato Australiano este ano (Foto: Getty Images)
Irmãs ficam na torcida após nadar a final do 4x100m livre (Foto: Getty Images)
Uma foi puxando a outra, e as duas foram evoluindo. Até que, em Londres 2012, seus pais realizaram o sonho de ver as filhas mais velhas disputando juntas os Jogos Olímpicos. Foi a primeira vez que a Austrália classificou duas irmãs para uma mesma prova, os 50m livre. No geral, contando todos os países, a última vez que isso aconteceu antes foi em Munique 1972. Cate, a mais alta da dupla com 1,86m, ainda deixou a competição com a medalha de ouro, do 4x100m livre, pendurada no pescoço. E as duas chegaram às semifinais dos 50m livre.
Bronte e Cate sobrem ao pódio do Mundial de Barcelona juntas (Foto: Getty Images)
- É realmente muito interessante ter a minha irmã como adversária. A gente treina junto, então sei exatamente do que ela é capaz, o que às vezes é assustador. Mas é bom. Ela me dá um suporte - disse Bronte, em Barcelona.
Cate e Bronte Campbell tem uma porquinha de estimação (Foto: Instagram)
- É verdade. Nós temos um porco de estimação. Ela é muito, muito fofa. E não liga quando a gente vem para uma competição. É bom. É como um cachorro, mas muito mais cabeça dura. Ela fica no quintal. É suja para ficar dentro de casa - contou Brote, que, ao lado de sua irmã, costuma levar a Pimenta para passear presa em uma coleira.
As peculiaridades das irmãs não param por aí. Depois que a dupla ficou famosa, na época da Olimpíadas de Londres, o pai deu várias entrevistas. Em algumas, exagerou nos comentários e nas revelações sobre as intimidades da família. Acabou levando um cartão vermelho das filhas. Bronte escreveu um contrato que dizia: "Não vou constranger as minhas filhas em rede nacional". Ele teve de assinar, e o "documento" até hoje é guardado a sete chaves como garantia.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/mundial-de-esportes-aquaticos/noticia/2013/08/irmas-australianas-dividem-porco-de-estimacao-e-paixao-pela-velocidade.html
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