Líderes do ranking nacional se recuperam após derrota nas semis, batem Shyalyn e Karin no tie-break e encerram parceria de nove anos no pódio
- Missão cumprida. A gente merecia isso, depois de tanta luta, tantos jogos, tantos torneios. Essa vitória tem um gostinho especial, de despedida. Minha família está toda ali, as pessoas vieram torcer. Eu tinha que ser forte. Foi isso que eu escolhi. Agora é hora. Paro feliz, contente.
Larissa e Juliana vencem na despedida da dupla (Foto: Divulgação / CBV)
- Das broncas, não vou sentir saudade não - brincou - Queria agradecer a você em rede nacional.
- São poucos momentos de tristeza e muitos de alegria. Tudo que o vôlei me deu foi junto com você. Onde estiver, vou estar torcendo - garantiu.
Ainda neste domingo, Lili/Rebecca e Maria Clara/Carol Solberg disputam o primeiro lugar feminino na arena montada na Praia de Copacabana. Em seguida, Pedro Solberg/Bruno Schmidt tenta o terceiro título seguido diante de Moisés/Oscar, parceria montada às pressas para a etapa.
Juliana e Larissa sustentaram uma invencibilidade de 25 jogos até caírem diante de Carol e Maria Clara, ainda na fase classificatória carioca. Em segundo lugar no Grupo A, avançaram às quartas e bateram Ângela e Neide em sets diretos. Mas, nas semifinais, sofreram a primeira derrota em seis confrontos com Lili e Rebecca. Viram cair por terra a chance de terminar a parceria com 100% de aproveitamento no circuito do qual são pentacampeãs. Larissa, que venceu ao lado de Vivian em 2008, tem seis títulos na competição. Na galeria de troféus, a capixaba ostenta ainda o bronze olímpico dos Jogos de Londres, dois ouros em um bronze em Pan-Americanos (este último ao lado de Ana Richa, em 2003), quatro medalhas em mundiais, sendo ouro em 2011, e sete títulos do Circuito Mundial.
Mordidas, Juliana e Larissa sobram no início e no tie-break
A derrota inesperada na véspera da despedida mexeu com o orgulho de Juliana e Larissa. Azar de Karin e Shaylyn. As campeãs mundiais entraram na quadra central neste domingo mordidas pela má campanha nas areias cariocas e decidiram soltar o braço. Forçando o saque na sueca Karin, abriram vantagem de cara. Juliana, bem nas diagonais e no bloqueio, fez a parte dela. Larissa, a dona da festa, cumpriu com louvor seu papel no saque e nos levantamentos precisos.
Shaylyn pediu tempo técnico e voltou melhor, mas a reação foi tímida. Karin bloqueou Juliana e virou mais side outs, mas não foi o bastante para conter as favoritas. Com bolas de segunda, Juliana quebrou o sistema defensivo rival. Em bloqueio sobre Shaylyn, a santista fechou o set em 21/15. Série, não acompanhou a coreografia que a torcida faz nos pontos deste fundamento, como é de costume.
No segundo set, Shaylyn apostou no saque mais forte sobre Larissa para reagir e colheu ótimos frutos. Karin melhorou junto à rede, e a dupla abriu 7 a 2. O técnico Reis Castro pediu tempo, mas suas comandadas não corresponderam. Em uma bola de primeira rebatida por Karin no reflexo, o placar chegou a 12 a 6. O script se manteve até a cearense e a sueca chegarem ao set point. Larissa salvou dois, e as rivais pediram tempo. Juliana bloqueou, mas o empate em sets veio em saque para fora da capixaba: 21/16.
O tie-break começou como a primeira parcial. Juliana e Larissa acordaram após o cochilo no set anterior e, na base da pancada, abriram vantagem. Com 4 a 1 para as campeãs mundiais, Shaylyn pediu tempo. Mesmo com Karin virando todas, não adiantou. Juliana apareceu bem no bloqueio e no ataque e segurou a margem necessária para fechar o duelo. Com uma diagonal longa, em cima da linha, Larissa finalmente abriu o sorriso. Sua despedida seria no pódio, no lugar em que sempre esteve ao longo da brilhante carreira: 15/12.
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