domingo, 9 de dezembro de 2012

O torneio oficial da Fifa já passou também pelos Emirados Árabes, em 2009 e 2010, e as duas próximas edições (2013 e 2014) serão no Marrocos.


Mundiais do passado são ignorados pela Fifa e até por seu palco principal


Pôster da decisão de 1999 é única referência de Copa Intercontinental no Estádio Nacional de Tóquio. Campeões não são citados em material atual

Por Cahê Mota Tóquio

Relíquias museu Tóquio Taça Intercontinental (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Cartaz da Taça Intercontinental dá destaque à
decisão de 99 (Cahê Mota / Globoesporte.com)

Uma história ignorada pela Fifa e praticamente esquecida pelo palco de suas maiores glórias. Enquanto Yokohama e Toyota recebem o Mundial de Clubes organizado pela entidade máxima do futebol em sua nona edição, a disputa que antecedeu o modelo atual passa despercebida no Oriente. Casa da Copa Intercontinental, que reunia os campeões europeus e sul-americanos por 22 anos (1980 até 2001), o Estádio Nacional de Tóquio guarda uma única recordação da competição atualmente: um pôster do duelo entre Palmeiras e Manchester United na decisão de 1999.

Disputada entre 1960 e 2004, a Copa Intercontinental foi vencida duas vezes por Santos e São Paulo, além de contar ainda com conquistas de Flamengo e Grêmio. Assim como todos os outros 21 campeões, o quarteto brasileiro ostenta o troféu como Mundial de Clubes, mas a Fifa reluta em validar tal condição. Todo material relacionado ao evento deste ano, por exemplo, inclui apenas os vencedores no modelo atual, que teve edição isolada em 2000, vencida pelo Corinthians, e passou a se tornar anual em 2005.

Disputada em jogos de ida e volta nos primeiros 20 anos, a Copa Intercontinental se mudou para o Japão em 1980, com o Nacional, do Uruguai, se sagrando o primeiro campeão, após vitória por 1 a 0 sobre os ingleses do Nottingham Forrest. A longa trajetória em Tóquio, entretanto, parece não ter cativado os responsáveis pelo museu do Estádio Nacional. Voltado principalmente para recordações olímpicas, o local, que recebeu os Jogos de 1964, conta ainda com referências marcantes de outros eventos realizados no estádio. Uniformes e relíquias de jogadores de beisebol, rúgbi e competidores de atletismo compõem o acervo, que pouco tem de futebol.


Estádio Nacional Tóquio (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Estádio Nacional de Tóquio recebeu as finais da Taça Intercontinental entre 1980 e 2001 (Foto: Cahê Mota)

A parte destinada à modalidade, por sinal, conta até com algumas curiosidades. Um pôster de Maradona em ação diante da Bélgica, na Copa do Mundo de 86, decora o setor, mesmo sem qualquer artigo doado pelo argentino ou até mesmo alguma história de exibição do Pibe no estádio. Além disso, uma foto de um jogador japonês em ação acima de uma bandeira é uma das poucas sem legenda em inglês, dificultando a identificação por parte de estrangeiros.
Zico é ignorado


Relíquias museu Tóquio (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Olimpíadas também são lembradas: Tóquio foi
sede em 1964 (Cahê Mota / Globoesporte.com)

Nem só o que aconteceu no estádio é homenageado no museu, mas também fatos relevantes na história do esporte japonês. E se no Brasil há o senso comum de que Zico foi o grande revolucionário do futebol nipônico, quem é reverenciado por isso no local é o alemão Dettmar Cramer. Bicampeão da Liga dos Campeões da Europa dirigindo o Bayern de Munique na década de 70, ele é apontado como precursor e responsável pela formação da equipe que garantiu ao Japão a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Cidade do México-1968.

O Galinho de Quintino, inclusive, é completamente ignorado, de forma até certo ponto surpreendente. Entre seus feitos, o único que é timidamente lembrado é justamente a vitória por 3 a 0 sobre o Liverpool na decisão da Copa Intercontinental de 1981. O título é citado no cartaz do duelo entre Manchester United e Palmeiras, vencido por 1 a 0 pelos ingleses, em 1999. O pedacinho destinado ao Mundial conta ainda com uma fotografia da partida do Verdão, do momento em que David Beckham se livra da marcação do palmeirense Júnior.

O último campeão no Estádio Nacional de Tóquio foi o Bayern de Munique, que fez 1 a 0 no Boca Juniors na final de 2001. A partir do ano seguinte, após a Copa do Mundo, o evento se mudou para Yokohama, onde permaneceu até 2004.

Em 2000, ano que o Corinthians conquistou o primeiro Mundial organizado pela Fifa, no Brasil, o Boca Juniors venceu o Real Madrid em Tóquio e conquistou a Copa Intercontinental. Somente em 2005 a Fifa voltou a organizar um Mundial e juntou forças com a Toyota, que organizava a Copa Intercontinental, passando a ter apenas um torneio para decidir o campeão do mundo.

O torneio oficial da Fifa já passou também pelos Emirados Árabes, em 2009 e 2010, e as duas próximas edições (2013 e 2014) serão no Marrocos.


Relíquias museu Tóquio foto Beckham (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Imagem de David Beckham contra o Palmeiras é uma das poucas referências à Taça Intercontinental

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