Movido pelo sonho: português cruza o Atlântico para tentar vaga no Circuito
Por Helena Rebello
Rio de Janeiro
O sonho de disputar uma partida do Circuito Brasileiro fez um português
de 32 anos cruzar duas vezes o Oceano Atlântico em menos de um mês.
Formado em medicina, Filipe Soares abandonou o vôlei de praia quando
entrou na universidade mas, no início deste ano, voltou às areias após
oito anos longe e está tentando recuperar o tempo perdido. Parceiro do
brasileiro naturalizado luso Fabrício Barros, o médico-jogador pleiteia
junto à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) uma vaga para competir ao
menos no qualifying do Nacional, torneio classificatório para o Open,
que reúne a elite da modalidade no país.
Filipe formalizou seu desejo de jogar no Brasil primeiro junto à
Federação Portuguesa. Depois, em contato por e-mail e telefone com a
CBV, recebeu diversas negativas, já que o regulamento atual não prevê a
participação de duplas estrangeiras e que seus resultados são pouco
expressivos a nível internacional. Sem desistir, contou com a ajuda da
família para viajar ao Brasil e conversar pessoalmente com o
superintendente de vôlei de praia da entidade, Tadeu Saad. A primeira
parada foi em Curitiba e, agora, o europeu está no Rio de Janeiro
tentando convencer o dirigente.
- Sei que não tenho grandes atributos físicos, mas compenso isto com a técnica que desenvolvi desde miúdo. Não tive grandes resultados desde que voltei a jogar, mas estou melhorando a cada dia e quero muito ter uma oportunidade. É claro que, quando olho para o nível no quadro principal, sei reconhecer que estamos muito longe. Acredito que os campeões em Portugal, se calhar, não passariam aqui da fase de classificação. O voleibol brasileiro é o melhor do mundo e vemos pelos resultados nos últimos anos, além de ter o melhor jogador de todos os tempos, que é o Emanuel – disse Filipe, de começou no vôlei de quadra aos 7 anos e ficou na praia até os 24.
Natural da cidade de Esmoriz, localizada a cerca de 30 quilômetros do
Porto e com pouco mais de 10 mil habitantes, o jogador tem profunda
admiração pelo campeão olímpico. Em Curitiba, esperou por mais de três
horas em pé para entregar a ele um presente. Perguntou se as camisetas
usadas pelo paranaense estavam à venda e ficou surpreso quando o ídolo
disse que poderia dar-lhe uma, se fosse o caso.
No Rio de Janeiro, Filipe está hospedado em um hotel e vem treinando com regularidade com duplas austríacas que estão na cidade. De uma delas, ganhou o uniforme de jogo que usou nesta sexta-feira em mais uma peregrinação para tentar mobilizar Tadeu Saad.
CBV estuda abrir o Circuito para estrangeiros
Apesar das negativas em série ao português, o dirigente admite que há um plano da Confederação para abrir a competição para duplas estrangeiras. A medida está sendo estudada e, se aprovada, entrará em vigor já na próxima temporada.
- Falei que não é o caso dele jogar o Open, mas que esta no nosso
planejamento trazer alguns times realmente de ponta que, por ofício, já
solicitaram não para usar nosso centro de treinamento em Saquarema como
também para fazer parte do Circuito. Em anos passados algumas equipes
participaram, mas acho que precisamos prever isso no regulamento para
limitar o número de equipes e participações. Em anos de Olimpíadas e Pan
acho que esse contato pode ser evitado mas, de modo geral, acredito que
seja muito salutar esse intercâmbio. Isso vai dar uma movimentada no
Circuito e na plateia, além de atrair mídia – explicou.
Atualmente apenas uma estrangeira disputa o Circuito. Nascida em Estocolmo e casada com um brasileiro, a sueca Karin Lundqvist mudou-se para Fortaleza em 2009 e, após tirar a dupla cidadania, passou a competir no Brasil. Desde então, atuou com Camila, Thati, Bruna, Raquel e, agora, é parceira de Shaylyn.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2012/12/movido-pelo-sonho-portugues-cruza-o-atlantico-para-tentar-vaga-no-circuito.html
Filipe Soares na arena de Curitiba: português tenta vaga no Circuito (Foto: Helena Rebello / Globo.com)
- Sei que não tenho grandes atributos físicos, mas compenso isto com a técnica que desenvolvi desde miúdo. Não tive grandes resultados desde que voltei a jogar, mas estou melhorando a cada dia e quero muito ter uma oportunidade. É claro que, quando olho para o nível no quadro principal, sei reconhecer que estamos muito longe. Acredito que os campeões em Portugal, se calhar, não passariam aqui da fase de classificação. O voleibol brasileiro é o melhor do mundo e vemos pelos resultados nos últimos anos, além de ter o melhor jogador de todos os tempos, que é o Emanuel – disse Filipe, de começou no vôlei de quadra aos 7 anos e ficou na praia até os 24.
Filipe posa ao lado do ídolo Emanuel no Rio
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
No Rio de Janeiro, Filipe está hospedado em um hotel e vem treinando com regularidade com duplas austríacas que estão na cidade. De uma delas, ganhou o uniforme de jogo que usou nesta sexta-feira em mais uma peregrinação para tentar mobilizar Tadeu Saad.
CBV estuda abrir o Circuito para estrangeiros
Apesar das negativas em série ao português, o dirigente admite que há um plano da Confederação para abrir a competição para duplas estrangeiras. A medida está sendo estudada e, se aprovada, entrará em vigor já na próxima temporada.
Karin é a única estrangeira no Circuito Brasileiro:
sueca é naturalizada (Foto: Divulgação/CBV)
sueca é naturalizada (Foto: Divulgação/CBV)
Atualmente apenas uma estrangeira disputa o Circuito. Nascida em Estocolmo e casada com um brasileiro, a sueca Karin Lundqvist mudou-se para Fortaleza em 2009 e, após tirar a dupla cidadania, passou a competir no Brasil. Desde então, atuou com Camila, Thati, Bruna, Raquel e, agora, é parceira de Shaylyn.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2012/12/movido-pelo-sonho-portugues-cruza-o-atlantico-para-tentar-vaga-no-circuito.html
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