Ex-número 1 do mundo lembra que Olimpíadas serão próximas a competições em quadra rápida, porém destaca que tenistas brasileiros têm preferência pelo saibro
Quando o assunto no Brasil é tênis, Gustavo Kuerten é uma unanimidade
e suas opiniões são sempre ouvidas. O ex-tenista número 1 do mundo não se
furtou a responder sobre o que achou da decisão de colocar jogos em quadras de
piso duro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e admitiu que iria “gritar”
se ainda fosse jogador, já que fez história no saibro. A quadra de terra batida
também é a preferida pela maioria dos brasileiros. Por outro lado, Guga disse
que a escolha foi justa diante do cenário mundial, principalmente por conta do
US Open duas semanas depois, também em quadra dura. O tricampeão de Roland
Garros ainda disse esperar um legado para o tênis com as Olimpíadas no país.
Guga conversou com a imprensa durante o
Aberto do Rio (Foto: José Geraldo Azevedo)
- Ia estar dando berros se fosse comigo (risos). Mas acho
que a quadra rápida não é mais tão rápida e é mais justa. O US Open, há umas
duas semanas de distância das Olimpíadas, é um fator predominante. A relevância
que as Olimpíadas têm hoje é diferente de um tempo atrás. É uma competição que se
adequa ao calendário, uma escolha de cima para baixo, de acordo com a ITF. Mas
fica um sentimento estranho, porque nosso treino é cultivado no saibro. Mas que
a área do tênis que ficará como legado tenha um DNA autêntico com a nossa história,
buscar uma quadra de saibro que representa mais a nossa realidade - afirmou,
durante participação no Aberto de tênis do Rio.
Guga disse ainda estar de bom tamanho, no momento, dois
torneios da ATP no Brasil. Uma semana antes do Aberto do Rio, um ATP 500, São
Paulo recebe o Aberto do Brasil, um ATP 250. O ex-jogador lembra que teve poucas
oportunidades de atuar ao lado de sua torcida e que o próximo objetivo é trazer
um Masters 1000 para o país.
Guga aceita escolha do piso duro para 2016
(Foto: José Geraldo Azevedo)
(Foto: José Geraldo Azevedo)
- Acho que está na medida certa. Claro que ter um Grand
Slam, dez torneios, seria excelente, mas calma. Não é compatível. Hoje está na
medida certa. O próximo passo é pleitear um Masters 1000. Poderia ter mais? Não
compartilho. Não joguei quase nenhum (no país). Joguei 150 campeonatos no
exterior e quatro ou seis aqui. Hoje é um belo avanço. O desafio pós-Olimpíadas
é manter esse impacto, conseguir parcerias para consolidar essa alavanca que é
pontual dos Jogos. Os jogadores são muito privilegiados aqui, mas ainda há uma
série de lacunas a serem preenchidas, mas já tem bastante incentivo. O
investimento no tênis já está num segundo nível (no Brasil) mundialmente
falando.
Guga elogiou a estrutura do Aberto de tênis do Rio e
minimizou o forte calor na semana do torneio na cidade. Também lembrou as
presenças de dois tenistas entre os dez melhores do mundo. Por outro lado,
disse esperar por uma estrutura fixa que possa receber o esporte.
- Sempre pode melhorar. Está na média para cima de todos os (ATP)
500 que conheço. A estrutura montada aqui é excelente. O fator clima acontece,
na Austrália também é assim (com bastante calor). Na minha época o pessoal não
reclamava assim. É lindo o campeonato. Quais torneios do mundo têm uma estreia
com Nadal e Bellucci com arena lotada? Ainda mais com a beleza particular com o
Cristo (Redentor) atrás. Por isso o Nadal vem. Ele pode vir para o Brasil, ir
para África, Oceania, e ele se sente bem vindo para cá. Ferrer também está aqui,
são dois “top 10”. O torneio também está interessado em dar uma boa estrutura
para os jogadores.
O desafio é ter uma estrutura fixa, não ter que desmontar e
montar tudo. É isso que impede o Brasil de trazer mais pessoas para o evento,
uma estrutura definitiva - concluiu.
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