sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Bia Haddad perde três chances de ir à semi, sente dor, chora e abandona

Brasileira, número 234 do mundo, fica perto de classificação histórica, mas deixa jogo escapar e, com problema na coxa, desiste diante de Sara Errani, 16ª do ranking


Por
Rio de Janeiro

 
Bia Haddad foi do céu ao inferno no início da tarde desta sexta-feira. Número 234 do mundo, a jovem de 18 anos teve três match points a seu favor na quadra central, pelas quartas de final do WTA do Rio, mas permitiu a italiana Sara Errani, 16ª do ranking, vencer o segundo set no tie-break. No início do set de desempate, ela sentiu cãibras na coxa esquerda e abandonou o duelo. Ela também está fora da semifinal de duplas, ao lado da brasileira Teliana Pereira. Bia venceu o primeiro set por 6/3, perdeu o segundo por 6/7(2) e já perdia o terceiro por 3/0 quando não pôde mais continuar em quadra, após 2h17 de partida. Com sua campanha, a brasileira deve subir 32 posições no ranking mundial.


- Acho que comecei muito bem, acima das minhas expectativas, e no 5/3, em que tive 40/15, não acreditei que podia estar ali. Pensei muita coisa, pensei em ganhar o jogo e isso não existe, é o próximo ponto. Joguei emocionada e ela começou a colocar a bola do outro lado, e deixei de fazer o que fazia. Quando entrei no banheiro estava muito tensa e baixou a adrenalina, e senti a perna. Mas independentemente disso foi uma excelente semana, tem que ver o lado bom, estou feliz com o pessoal me dando força. Tenho que agradecer o Bocão, a minha família que esteve aqui. É mais uma semana de tênis, sou nova e tenho muito a aprender. Talvez não fosse o momento, algo está guardado. Tenho certeza de que vou chegar onde quero - disse Bia.

No sábado, na luta para ir à final, Sara Errani terá pela frente a sueca Johanna Larsson, número 69 do ranking, que nesta sexta-feira bateu a alemã Dinah Pfizenmaier, com parciais de 6/4 e 6/0, e que na segunda rodada havia eliminado a gaúcha Gabriela Cé.

Bia Haddad, tênis (Foto: AGIF)
Bia Haddad com cara de dor e a mão na 
coxa antes de desistir do jogo contra 
Errani (Foto: AGIF)


O jogo

Bastou o primeiro serviço no primeiro game para Bia Haddad mostrar seu cartão de visitas a Sara Errani. A brasileira foi agressiva todo o tempo, tanto que conseguiu a primeira quebra logo no segundo game para chegar a 2/0, com ótimos golpes cruzados e um saque que deixava a italiana perdida. Errani ainda tinha dificuldades de colocar seus saques, que em nada incomodavam Bia. No terceiro game, Errani logo tentou devolver a quebra e saiu com 0/30, mas Bia se recuperou e com um slice na subida à rede confirmou a quebra e abriu 3/0.

Se não bastasse largar na frente, Bia chegou rapidamente a 4/0 no primeiro set, com erros não forçados de Errani. Com a própria torcida impressionada com a atuação da brasileira, Bia ainda começou o quinto game com uma largadinha que Errani nem se atreveu a tentar buscar. Só que a italiana ainda não estava entregue, e num game equilibrado confirmou seu saque pela primeira vez. Técnico de Bia, Bocão entrou na quadra na virada de lado e não deixou Bia sair da partida.

Joguei emocionada e ela começou a colocar a bola do outro lado, e deixei de fazer o que fazia. Quando entrei no banheiro estava muito tensa e baixou a adrenalina, e senti a perna. Mas independentemente disso foi uma excelente semana"
Bia Haddad

Sara Errani voltou para a quadra mudando os golpes para tentar de alguma forma deixar a brasileira numa situação desconfortável, mas com erros de Bia devolveu uma das quebras: 4/2. Bia não demorou a dar sua resposta e, sem perder pontos, chegou a 5/2. Errani ainda confirmou seu serviço em seguida, mas Bia chegou a 40/30 no oitavo game e na primeira chance de fechar o set não desperdiçou, chegando a 6/3 em 44 minutos.

O segundo set começou mais equilibrado, com Bia, apesar de ainda agressiva, sem conseguir a todo o momento minar as forças da italiana, como havia feito no primeiro set. Além disso, ambas encontravam dificuldades para confirmar seus serviços, e nenhuma delas conseguiu isso nos sete primeiros games. Bia Haddad chegou a 4/3 no segundo set diante de uma Sara Errani que continuava com dificuldades no saque, alguns deles a “míseros 80km/h”, que do outro lado encontravam uma máquina de disparar bolas vencedoras.

No oitavo game, com a chance de pular na frente e se aproximar da vitória, a ansiedade de ir a uma semifinal de forma histórica fez Bia Haddad encurtar um pouco o braço, mas depois de desperdiçar a chance de confirmar a quebra, a brasileira se aproveitou dos erros de Errani e chegou a 5/3 no segundo set. Foi também a primeira das duas a confirmar o serviço na parcial.

Na chegada ao nono game, Bia fez a torcida perder o fôlego com dois match points a seu favor no saque da italiana, mas Errani salvou ambos e diminuiu a desvantagem. No serviço para fechar a partida, Bia sentiu ainda mais a pressão no décimo game e nem chegou a pontuar, deixando Errani empatar: 5/5. Mas a italiana vivia um pesadelo na hora de sacar, com Bia chegando a 6/5.



Para deixar a tensão ainda maior no ar, Bia chegou a desperdiçar um terceiro match point no game seguinte e Errani levou a decisão para o tie-break, onde venceu com autoridade por 7-2. O duelo pedia um novo capítulo. Com o forte calor pouco depois de 15h, as duas tiveram 10 minutos de intervalo antes do reinício.

No reinício da partida para o terceiro set, Bia voltou à quadra visivelmente com dores e demonstrando muito sofrimento. Com o primeiro serviço, a brasileira já não sacava com a força de antes. Quebrada pela italiana, no segundo game veio o desespero da brasileira, que levava a mão à coxa esquerda, com cãibras, e já chorava. Bia ainda viu Errani chegar a 3 a 0 e pediu um segundo atendimento médico, mas assim que deitou na quadra não conseguiu mais se levantar e abandonou a partida.


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