Bahia se apresenta mal e não sai de um empate sem gols diante do Criciúma, na noite desta quarta-feira, na Arena Fonte Nova. Tricolor continua no Z-4 do Brasileiro
Os 10.001 torcedores que compareceram à Arena Fonte Nova
deixaram o estádio decepcionados. Em noite pouco inspirada, de muitos erros e
pouca criatividade, o Bahia não conseguiu superar o Criciúma e ficou no empate
sem gols, em partida válida pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Apesar de
não ter conquistado os três pontos, o Tricolor foi beneficiado pela derrota do
Vitória e ultrapassou o rival no saldo de gols – o time de Gilson Kleina agora
é o 18o colocado, com 15 pontos.
Mas não foi apenas a torcida que desaprovou o empate
desta noite. O técnico Gilson Kleina, na coletiva logo após a partida,
mostrou-se descontente com o resultado. Para o técnico tricolor, o ponto
conquistado não é para ser comemorado.
- Eu acho que eles [Criciúma] fizeram uma marcação
diferente. Colocaram um segundo atacante aberto para evitar a descida do
Railan, jogando nas costas dele. Isso deu uma desequilibrada. Corrigimos isso
no segundo tempo. Mas eu precisava desse apoio do Railan, porque quando
chegamos na linha de fundo, tivemos chances. No segundo tempo, o Criciúma se
postou para jogar no nosso erro. Quando trabalhamos a bola, tivemos um pouco de
lucidez. Tivemos dificuldade na criação. Na última escolha, não fizemos a
certa. E, quando fazíamos, não acertamos o passe. Se conseguíssemos encaixar
melhor o contra-ataque, poderíamos ter saído de campo contra a vitória. É um
ponto que não podemos comemorar. Na tabela, é ruim. Temos que buscar a vitória,
porque só ela coloca no patamar que a gente quer – afirmou o técnico do Bahia.
Bahia não apresentou um bom futebol
contra o Criciúma (Foto: ROMILDO
DE JESUS/Futura Press/Agência Estado)
O próximo compromisso do Bahia pelo Campeonato Brasileiro
acontece já neste final de semana. O time vai até a Arena da Baixada, onde
enfrenta o Atlético-PR, no domingo, às 18h30 (horário de Brasília).
Confira outros trechos da entrevista de Gilson Kleina
Desorganização tática
- Quando tivemos complicação, tivemos o apoio do
torcedor. Quando a gente vem jogar dentro de casa, claro que a gente quer a vitória.
Tentamos passar tranquilidade para os jogadores. Temos 90 minutos para fazer o
gol. Com o passar do tempo, começa a acelerar. O que não pode é o time
desorganizar. Se não fizemos o gol, também não pode tomar. É muito mais fácil
fazer o gol organizado. Essa é uma situação que estamos conversando.
Prazo curto
- Temos que jogar um pouco mais. A gente está até
precavido na defesa. Vejo doação, entrega. Só que o tempo para nós é curto. Tem
que treinar sexta, viajar sábado e jogar domingo. Mas sabíamos desse
calendário. Acho que nossos atacantes têm que ter mais o drible, tem que
inverter a marcação, não respeitar um lado só do campo. Nós temos que tentar a
vitória. Hoje, se conseguíssemos, passaríamos a 13o.
Análise do time e reclamação
- A tranquilidade vem quando faz o gol, quando sai na
frente. Quando as coisas não acontecem, quando o adversário leva perigo... Isso
provoca uma situação ruim. É temerário arriscar, o cara não quer arriscar o
drible, arrematar de longa distância. É isso que a gente vem falando. E a regra
de dar o pênalti para o Bahia também vale. Na rodada passada, tivemos a mesma
situação. Foi bola na mão. O árbitro até estava encoberto, mas os auxiliares
podem falar. Fomos prejudicados.
Marcos Aurélio
- Acho que temos dificuldade na criação. Marcos Aurélio é
um jogador inteligentíssimo, mas precisa entrar em forma. Ele sabe disso.
Podemos colocar ele em outra situação, porque ele é um meia-atacante, não é um
meia clássico. Emanuel está fazendo isso para nós, apesar de que, quando
centralizamos ele, ele teve dificuldade. Quando abrimos ele, teve um pouco mais
de saída. Não posso transferir toda a responsabilidade em cima do Marcos,
porque muitas vezes ele ficou sozinho. Temos que ver as opções, e ver se tem
alguém com condições de fazer isso.
Guilherme Santos
- Guilherme, quando foi para o confronto, passou. Achei
que foi bem. Pedi que insistissem na virada de jogo. Nós pedimos para jogar
pela beirada. Mas temos que ter o drible e a passagem dos laterais.
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