Feliz com a terceira passagem pelo Criciúma, pensamento de se aposentar fica em último plano diante do desejo de seguir com gols, assistências e boas atuações
Paulo Baier é de fato um jogador diferente. A rotina de
treinos, concentrações e viagens não o fazem cansar do futebol. Pelo contrário.
O ritual pré-jogo que faz a maioria dos jogadores pensarem em aposentadoria
também movem o meia. Gols, assistências e conquistas também são combustíveis de
uma carreira longeva. Beirando os 40, não à toa parece haver momentos que estar
longe de pendurar as chuteiras.
- Não tenho tempo para parar. Enquanto estiver motivado e
ajudando os clubes, vou jogando até onde der – diz um interminável Baier.
Meia Paulo Baier à vontade na nova (?) casa, o
Criciúma (Foto: João Lucas Cardoso)
A motivação está presente no corpo e na cabeça de Paulo
César Baier. Além das etapas que envolvem a preparação para uma partida,
defender as cores do Criciúma pela terceira vez na vida o fazem seguir. A
aposentadoria pode ocorrer num clube que já marcou época. Pensar nisso, ele
pensa. Porém, parece ser algo distante, encoberto por uma gana de jogador jovem
que vislumbra novas glórias com a camisa do Criciúma. Para ele, inevitável.
- Acho que foi uma questão de destino e acredito muito
nisso. Era para ser assim – justifica.
saiba mais
A volta ao Heriberto Hülse, o carinho do torcedor tricolor e
o futuro estiveram presentes na entrevista com o homem que só perdeu o Troféu
Armando Nogueira de 2013 para Walter, pelo Goiás, nos critérios de desempate.
Com o passar dos anos, o torcedor do Criciúma chegou a
pensar que não veria o Paulo Baier novamente com a camisa do clube. Você também
imaginou isso?
- Acho que sim. Na realidade, aconteceu muita coisa e girou muita coisa. Cheguei a estar apalavrado com o presidente do Atlético-PR que estaria no clube por mais um ano. Infelizmente não deu certo. No final do ano mudou toda a situação e se tornou muito mais fácil para que eu voltasse. Acho que foi uma questão de destino e acredito muito nisso. Era para ser assim. Acredito em destino e que tudo pode acontecer. Deu certo e fico feliz e satisfeito por ter voltado. Espero fazer um grande ano e mais para frente encerrar por aqui. No momento agora, porém, agora pensando em 2014.
- Acho que sim. Na realidade, aconteceu muita coisa e girou muita coisa. Cheguei a estar apalavrado com o presidente do Atlético-PR que estaria no clube por mais um ano. Infelizmente não deu certo. No final do ano mudou toda a situação e se tornou muito mais fácil para que eu voltasse. Acho que foi uma questão de destino e acredito muito nisso. Era para ser assim. Acredito em destino e que tudo pode acontecer. Deu certo e fico feliz e satisfeito por ter voltado. Espero fazer um grande ano e mais para frente encerrar por aqui. No momento agora, porém, agora pensando em 2014.
Contente, Baier encara mais um treinamento pelo Criciúma (Foto: João Lucas Cardoso)
- Eu fiz um ano fantástico. Joguei 27 partidas no Brasileirão, se não me engano, fiz 10 gols e dei nove assistências, fiz o 100º e o clube chegou à Libertadores. O ano passado foi realmente muito bacana. Isto marcou bastante e espero repetir isso novamente, com equilíbrio. Passo ao torcedor que há momentos em que vou fazer dois ou três jogos e em outros vou segurar, porque não vou poder fazer todas as partidas. Mas vai haver equilíbrio, sabedoria e tenho que saber levar. Com 39 anos tenho que respeitar meu limite e meu corpo, mas bem planejado para a gente fazer um grande ano.
Você pensa em voltar ao Atlético-PR para terminar a
carreira?
- Para mim é passado. Só tenho agradecer, principalmente o torcedor que me ajudou. Foram quase cinco anos e, lógico, que tenho um carinho imenso pelo clube, pelas pessoas que ajudaram e o torcedor. Mas meu foco agora é 100% o Criciúma, buscar os nossos objetivos e nossas vitórias. Não é um momento de prometer conquista, mas de dedicação por vitórias. Trabalho no Criciúma que hoje é um time entre os 10 melhores do país, na minha concepção. Por isso tem que lutar para vitória, entrar em campo com o pensamento de vitória.
- Para mim é passado. Só tenho agradecer, principalmente o torcedor que me ajudou. Foram quase cinco anos e, lógico, que tenho um carinho imenso pelo clube, pelas pessoas que ajudaram e o torcedor. Mas meu foco agora é 100% o Criciúma, buscar os nossos objetivos e nossas vitórias. Não é um momento de prometer conquista, mas de dedicação por vitórias. Trabalho no Criciúma que hoje é um time entre os 10 melhores do país, na minha concepção. Por isso tem que lutar para vitória, entrar em campo com o pensamento de vitória.
Passa pela sua cabeça encaminhar uma aposentadoria com a
camisa do Criciúma?
- Passa. Passa pela cabeça pelo bom trabalho que se pode realizar. Mas o pensamento é neste ano. Vou fazer de tudo para conseguirmos objetivos. Tem que trabalhar bem, trabalhar a minha parte física. Hoje, quando você pega os volantes pela frente, eles são chatos. Como meia você tem que ter movimentação e saber que, às vezes tem, um adversário que te marca os 90 minutos e isso faz parte do futebol. Tem time que coloca um volante para me marcar onde eu for. Temos que trabalhar forte para sair da marcação.
- Passa. Passa pela cabeça pelo bom trabalho que se pode realizar. Mas o pensamento é neste ano. Vou fazer de tudo para conseguirmos objetivos. Tem que trabalhar bem, trabalhar a minha parte física. Hoje, quando você pega os volantes pela frente, eles são chatos. Como meia você tem que ter movimentação e saber que, às vezes tem, um adversário que te marca os 90 minutos e isso faz parte do futebol. Tem time que coloca um volante para me marcar onde eu for. Temos que trabalhar forte para sair da marcação.
Poderia
ter parado, mas todo ano que venho fazendo tenho conquistado meus objetivos e
fazendo gols. É este o segredo
_Paulo Baier
Beirando aos 40 anos (completa em outubro), qual o seu
segredo? É um ano e depois do outro?
- O segredo é motivação. Poderia ter parado, mas todo ano que venho fazendo tenho conquistado meus objetivos e fazendo gols. É este o segredo. Estou motivado para concentrar, viajar e jogar. A adrenalina de subir ao campo e o torcedor gritar teu nome ajuda bastante e me motiva. Não tenho tempo para parar. Enquanto estiver motivado e ajudando os clubes, vou jogando até onde der.
A percepção é que desde o começo da pré-temporada você está contente. Mesmo por ser uma fase sem jogos, você demonstra estar feliz. É só impressão?
- É por aí mesmo. A gente bota uma ideia de que somos profissionais, mas nos divertimos também. Não pode ficar só naquela responsabilidade que precisa ter, mas também tem que se divertir. Acho que chega uma certa idade se consegue fazer assim e ter um rendimento até melhor. Eu sempre fui consciente em relação à pré-temporada, acho que é o que te dá base para o ano inteiro e precisa ter feita. Como eu tenho um trabalho específico de musculação e com o Ricardo é mais de bola, isso me facilita muito. Conciliando musculação e parte de bola e campo me ajuda bastante.
- O segredo é motivação. Poderia ter parado, mas todo ano que venho fazendo tenho conquistado meus objetivos e fazendo gols. É este o segredo. Estou motivado para concentrar, viajar e jogar. A adrenalina de subir ao campo e o torcedor gritar teu nome ajuda bastante e me motiva. Não tenho tempo para parar. Enquanto estiver motivado e ajudando os clubes, vou jogando até onde der.
A percepção é que desde o começo da pré-temporada você está contente. Mesmo por ser uma fase sem jogos, você demonstra estar feliz. É só impressão?
- É por aí mesmo. A gente bota uma ideia de que somos profissionais, mas nos divertimos também. Não pode ficar só naquela responsabilidade que precisa ter, mas também tem que se divertir. Acho que chega uma certa idade se consegue fazer assim e ter um rendimento até melhor. Eu sempre fui consciente em relação à pré-temporada, acho que é o que te dá base para o ano inteiro e precisa ter feita. Como eu tenho um trabalho específico de musculação e com o Ricardo é mais de bola, isso me facilita muito. Conciliando musculação e parte de bola e campo me ajuda bastante.
Quando você chegou houve muito assédio do torcedor, alegre
pelo seu retorno. Já diminuiu? Como é isso?
- Está grande ainda e estou sendo muito bem tratado. Aonde ia para almoçar ou jantar, antes de estar em concentração, sempre havia algum público. Tento tratar todos bem, faz parte da profissão. As pessoas têm um carinho grande por mim e procuro retribuir com autógrafos e fotos, algo bem bacana.
- Está grande ainda e estou sendo muito bem tratado. Aonde ia para almoçar ou jantar, antes de estar em concentração, sempre havia algum público. Tento tratar todos bem, faz parte da profissão. As pessoas têm um carinho grande por mim e procuro retribuir com autógrafos e fotos, algo bem bacana.
Na capital do carvão, jogador é assediado até por rivais de jogo-treino (Foto: João Lucas Cardoso)
Até no primeiro jogo-treino, contra um selecionado amador,
teve gente querendo uma recordação ao seu lado?
- Verdade, os jogadores do time adversário. Acho que é bacana este reconhecimento e eu procuro agradar a todo mundo.
Você voltou ao clube após 10 anos e o encontrou diferente. O mesmo ocorre com o torcedor e a cidade de Criciúma?
- Mudou bastante coisa em relação à estrutura do clube, há uma organização muito grande do que era antes, com cada um trabalhando em seu setor. Acho que isso dá evolução ao clube. Houve uma evolução do torcedor neste período. Na minha percepção, a maior de todas. A gente vê que o torcedor do Criciúma torce apenas pelo Criciúma e não mais por adversários também. Lembro bem que nos jogos contra Grêmio, Inter ou Flamengo no Heriberto Hülse a metade das arquibancadas era do time de fora. Hoje, não. Ele torce pelo Criciúma. Acho isso bacana, ter o torcedor ao seu lado e você representando o clube e a cidade. Acho que em evolução, o torcedor cresceu muito. A cidade você percebe que evoluiu e cresceu. Muito gira ao redor do futebol de Criciúma. Estar na Série A traz coisa para a cidade. Por isso é importante todo mundo trabalhar junto. Todos procurarem ajudar o Criciúma. Para a cidade também é bacana.
- Verdade, os jogadores do time adversário. Acho que é bacana este reconhecimento e eu procuro agradar a todo mundo.
Você voltou ao clube após 10 anos e o encontrou diferente. O mesmo ocorre com o torcedor e a cidade de Criciúma?
- Mudou bastante coisa em relação à estrutura do clube, há uma organização muito grande do que era antes, com cada um trabalhando em seu setor. Acho que isso dá evolução ao clube. Houve uma evolução do torcedor neste período. Na minha percepção, a maior de todas. A gente vê que o torcedor do Criciúma torce apenas pelo Criciúma e não mais por adversários também. Lembro bem que nos jogos contra Grêmio, Inter ou Flamengo no Heriberto Hülse a metade das arquibancadas era do time de fora. Hoje, não. Ele torce pelo Criciúma. Acho isso bacana, ter o torcedor ao seu lado e você representando o clube e a cidade. Acho que em evolução, o torcedor cresceu muito. A cidade você percebe que evoluiu e cresceu. Muito gira ao redor do futebol de Criciúma. Estar na Série A traz coisa para a cidade. Por isso é importante todo mundo trabalhar junto. Todos procurarem ajudar o Criciúma. Para a cidade também é bacana.
Seu 100º gol em Campeonato Brasileiro foi no Heriberto Hülse
e diante do Criciúma. Como foi o sentimento de marcar contra um clube que tem
um carinho declarado?
- Foi algo muito marcante para mim. Minha vinda para cá tem relação com isso. Nem viria para aquele jogo. Tinha acertado com o (técnico Vagner) Mancini que não viria. Mas me deu uma coisa na cabeça quase que na véspera do último treinamento e tive que falar com ele para me coloca. Ele disse que não tinha problema, vim, fiz o 100º (veja no vídeo) e acho que foi um dos gols mais bonitos na minha carreira. O mais marcante foi. Não comemorei e o estádio me aplaudiu. Isso me deu força para que eu voltasse.
- Foi algo muito marcante para mim. Minha vinda para cá tem relação com isso. Nem viria para aquele jogo. Tinha acertado com o (técnico Vagner) Mancini que não viria. Mas me deu uma coisa na cabeça quase que na véspera do último treinamento e tive que falar com ele para me coloca. Ele disse que não tinha problema, vim, fiz o 100º (veja no vídeo) e acho que foi um dos gols mais bonitos na minha carreira. O mais marcante foi. Não comemorei e o estádio me aplaudiu. Isso me deu força para que eu voltasse.
- Acredito que sim. Foi o que encaminhou. Foi marcante. Além de ter sido um belo gol e de comemoração igualmente marcante. Tudo deu certo e tudo foi bem trabalhado, pela diretoria e também pelo Cláudio (Gomes, diretor de futebol), que me trouxe e respeitou o meu tempo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times
/criciuma/noticia/2014/01/entrevistao-aos-
39-paulo-baier-nao-cansa-da-bola-vou-ate
-onde-der.html
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