segunda-feira, 3 de junho de 2013

Gol no fim evita derrota do Náutico para a Lusa no adeus dos Aflitos

No último jogo oficial do estádio, Timbu busca empate aos 48 minutos do segundo tempo. Equipes conquistam o primeiro ponto no Brasileirão

 A
 CRÔNICA

por GLOBOESPORTE.COM

Na despedida dos Aflitos, não poderia faltar emoção. Mesmo que em pequena dose. O sentimento, que em alguns momentos da história chegou a ser sinônimo do estádio, esteve presente no último lance do último jogo oficial da casa do Náutico. Um gol de Marcos Vinícius, aos 48 minutos do segundo tempo, impediu um adeus com derrota. Mas a tradição dos Aflitos merecia mais que o empate em 2 a 2 com a Portuguesa, na noite deste domingo, pela terceira rodada do Brasileirão. Os times precisavam de mais.

A torcida fez a sua parte e compareceu em bom número. Em campo, o Náutico até que começou bem e saiu na frente, com Rogério, mas depois viu a Portuguesa igualar com Michel, ainda no primeiro tempo, e depois virar com Romão, pouco antes de Marcos Vinícius fechar o placar.
O resultado não deixou ninguém satisfeito. O Náutico pela necessidade de somar pontos em casa. A Lusa pelas circunstâncias. Foi o primeiro ponto das equipes na competição. Com um jogo a menos, a Portuguesa está em 18º lugar. O Timbu segura a lanterna. Entre eles, aparece o Atlético-MG, também com uma partida a fazer.

- Sabemos que a torcida está impaciente, e nós acabamos pagando o preço. Temos mais dois jogos, mas essa parada para a Copa das Confederações vai ser boa para nós - afirmou o zagueiro William Alves, estreante no Náutico.

Do lado da Portuguesa, Romão, que quase saiu como herói da noite, admtiu o gosto amargo pelo empate, mas fez questão de valorizar o ponto fora de casa.

- Estávamos com o jogo nas mãos. Aí, num descuido, tomamos o gol. É uma coisa que não pode acontecer. Mas já foi. Pelas circustâncias, foi ruim, mas empate fora de casa não é de se jogar fora - disse o atacante.

Náutico e Portuguesa voltam a campo quarta-feira. Às 19h30 (de Brasília), a Lusa recebe o Internacional no Canindé. Um pouco mais tarde, às 22h (de Brasília), o Náutico enfrenta o Flamengo, fora de casa - jogo será no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. O Timbu, aliás, começará a mandar seus jogos na Arena Pernambuco após a Copa das Confederações. A estreia oficial na nova casa – já que houve um amistoso com o Sporting – será dia 7 de julho, contra a Ponte Preta.

náutico x portuguesa (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)Lance da despedida dos Aflitos: empate entre Náutico e Lusa (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)

Começo de um, fim de outro

A atmosfera criada pela torcida contagiou o Náutico no início. Mais na base da empolgação do que da organização, o Timbu dominou o começo do primeiro tempo até abrir o placar, com Rogério, aos 15 minutos. Depois, o cenário mudou. Foi a Lusa quem, se aproveitando do esquema ofensivo do adversário, encontrou espaços para criar e chegar ao empate com Michel. Com a etapa dividida em duas partes – uma para cada lado –, o 1 a 1 ficou justo.

A movimentação constante do trio Jones Carioca, Rogério e Caio confundia a marcação da Portuguesa. Foi assim que eles encontraram espaço para Jones Carioca, aberto pela direita, cruzar para Rogério, na segunda trave, cabecear para o gol vazio. O Timbu tentou aproveitar o bom momento para ampliar, e só não o fez, pois, quando Rogério tentou retribuir a assistência, Jones Carioca furou na primeira tentativa e na sequência mandou no travessão.

O controle pernambucano diminuiu a partir do momento em que a Portuguesa percebeu que o Náutico não se defendia com a mesma intensidade que atacava. O esquema com três atacantes deixava espaços, e era só rodar a bola para encontrá-los. Assim, Correa e Luis Ricardo conseguiram colocar a teoria em prática aos 31. Após tabela pela direita, o primeiro ergueu na segunda trave para Michel, de cabeça, deixar tudo igual, em lance semelhante ao do gol do Náutico. Foi também pela direita que Luis Ricardo assustou Felipe em duas finalizações: uma de longe e outra dentro da área, no travessão.

A fragilidade defensiva e a impaciência da torcida com a melhora da Lusa levaram Silas a abrir mão de um atacante para colocar o volante Rodrigo Souto. Jones Carioca, que perdera ótima oportunidade, foi o escolhido para sair. A mudança, ao menos, conteve o ímpeto da Lusa até o fim do primeiro tempo.

Emoção no fim

A necessidade da vitória fez os times priorizarem o ataque no segundo tempo, mas ambos esbarravam na falta de criatividade e nos erros individuais. Apesar de o Náutico se lançar mais ao ataque, a Portuguesa levava mais perigo quando chegava. Luis Ricardo, em chute cruzado, novamente ameaçou Felipe.

A entrada de João Paulo no lugar de Caion pouco acrescentou ao Timbu. Do lado da Lusa, Edson Pimenta colocou o centroavante Romão para reforçar a presença de área. A aposta do técnico do time paulista surtiu mais efeito. Aos 36 minutos, num lance típico de centroavante, Romão desviou cobrança de falta de Ferdinado e virou para os paulistas.

Em desvantagem e pressionado pela torcida, o Náutico foi para o tudo ou nada. E graças à insistência Marcos Vinícius, pelo menos conseguiu evitar uma despedida amarga dos Aflitos. No último lance do jogo, ele brigou pela bola dentro da área e acertou o ângulo esquerdo de Gledson para empatar. Um gol que mudou a história do adeus do estádio, mas que não diminuiu a insatisfação da torcida com a equipe, que deixou o campo sob vaias e na lanterna da competição.


FONTE:

Nenhum comentário: