domingo, 6 de setembro de 2015

Larissa/Talita coroa fase com 10º título no Tour; Ágatha/Bárbara perto de 20

Etapa brasileira do Circuito Mundial acirra rivalidade entre melhores duplas do país



Por
Rio de Janeiro, RJ


Atletas no pódio após competição no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação/FIVB)Pódio quase foi 100% brasileiro. Larissa e Talita sagraram-se campeãs (Foto: Divulgação/FIVB)


Potência mundial nas areias, o Brasil por pouco não dominou por completo o pódio feminino do Rio Open, 13ª etapa do Circuito Mundial, em Copacabana, no Rio de Janeiro. A disputa também serviu como evento-teste para as Olimpíadas. Classificadas para os Jogos e em grande fase, Larissa e Talita sentiram o gostinho de conquistar o título na quadra montada no mesmo local da arena olímpica, em uma final caseira. Esta foi a 19ª conquista da parceria formada há um ano, sendo a 10ª no Circuito Mundial. Larissa, sozinha, já ganhou 56 títulos no tour. Mais cotadas para a última vaga em 2016, as campeãs mundiais Ágatha e Bárbara Seixas ficaram com a prata, após perderem a final em uma disputa emocionante do início ao fim, diante de arquibancadas lotadas de torcedores coloridos de amarelo. 

Juliana e Maria Elisa também tiveram a chance de beliscar um lugar no pódio, contudo, foram superadas pelas holandesas Marleen Van Iersel e Madellein Meppelink por 2 sets a 0 (21/15 e 21/17). Caso tivessem levado o bronze, esta seria a terceira etapa totalmente verde e amarela na temporada, após o Grand Slam de São Petersburgo (EUA) e o Campeonato Mundial da Holanda.

- Ganhar o título em Copacabana é especial demais. Eu tenho duas lembranças maravilhosas aqui. Uma, quando fui campeã no Pan de 2007, e agora. Sei que ano que vem também será muito especial. Que bom que eu tenho grandes lembranças e que isso sirva para 2016. E quem sabe comemorar o título olímpico. O povo brasileiro traz um legado de disciplina, respeito e companheirismo. Espero que o povo brasileiro incorpore o espírito olímpico e que os Jogos tragam não só medalhas, mas mais respeito de uns aos outros - contou Larissa, medalhista de bronze em Londres 2012, ao lado de Juliana.

Larissa e Talita celebram vitória no Rio Open (Foto: Divulgação/FIVB)
Larissa e Talita celebram uma das vitórias no Rio 
Open (Foto: Divulgação/FIVB)


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- O vôlei brasileiro é um dos melhores do mundo. Sempre que houver brasileiros, teremos a certeza de que teremos grandes jogos e grandes finais. Tentamos dar o nosso melhor durante toda a semana, assim como os outros times. O público aqui entende de vôlei e exige da gente. Por isso, vamos querer estar sempre melhor - acrescentou Larissa, considerada uma das melhores jogadoras de todos os tempos, ao lado da americana Kerri Walsh.


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O fato de estarem garantidas em 2016 por terminarem a corrida olímpica na liderança foi uma motivação a mais em busca do título. Este foi o 11º ouro brasileiro em 13 etapas internacionais disputadas na temporada - o sexto de Larissa e Talita no ano. Já Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ) alcançam sua sexta medalha no Circuito Mundial de 2015. As campeãs receberam uma premiação de 11 mil dólares, além de 500 pontos no ranking do circuito, enquanto a paranaense e a carioca embolsaram 8 mil dólares e 450 pontos no ranking mundial.

- O nosso primeiro objetivo era a classificação para as Olimpíadas. O segundo, vencer o evento-teste. Estamos muito felizes e acho que vai ser sempre assim. Mesmo estando classificadas, demos o nosso melhor. E tenho certeza de que faremos isso no próximo torneio. Vamos sempre descobrindo coisas para nos motivar mais e não deixar o cansaço tomar conta - revelou Talita.  


Ágatha/Bárbara perto de 2016
Após a definição da primeira vaga pelo Circuito Mundial, resta apenas um lugar para as duplas femininas brasileiras nas Olimpíadas. Em janeiro do ano que vem, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) anunciará quem será a segunda representante. Apesar de Juliana e Maria Elisa também estarem na briga, Ágatha e Bárbara são uma unanimidade. Além de terem feito uma temporada melhor no Brasil e no exterior, a paranaense e a carioca foram as responsáveis pela eliminação das rivais nas semifinais. Mas, segundo elas, a vitória não renovou esperanças, mas sim sacramentou algo que já estava desenhado há tempos. 

final feminina larissa e talita. agatha e bárbara rio open (Foto: Divulgação/FIVB)
Agatha se estica para bloquear ataque de Talita, 
enquanto é observada por Larissa 
(Foto: Divulgação/FIVB)


- Eu não digo que a palavra seja esperança. Para nós, a vaga já é nossa. A gente acredita que é nossa e provamos em quadra que não dá para tirar isso da gente. Não teve como a terceira dupla chegar perto em pontuação (pelo Circuito Mundial, que distribuiu a primeira vaga). Chegamos aqui depois da 16ª semana seguida de torneios e fizemos essa final que foi realmente um espetáculo. Perdemos, mas o placar estava apertado. A palavra não é esperança, mas sim "believe" (na tradução, acreditar) - disse Ágatha.

Ágatha e Bárbara Seixas no Grand Slam de Olsztyn (Foto: Divulgação/FIVB)Ágatha e Bárbara Seixas são as mais cotadas para a última vaga de 2016 (Foto: Divulgação/FIVB)


Apesar de levarem a vida de um jeito leve, a dupla encara todos os desafios em quadra com seriedade e profissionalismo.

- Toda a nossa preparação e tudo o que a gente faz é sempre almejando a conquista dos nossos objetivos e sonhos. Ouvir o hino nacional no pódio é uma sensação inexplicável. Vamos continuar trabalhando para melhorar e, da próxima vez, estar no alto do pódio. Fizemos tudo o que podíamos, temos detalhes a melhorar. A sensação de que fizemos tudo o que podíamos é boa. Essa mentalidade de que só o ouro importa está totalmente errada. A gente dá valor a cada vitória. É claro que queremos sempre o ouro, mas a prata foi muito bem-vinda. Nas Olimpíadas, vamos buscar o ouro, o pódio, tudo.

A próxima etapa do Circuito Mundial será em Sochi, no Open da Rússia, de 8 a 13 de setembro. Os brasileiros também terão como desafio em breve a segunda etapa do Circuito Brasileiro, entre os dias 16 e 20 de setembro, em Contagem, Minas Gerais.


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