Guto/Saymon superam Alison/Bruno e conquistam o bronze no Rio Open

Destaques da nova geração, carioca e sul-matogrossense vencem os atuais campeões mundiais por 2 sets a 1, com parciais de 21/14, 17/21 e 15/8

Por Carol Fontes e Lucas Barros

Rio de Janeiro

Guto e Saymon celebram ponto na disputa pelo bronze (Foto: Divulgação/FIVB)

Após 11 anos, o Brasil voltou a subir no pódio em uma etapa do Circuito Mundial nas areias de Copacabana, no Rio. A chuva deu uma trégua, e o sol finalmente apareceu na disputa pelo bronze do Rio Open, 13ª parada do Tour. O brilho da manhã, no entanto, ficou por conta dos rostos da nova geração, com Guto (22) e Saymon (21) tendo uma atuação de gala diante de Alison e  Bruno Schmidt . Os jovens venceram os atuais campeões mundiais por 2 sets a 1, com parciais de 21/14, 17/21 e 15/8, conquistando a medalha de bronze. A etapa brasileira serve como evento-teste para as Olimpíadas do Rio 2016. Em 2004, quando a praia carioca recebeu o Tour pela última vez, Adriana Behar e Shelda sagraram-se campeãs.

- Não tem desculpa, perdemos o jogo, os meninos têm todo o mérito. É um time que vem crescendo, evoluindo e buscando o seu lugar. É um time que dispensa comentários e que vem fazendo um trabalho certinho. Brigamos contra o nosso corpo. Eu tentei fazer o meu melhor, e o Bruno teve paciência comigo. Não conseguimos corresponder. Acho que foi o cansaço somatório. Jogamos cinco finais seguidas. Acho que o nosso trabalho foi muito bem concluído. Ganhamos a Copa do Mundo, conseguimos a classificação para as Olimpíadas, jogamos com essa pressão dentro de casa. Isso é ótimo um ano antes das Olimpíadas. O mais importante é que a gente vem tentando representar o nosso país, fazendo o nosso melhor - analisou Alison, após o jogo.


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Guto entrou em quadra com a mão quente e fez logo dois aces para intimidar os adversários: 4/0. Virando todas as bolas e com um saque forte, o carioca e o sul-matogrossense ampliaram para 11/3, com tranquilidade. Cansado, Alison estava irreconhecível, enquanto o parceiro se esforçava para defender. Bruno surpreendeu com um belo ponto de bloqueio,  tarefa do Mamute, mas forçou demais o saque na sequência e isolou a bola. Os atuais campeões mundiais tinham dificuldades em responder aos potentes ataques de Guto e bloqueios de Saymon, de 2,02m de altura, e cometiam erros incomuns. No paredão do ex-parceiro de Márcio Araújo, medalhista olímpico, a dupla chegou a 18 a 11. Com um ritmo impressionante, eles foram administrando a vantagem e fecharam a parcial em 21/14.

Guto e Alison disputam bola no bloqueio durante 

partida que valeu bronze no Rio Open (Foto: 

Divulgação/FIVB)

Após um set para esquecer, Alison e Bruno reagiram. O jogo finalmente encaixou e a dupla fez 5/2 no bloqueio do Mamute, que cresceu diante dos rivais e facilitou o trabalho do parceiro no contra-ataque. Os rivais se recuperaram e encostaram no placar: 7/6. A equipe número um do mundo se impôs e ampliou para 9/5. Um rali espetacular, que terminou com um bloqueio de Alison, deixou os favoritos com 12/9. Muito técnico, Bruno fez mágica em uma diagonal curta e chegou a 14/12, mas o cansaço depois de uma maratona de torneios incomodava a dupla. Os rivais reagiram com uma sequência de bloqueios de Saymon e a categoria de Guto no ataque para empatar em 16/16. Bruno e Alison não se intimidaram, controlaram as ações e arrancaram o setpoint: 20/16. Guto ainda evitou o primeiro. No entanto, ao receber um toque na medida, Bruno soltou o braço em cima de Saymon e fez 21/17. O bronze precisou ser definido no tie-break. 

Saymon abraça sua mãe após a conquista do bronze no Rio (Foto: Lucas Barros)

Guto e Saymon entraram com um ritmo forte e um bom saque curto para abrir 3/0. Após falhar em uma defesa fácil, Alison se redimiu com um ataque e um bloqueio, em sequência, para colar nos rivais 4/3. Na categoria de Bruno, que pontuou no contra-ataque e deixou tudo igual. Os adversários ainda pediram o desafio, mas o juiz deu bola dentro. Mesmo esgotados, o capixaba e o brasiliense não desistiam de beliscar um lugar no pódio. Guto e Saymon não davam sinais de cansaço e assumiram a liderança. Com uma bola na linha de Guto, chegaram a 12/7. A cena de Alison e Bruno deitados na areia, era frequente. O Mamute soltou o braço para diminuir: 13/8. Inspirado, Guto era matador no ataque. No fim, uma cortada forte de Saymon deu aos jovens a vitória contundente sobre os campeões mundiais. Empolgado, o jogador de Campo Grande correu em direção à arquibancada dos atletas e convidados para dar um forte abraço na mãe.

Alison e Bruno vinham de uma sequência de cinco títulos mundiais e tentavam igualar no Rio a marca de Emanuel e Loyola, com seis canecos. Antes da disputa nas areias cariocas, Alison e Bruno haviam conquistado o lugar mais alto do pódio no Grand Slam da Polônia, no Campeonato Mundial da Holanda, no Major Series de Gstaad (Suíça), e ainda nos Grand Slams de Yokohama (Japão) e Long Beach (Estados Unidos). Por pouco, não igualaram o recorde de Emanuel e Loyola. Na temporada 1999, os veteranos sagraram-se campeões nas etapas da Noruega, Itália, França, Áustria, Portugal e Bélgica em sequência, estabelecendo série que até hoje não foi alcançada por nenhum time.

No Rio Open, o título masculino ficou com a parceria da Letônia formada por Samoilovs e Smedins. Eles superaram os Fluggen e Borckermann, da Alemanha, pelo placar de 2 a 0 (15/21 e 23/25).


FONTE
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2015/09/gutosaymon-superam-alisonbruno-e-conquistam-o-bronze-no-rio-open.html