sexta-feira, 25 de abril de 2014

Grêmio vive pior seca de gols no ano e vê Barcos novamente sob pressão

Em abril, time de Enderson, que precisa de 2 a 0 na próxima quarta, tem média de gols pior do que na época de Renato Gaúcho e observa retorno de críticas a Barcos


Por Porto Alegre


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Um dos diferenciais da equipe de Enderson Moreira começou a falhar justamente na hora mais decisiva até então da temporada. Tão carente em 2013 com Renato Gaúcho, o ataque dava mostras de recuperação neste ano até atingir, após a derrota de 1 a 0 para o San Lorenzo na quinta, dois jogos seguidos sem bola na rede, a sua pior marca.

A média geral de tentos em 2014, aliás, seria insuficiente para obter os dois gols de diferença necessários na próxima quarta, a fim de alcançar as oitavas da Libertadores. E Barcos é colocado no centro desse momento de seca, após um início de ano animador.


Barcos no ônibus do Grêmio após o jogo (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Barcos no ônibus após o jogo em que 
perdeu grande chance na Argentina 
(Foto: Diego Guichard/
GloboEsporte.com)

O Grêmio não marca desde o último Gre-Nal, goleada por 4 a 1 que deflagrou as críticas ao trabalho de Enderson Moreira. Isso que o gol foi contra, de Ernando, em cruzamento de Dudu. Antes, diante do Nacional-URU, o gol foi de pênalti, com Barcos. Alijando da contagem os jogos com times B, o Grêmio coleciona 38 gols em 23 jogos, uma média de 1,65 tentos por partida. Na próxima quarta, precisará aumentar essa tendência, em busca dos dois gols de diferença para eliminar o San Lorenzo, na Arena.

A média até é maior em comparação com a passagem de Renato Gaúcho, que inaugurou o sistema com três volantes, marcando 39 vezes em 39 jogos. Em 2013, o período de jejum chegou a ser histórico: seis partidas longe das redes, batendo marca de 1972.


tabela grêmio (Foto: Reprodução)

A conta deste ano, todavia, se torna ainda mais negativa se for restrita ao mês de abril. No momento crucial, de mata-matas e decisões, o rendimento do ataque esmoreceu. Em abril, tem apenas duas vitórias em cinco jogos, com quatro gols marcados. Além do já referido gol de pênalti do argentino e do lance do Gre-Nal, houve mais um do Pirata e outro de Dudu, ambos no 2 a 0 diante do Nacional de Medellín. A média de bolas na rede, portanto, despenca para 0,8 gols por partida neste mês.

Erro na Argentina reabre críticas a Barcos
Números que voltam a deixar Barcos em xeque. Dono de apenas 14 gols na temporada passada, o argentino amealhou 15 nos primeiros quatro meses de 2014, com direito a três bolas na rede num mesmo duelo, contra o Juventude, em 23 de março, feito inédito para o Pirata no Tricolor. No ano anterior, chegou a ficar incríveis nove partidas sem marcar.

No entanto, somente dois gols foram na Libertadores, sendo um de pênalti. A pressão sobre o centroavante, que parecia eliminada, acabou voltando após o revés no Nuevo Gasómetro. Nele, Barcos perdeu a melhor chance em cobrança de falta na linha da pequena área. Tanto que precisou se explicar no retorno a Porto Alegre.

- Um erro meu também que me apressei a bater a falta. Joguei a bola para cima. Ficou feio, mas acontece, faz parte. Seguir trabalhando para melhorar. Se alguém está devendo, é todo mundo - apregoa o centroavante.

Artilheiros históricos opinam

Aspas Alcindo e Juarez ,Grêmio (Foto: Arte / Globoesporte)

Não é o que pensam dois centroavantes históricos do Grêmio. O GloboEsporte.com pediu a opinião de Alcindo e Juarez, primeiro e quarto maiores artilheiros dos 110 anos de clube, respectivamente. Para Alcindo, o Bugre, dono de 231 tentos, maioria deles nos anos 1960, o problema de Barcos é a sua inclinação a sair da área.

- Barcos seria melhor se jogasse como centroavante. Para mim, ele não é centroavante, sai muito da área, não arrisca - critica o ex-goleador de 69 anos.

Barcos em 2014

15 gols em 21 jogos

De cabeça - 5
Pé direito - 8
Pé esquerdo - 2

O Tanque Juarez também não poupa as palavras. Centroavante que anotou 202 gols entre 1955 a 1962 no velho Olímpico, ele pede um Barcos menos "coletivo":

- O Barcos é um jogador longilíneo, os movimentos dele são lentos e, por isso, tem que ser homem de frente, sem deixar a área. Falta a ele um pouco daquele egoísmo. O centroavante tem que ter essa autonomia de, às vezes, ser fominha. Sua função é golear.

Embora as críticas, Barcos está perto de uma importante marca pessoal. No total, tem 29 gols pelo Grêmio e pode, ainda neste ano, se tornar o maior artilheiro estrangeiro da história do clube. O argentino Obberti, com passagem também pelo Newell's Old Boys, anotou 35 nos anos 1970. A próxima chance de se aproximar do compatriota e apagar os erros da partida contra o San Lorenzo será neste domingo, às 18h30m, contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão.

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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/gremio/noticia/2014/04/gremio-vive-pior-seca-de-gols-no-ano-e-ve-barcos-novamente-sob-pressao.html

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