Daniel Neves fala em "teatro armado" para condenar Portuguesa com a pena de rebaixamento para a Série C
- Esse fato, ocorrido no jogo, nos causou várias estranhezas. Primeiro que a súmula seria entregue em branco. Depois a súmula aparece manuscrita, e essa não é a tradição da formulação da súmula. Por fim, a ausência de qualquer menção a essa liminar, que contradiz, inclusive, as imagens da televisão, do SporTV mesmo, mostrando a liminar (nas mãos) do delegado da partida, para que o jogo fosse interrompido. O que causa muita estranheza. Tudo começa parecendo já um teatro armado para se condenar a Portuguesa. E pior, pelas penas mais severas. O que leva ser a pena mais severa? É esse folclore, esse carnaval que o Paulo Schimitt procura fazer falando em farsa, em simulação, que não acontece nem na várzea. O que não acontece nem na várzea é uma entidade que organiza um campeonato descumprir decisão judicial. Isso não acontece nem na várzea. Mas com a CBF, que tem uma organização peculiar e uma visão ainda mais singular do direito, parece tudo muito normal - afirmou o advogado da Lusa.
Tudo começa parecendo um teatro armado para se condenar a Lusa. O que
leva ser a pena mais severa? É esse folclore todo, esse carnaval que o
Paulo Schimitt procura fazer falando em farsa"
Daniel Neves, advogado da Lusa
- Na verdade, já era esperado. Recebemos com certa tranquilidade porque a nossa linha de defesa é muito clara. Aparentemente, indiscutível. A Portuguesa abandonou o jogo por uma causa justa. Todos os dispositivos que prevêem punição por abandono da partida fazem essa ressalva. A causa era justamente a liminar da ação do torcedor que estava em plena vigência no momento do jogo - afirmou.
Neves também revelou um pedido oficial que a Portuguesa fez junto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pedindo o adiamento do confronto com o Joinville, válido pela rodada de abertura da Série B do Campeonato Brasileiro. Sobre quem teria levado a liminar para o gramado, Neves explicou:
- Ao que eu saiba foi o filho do presidente com uma cópia da liminar e uma cópia da comunicação que a Portuguesa enviou oficialmente à CBF na véspera, pedindo o adiamento do jogo, e entregou ao delegado da partida - disse Daniel Neves.
O advogado do clube paulista considerou ter sido um erro a Portuguesa ter entrado em campo. Daniel Neves também esclareceu a situação do presidente da Lusa, Ilídio Lico, que ordenou que os atletas saíssem de campo temendo uma possível consequência penal e até mesmo uma eventual prisão.
Denúncia contra a Lusa apresentada
pelo procurador Paulo Schmitt ao
STJD (Foto: Reprodução )
Isso é fato. Não deveria ter entrado em campo, porque entrando descumpriu uma decisão judicial. E isso gera consequências legais. Daí o motivo para o presidente ser ameaçado por uma queixa-crime, por uma perspectiva de prisão. Mas aí não é questão da prisão do presidente, é questão do cargo que ele exerce. Se perceber que esse descumprimento foi motivado por respeito ao povo de Joinville, a torcida que compareceu ao estádio, respeito que a CBF não mostrou em nenhum momento, pois poderia, com 24 horas de antecedência, ter adiado a partida e ter evitado todo o problema que se seguiu. Em respeito, entrou em campo. Pressionado por uma possível consequência penal, até uma eventual prisão, o presidente deu a ordem para que o time deixasse o campo para que assim não se configurasse o ato criminoso - explicou.
Além da Portuguesa, também foram denunciados o técnico Argel Fucks, o presidente Ilídio Lico e Marcos Rogério, filho dele, por supostamente atuarem de forma contrária à ética desportiva e prejudicarem o Joinville e suatorcida.
O treinador foi o responsável por chamar os jogadores para sair do campo na ocasião. Já Marcos era o representante da Lusa que decidiu não voltar ao gramado, por ordem do pai e mandatário do clube.
Nenhum comentário:
Postar um comentário