sexta-feira, 25 de abril de 2014

Joia americana minimiza pressão de substituir safra de Sampras e Agassi

Denis Kudla é promessa no tênis norte-americano, carente de destaques há 10 anos. De olho em Roland Garros, tenista usa torneio em Santos para melhorar no saibro


Por Santos, SP


Denis Kudla (Foto: Lincoln Chaves)Denis Kudla é uma das promessas do tênis dos Estados Unidos (Foto: Lincoln Chaves)

O tênis dos Estados Unidos anda em baixa – ao menos no individual. Há só um americano entre os 20 melhores da ATP (John Isner, em 10º). Além disso, desde Andy Roddick, em 2003, um atleta do país não é o número um do mundo. É pouco para a escola que mais tenistas colocou no topo do ranking mundial (seis) e teve John McEnroe, Jimmy Connors, Jim Courier, Andre Agassi e Pete Sampras dominando o circuito.

A consequência é a falta de ícones para a nova geração estadunidense, aquela que tem a missão de recolocar o país, outra vez, no topo. Denis Kudla, de 21 anos, é um exemplo. O tenista, uma das promessas da recente safra americana, tem como referências Roger Federer, David Ferrer e Lleyton Hewitt. Um suíço, um espanhol e um australiano. Nenhum conterrâneo.

Cabeça-de-chave 1 do ATP Challenger de Santos, Kudla admite a carência de referências recentes no tênis americano e que sua geração, onde também se destacam Bradley Klahn (64º da ATP), Steve Johnson (67º) e Jack Sock (88º), com vários títulos internacionais como juvenis, é a nova esperança do país. 


Nada, porém, que o pressione.

- Costumamos ter uma geração surgindo a cada cinco anos, com os mais velhos encontrando os mais novos. Acho que a geração passada (entre a dele e de Sampras e Agassi) não agarrou a chance de ser a próxima grande. Não sei o porquê, mas aconteceu assim. Agora, é nossa vez, mas não podemos acelerar. Ninguém vira número um em uma semana. São anos de trabalho. 

Temos uma geração muito forte e acredito que um ou dois de nós farão grandes coisas – diz.


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Liderar a nova geração da principal escola do tênis americano, porém, não é bem a prioridade de Kudla. Ex-número 90 da ATP e atual 110º do mundo, o tenista já participou da chave principal dos quatro Grand Slams, e busca, sem medo, o primeiro lugar do ranking.

- Eu trabalho para ser o número um do mundo, para ser o melhor, foco muito na minha carreira. Se os demais tenistas americanos também chegarem lá, ótimo. Se não, vida que segue. Eu tento não me preocupar com as vozes de fora, nem com a pressão sobre o tênis norte-americano – afirma, sem colocar prazos para atingir os objetivos.

- Se digo que quero atingir o topo em dois anos e não chego, então eu falhei. Então não penso nisso. Se eu tiver 34 anos e chegar lá, atingi meu objetivo. Um passo por vez – explica.


Denis Kudla (Foto: João Pires / Fotojump)
Kudla é o principal favorito ao título em
 Santos. Norte-americano mira Roland 
Garros (Foto: João Pires / Fotojump)

Kudla é o principal favorito ao título em Santos. Se a conquista não vier, não tem problema. O foco, diz o americano, está na preparação para o qualyfing de Roland Garros, na França. Até por isso, minimiza o fato de ser o cabeça 1 e se preocupa em aprimorar seu jogo no saibro.

- Ser o primeiro cabeça de chave não diz muito. Todos podem ganhar. Não tem pressão, mesmo. Quero melhorar no saibro para disputar Roland Garros. Se vencer (em Santos) ótimo. Se não, tudo bem. Estou feliz com a maneira que estou jogando e espero continuar assim – conclui.



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sp/santos-e-regiao/noticia/2014/04/joia-americana-minimiza-pressao-de-substituir-safra-de-sampras-e-agassi.html

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