Engenheiro Julio Martins mora em Rio Branco (AC), mas não deixa distância apagar a paixão azulina. Coleção de uniformes vem de 1987
Julio Martins mostra as 120 camisas que tem
do Remo (Foto: Arquivo Pessoal)
- Comecei a colecionar mesmo em 2008. A maioria compro pela internet, mas as mais antigas não têm. Para conseguir esses modelos, vou "catando". Uma vez estava andando pela rua e vi um pedreiro com uma camisa de 1994. Ofereci R$ 30, e ele vendeu para mim – revela Martins, que já pagou R$ 350 em uma camisa versão de 1989 (a mais cara da coleção).
Uniforme de 1989 é o mais caro da coleção:
R$ 350(Foto: João Paulo Maia)
A loucura do torcedor azulino não para por aí. Em dois álbuns e uma caixa pequena, ele coleciona todos os ingressos dos jogos a que já assistiu e guarda vários jornais que destacam os títulos e o histórico do Clube do Remo. Além disso, alguns objetos da casa de Julio, como copos e árvore de natal, são personalizados com as cores do time.
Coleção no Acre: torcedor tem 120 camisas do
Remo (Foto: João Paulo Maia)
Papão? Só a primeira vez...O azulino, acredite, já esteve do outro lado do Mangueirão, na torcida do Paysandu. Na decisão do returno do Estadual de 89, Julio e o tio, que torce pelo Papão, foram ao estádio. Na oportunidade, vitória remista. Não teve jeito. O jovem, que na época tinha 12 anos, se encantou com a festa adversária e desde então, de forma emblemática, torce pelo Remo.
- Em Belém, é muito tradicional o pai ou o tio levar os mais jovens da família ao estádio. Meu tio, que é Papão, ficou até com raiva depois (risos) - conta.
Torcedores do Remo fazem velório pelo
rebaixamento do Paysandu
rebaixamento do Paysandu
(Foto: Arquivo Pessoal)
- Quando me mudei para Rio Branco, não tinha internet banda larga, era discada, e pouca gente tinha acesso. O jeito para saber algo sobre o time era ir ao orelhão e ligar para perguntar sobre os resultados dos jogos.
Após o rebaixamento do Paysandu para a Série C do Campeonato Brasileiro, os remistas não perdoaram. Longe de Belém, Julio e um amigo fizeram uma homenagem especial ao principal rival: um velório, com direito a vela e caixão.
Declínio e esperança
As duas palavras são antagônicas, mas são termos presentes na torcida remista. Após o declínio para o status de "time sem série", a esperança dos apaixonados azulinos é que a equipe consiga retomar uma vaga no cenário do futebol brasileiro.
- A queda começou em 2008, quando caímos para a Série D. Foi uma tristeza, uma sensação ruim. Mas agora o clube está melhorando na estrutura física e organizacional. Com certeza vamos nos reerguer. O Remo não é um simples time de futebol. O Remo representa uma nação. No Pará, são oito milhões de pessoas, e metade disso torce pelo Remo. O fundo do poço chegou, não tem como ir aquém disso. Temos que pegar os exemplos ruins e não repetir – analisa Julio Martins, que é sócio do clube e faz parte da torcida RemoAcre, que tem cerca de 30 componentes.
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