A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
Se não foi brilhante na técnica, como nos áureos tempos do Maracanã, o
jogo deste domingo pelo menos teve ingredientes autênticos de um
clássico: foi sofrido, dramático, cheio de alternativas, digno do
retorno de Flamengo e Botafogo ao estádio após três anos de saudade. O
empate por 1 a 1 teve um Alvinegro soberano no primeiro tempo, abrindo o
placar com um belo gol de Rafael Marques em jogada ensaiada e
permitindo ao adversário sua primeira finalização apenas aos 32 minutos.
E viu o inverso após o intervalo, com o Rubro-Negro martelando até
conseguir a igualdade, já nos acréscimos, com Elias o personagem da
noite.
O Glorioso, que alcançaria a liderança com o 1 a 0, termina sob lamentos a nona rodada do Brasileiro em terceiro lugar, com 17 pontos, um a menos do que o primeiro colocado Coritiba. E o Flamengo, que entraria na zona de rebaixamento, escapa dela e fica em 15º, jogando para lá o rival Fluminense. Se mexe na tabela, o empate mantém um longo tabu: o Botafogo continua sem vencer o rival em Campeonatos Brasileiros desde 2000 (ou 21 jogos).
Seedorf, autor da assistência para Rafael Marques e destaque no primeiro tempo, foi bastante crítico sobre o desempenho do time após o intervalo.
- No segundo tempo não jogamos para nada. Eles mereceram o empate, um resultado justo. No primeiro tempo jogamos, e no segundo foram eles. Justo assim - definiu.
Mais uma vez, o estádio recebeu um bom público, mas esteve longe de lotar. Foram 38.853 pagantes (52.361 presentes), para uma renda de R$ 3.082.555. A parte lateral, mais cara, ficou esvaziada, como já acontecera no Fluminense x Vasco do domingo passado.
Na próxima rodada, o Flamengo viaja para Salvador para enfrentar o Bahia, às 21h50m de quarta-feira. Já o Botafogo, no dia seguinte, pega o Vitória às 19h30m, de novo no Maraca.
Soberania absoluta do Alvinegro
Não demorou para que o amplo domínio do Botafogo aparecesse. Foi questão de minutos, na verdade. E, com a regularidade marcante do time de Oswaldo de Oliveira, foi assim até o fim da etapa. Encaixado na marcação e envolvente no toque de bola, não deu brecha ao apático Flamengo. Lodeiro e Rafael Marques criaram as primeiras chances. E foi do atacante o gol que abriu o placar: em jogada ensaiada, aos 21, Seedorf bateu falta da direita, e ele surgiu na altura da marca do pênati para completar de pé direito, surpreendendo a defesa.
Para se ter uma ideia do grau de dificuldade rubro-negro, até os 32 minutos nenhuma finalização foi registrada. João Paulo inaugurou a estatística, cobrando falta de longe, mas Jefferson pegou. O Flamengo nao tinha transição no meio de campo, com suas peças isoladas. O mapa da mina alvinegro, por sua vez, era o lado direito. Em tabelas rápidas e contragolpes após roubadas de bola, praticamente todas as oportunidades surgiram pelos pés de Gilberto, Vitinho, Seedorf, Rafael Marques e até Lodeiro - este quando variava a posição.
O holandês, aliás, deu azar duas vezes e não foi capaz de levar uma vantagem maior para o intervalo. Em um dos chutes, com Felipe vendido, acertou o travessão, novamente de falta. Do outro lado, Gabriel e Carlos Eduardo não conseguiam manter a posse e municiar Moreno. Os dois foram muito criticados na saída de campo. E sobrou para Gabriel, sacado para a entrada de Adryan. Diego Silva, mal na cobertura, também foi substituído, e Luiz Antônio foi o escolhido para melhorar a saída da defesa.
Inversão de papéis e empate no fim
Como se fosse outra partida, com outros times, o segundo tempo virou do avesso. Com fôlego renovado na marcação, a equipe de Mano se adiantou, viu surtir efeito as mudanças do setor central para a frente e assustou o rival já no primeiro lance. Adryan fez boa jogada e deixou Marcelo Moreno livre para bater, mas Jefferson salvou. O ritmo do clássico no Maracanã caiu um pouco, mas chamou a atenção mesmo a queda do conjunto do Botafogo, que não acertava mais quatro passes em sequência. Assim, a pressão foi inevitável.
O sistema defensivo avinegro sofreu um apagão, e Adryan, que incendiou a partida, carimbou o travessão, aos 16 minutos, sozinho na área. A cena repetiu-se em cinco minutos, só que, desta vez, Elias tocou para o fundo da rede no rebote. Impedido, teve o gol anulado. Não bastasse um, mais uma vez Jefferson foi vencido por Elias, mas a jogada não valeu - só que, agora, a posição era legal, ainda que por alguns centímetros. O destino do volante rubro-negro, porém, ainda nao havia sido traçado no Maracanã.
Já menos organizado, o Flamengo reduziu o ímpeto na reta final, apesar de sempre rondar a área. O Botafogo, acuado, não tinha o que fazer a não ser se segurar. Irreconhecível, contava com a sorte, como em tentativa de Hernane que foi na rede pelo lado de fora, e com a competência de Jefferson. Mas os acréscimos foram longos: cinco minutos, por causa de atendimento justamente a seu goleiro, que cortou a cabeça no início do segundo tempo. E Elias se tornou definitivamente o personagem ao empatar, aos 49, aproveitando lançamento despretensioso de Luiz Antônio. Foi um prêmio a seu esforço e um castigo fatal ao Alvinegro.
O Glorioso, que alcançaria a liderança com o 1 a 0, termina sob lamentos a nona rodada do Brasileiro em terceiro lugar, com 17 pontos, um a menos do que o primeiro colocado Coritiba. E o Flamengo, que entraria na zona de rebaixamento, escapa dela e fica em 15º, jogando para lá o rival Fluminense. Se mexe na tabela, o empate mantém um longo tabu: o Botafogo continua sem vencer o rival em Campeonatos Brasileiros desde 2000 (ou 21 jogos).
saiba mais
- Sofremos um gol no último minuto contra o Inter e foi dolorido. Mas o
Mano sempre fala para não desistirmos nunca. Ia até pedir música para o
"Fantástico", porque fiz três gols - brincou Elias, que teve dois gols
anulados (um bem e um mal, embora em lance muito difícil).Seedorf, autor da assistência para Rafael Marques e destaque no primeiro tempo, foi bastante crítico sobre o desempenho do time após o intervalo.
- No segundo tempo não jogamos para nada. Eles mereceram o empate, um resultado justo. No primeiro tempo jogamos, e no segundo foram eles. Justo assim - definiu.
Mais uma vez, o estádio recebeu um bom público, mas esteve longe de lotar. Foram 38.853 pagantes (52.361 presentes), para uma renda de R$ 3.082.555. A parte lateral, mais cara, ficou esvaziada, como já acontecera no Fluminense x Vasco do domingo passado.
Na próxima rodada, o Flamengo viaja para Salvador para enfrentar o Bahia, às 21h50m de quarta-feira. Já o Botafogo, no dia seguinte, pega o Vitória às 19h30m, de novo no Maraca.
Elias é agarrado por Adryan após marcar o gol de empate aos 49 (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Não demorou para que o amplo domínio do Botafogo aparecesse. Foi questão de minutos, na verdade. E, com a regularidade marcante do time de Oswaldo de Oliveira, foi assim até o fim da etapa. Encaixado na marcação e envolvente no toque de bola, não deu brecha ao apático Flamengo. Lodeiro e Rafael Marques criaram as primeiras chances. E foi do atacante o gol que abriu o placar: em jogada ensaiada, aos 21, Seedorf bateu falta da direita, e ele surgiu na altura da marca do pênati para completar de pé direito, surpreendendo a defesa.
Para se ter uma ideia do grau de dificuldade rubro-negro, até os 32 minutos nenhuma finalização foi registrada. João Paulo inaugurou a estatística, cobrando falta de longe, mas Jefferson pegou. O Flamengo nao tinha transição no meio de campo, com suas peças isoladas. O mapa da mina alvinegro, por sua vez, era o lado direito. Em tabelas rápidas e contragolpes após roubadas de bola, praticamente todas as oportunidades surgiram pelos pés de Gilberto, Vitinho, Seedorf, Rafael Marques e até Lodeiro - este quando variava a posição.
O holandês, aliás, deu azar duas vezes e não foi capaz de levar uma vantagem maior para o intervalo. Em um dos chutes, com Felipe vendido, acertou o travessão, novamente de falta. Do outro lado, Gabriel e Carlos Eduardo não conseguiam manter a posse e municiar Moreno. Os dois foram muito criticados na saída de campo. E sobrou para Gabriel, sacado para a entrada de Adryan. Diego Silva, mal na cobertura, também foi substituído, e Luiz Antônio foi o escolhido para melhorar a saída da defesa.
Rafael Marques comemora o seu gol, após assistência de Seedorf (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Como se fosse outra partida, com outros times, o segundo tempo virou do avesso. Com fôlego renovado na marcação, a equipe de Mano se adiantou, viu surtir efeito as mudanças do setor central para a frente e assustou o rival já no primeiro lance. Adryan fez boa jogada e deixou Marcelo Moreno livre para bater, mas Jefferson salvou. O ritmo do clássico no Maracanã caiu um pouco, mas chamou a atenção mesmo a queda do conjunto do Botafogo, que não acertava mais quatro passes em sequência. Assim, a pressão foi inevitável.
O sistema defensivo avinegro sofreu um apagão, e Adryan, que incendiou a partida, carimbou o travessão, aos 16 minutos, sozinho na área. A cena repetiu-se em cinco minutos, só que, desta vez, Elias tocou para o fundo da rede no rebote. Impedido, teve o gol anulado. Não bastasse um, mais uma vez Jefferson foi vencido por Elias, mas a jogada não valeu - só que, agora, a posição era legal, ainda que por alguns centímetros. O destino do volante rubro-negro, porém, ainda nao havia sido traçado no Maracanã.
Já menos organizado, o Flamengo reduziu o ímpeto na reta final, apesar de sempre rondar a área. O Botafogo, acuado, não tinha o que fazer a não ser se segurar. Irreconhecível, contava com a sorte, como em tentativa de Hernane que foi na rede pelo lado de fora, e com a competência de Jefferson. Mas os acréscimos foram longos: cinco minutos, por causa de atendimento justamente a seu goleiro, que cortou a cabeça no início do segundo tempo. E Elias se tornou definitivamente o personagem ao empatar, aos 49, aproveitando lançamento despretensioso de Luiz Antônio. Foi um prêmio a seu esforço e um castigo fatal ao Alvinegro.
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