Brasileiro fará exibição com Ferrari no Aterro do Flamengo neste domingo. Sem nunca ter corrido no Rio, piloto lamenta fim de autódromo da cidade
Felipe Massa na entrevista deste sábado em Copacabana, Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
O paulista de 31 anos, que desfilará com o modelo F10 - usado na temporada 2010 - por cerca de 30 minutos, não esconde a ansiedade de pilotar um F-1 na Cidade Maravilhosa pela primeira vez:
- Sem dúvida é a realização de um sonho ter a chance de guiar minha Ferrari nas ruas do RJ, que é a Cidade Maravilhosa. Não tem empolgação maior que guiar com o mesmo carro das pistas em seu país, nas ruas, com o público curtindo junto, fazendo barulho. É uma emoção muito grande, e não tinha lugar melhor que o Rio para fazer um evento tão bacana quanto esse. Nunca vou esquecer. Quem não estiver assistindo na rua, vai estar assistindo em casa. Estou muito, muito empolgado - contou Massa, em entrevista coletiva neste sábado.
Traçado que Felipe Massa percorrerá de Ferrari neste domingo, no Aterro do Flamengo (Foto: Divulgação)
- Estou muito triste com o que aconteceu com autódromo do Rio. Era um dos mais importantes do meio da F-1, uma das pistas mais bacanas. Nunca tive a chance de correr no Rio, mas sei que foi uma pista muito importante. Ver o que aconteceu é muito triste. Espero que esse evento sirva para que as pessoas que comandam o automobilismo no país enxerguem que o que aconteceu foi uma besteira e espero que a gente consiga construir um outro autodrómo na cidade - declarou.
Autódromo de Jacarepaguá já está completamente demolido (Foto: Reprodução SporTV)
Único brasileiro na F-1 em 2013, Massa lamenta 'solidão' e faz alerta
Brasileiro aproveitou para alertar a situação ruim do automobilismo no país e (Foto: Divulgação)
- Desde que entrei na F-1, sempre estive acompanhado de brasileiros como o Rubinho, além de outros que entraram, mas não conseguiram continuar, como o (Lucas) Di Grassi, o Bruno e o (Antonio) Pizzonia. E agora quase que o Razia teve a chance de entrar também. Você fica um pouco mais sozinho, né? Até porque os brasileiros são muito grudados nos fins de semana de corridas. Tenho uma boa relação com os outros pilotos, mas o Brasil fica um pouco mais fechado. Espero levantar a bandeira do país o máximo possível e fazer isso melhorar, crescer.
Massa aproveitou para fazer um alerta às autoridades sobre a situação do esporte a motor no país e ressaltou a pouca quantidade de representantes do país disputando e vencendo categorias internacionais.
- O automobilismo brasileiro tem sofrido muito. Tentei ajudar criando uma categoria (a extinta Fórmula Futuro), uma das mais baratas do mundo, mas não funcionou. Não teve pilotos suficiente, mas não deu certo nem pelos pilotos, era pelos autódromos, outras coisas. A mentalidade tem que mudar. Na época que fui correr na Fórmula Renault, cada categoria tinha um brasileiro disputando o campeonato e o título. Hoje em dia é difícil até ver um brasileiro. Espero que isso melhore.
Inglaterra e França como exemplos para automobilismo brasileiro
Tradicional celeiro de pilotos, o Brasil viu em 2012 apenas o carioca Nicolas Costa ser campeão no continente europeu, na Fórmula Abarth. Para Massa, um dos principais motivos do baixo número de representantes do país no caminho da F-1 é a falta de apoio da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Ele destacou exemplos de sucesso da Europa como caminho para melhorar a situação no país.
- A CBA tem muito o que fazer a mais para ajudar. Na Inglaterra e na França, a federação ajuda os pilotos, os patrocina para correr nas primeiras categorias e ajuda a buscar patrocínio para correr na GP2. Isso eu nunca vi no Brasil - ressaltou, citando o exemplo de dois dos países com mais representantes no grid da F-1 atual.
Massa guiará a Ferrari F10 no Rio, modelo usado na temporada 2010 (Foto: Getty Images)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2013/03/massa-ansioso-para-acelerar-pela-1-vez-no-rj-realizacao-de-um-sonho.html
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