sábado, 9 de março de 2013

campeonato paulista - Sob forte chuva, Timão sofre para bater Ituano em jogo de cinco gols

Zagueiro Felipe, de cabeça, marca o gol da vitória corintiana, logo após pênalti perdido por Sheik. Pato entra na etapa final e volta a jogar bem


 A CRÔNICA

por Rodrigo Faber

Foi sofrido, com uma sequência de desespero e alívio que deu alegria à Fiel no Pacaembu. Com os reservas, e em noite de tempestade, o Corinthians venceu o Ituano por 3 a 2 e encerrou um jejum de mais de um mês sem vitória pelo Campeonato Paulista. O último triunfo havia sido na estreia de Alexandre Pato - goleada sobre o Oeste de Itápolis, no dia 2 de fevereiro.

Com o camisa 7 como único titular relacionado para a partida, mas começando no banco, a torcida não esperava tanta ação neste sábado. O Timão ficou à frente do placar duas vezes, mas sofreu com pequenos vacilos de sua zaga e cedeu o empate em ambas as oportunidades. O triunfo viria somente nos minutos finais, em cabeçada certeira de Felipe, logo após Emerson Sheik desperdiçar cobrança de pênalti - o atacante admitiu após o jogo que está "em uma das piores fases da carreira."

O Corinthians volta a campo na quarta-feira, às 22h (horário de Brasília) contra o Tijuana, do México, pela Taça Libertadores da América, no Pacaembu. Pelo estadual, o Timão enfrenta o União Barbarense, no sábado, também em casa. Já o Ituano encara o XV de Piracicaba no estádio Novelli Júnior, em Itu, na sexta-feira.

Emerson Sheik, Corinthians x Ituano (Foto: Miguel Schincariol/Agência Estado)Emerson Sheik, em lance do jogo entre Corinthians e Ituano (Foto: Miguel Schincariol/Agência Estado)

Chuva de gols
Nem mesmo o ótimo sistema de drenagem do Pacaembu foi capaz de evitar que algumas poças d’água se formassem no gramado, tamanha era a tempestade que começou a cair meia hora antes da partida. Os raios e trovões não desanimaram a Fiel, que parecia ainda mais animada que o normal com o mau tempo. O clima contagiou também as duas equipes, que se lançaram ao ataque desde o início.

Sem se intimidar por sua condição de visitante, o Ituano não adotou a postura cautelosa que a maioria dos adversários corintianos no Pacaembu costuma utilizar. Com um meio-campo compacto e rápido, o time do interior apostava em lançamentos longos e em cruzamentos para o meio da área. Danilo Fernandes chegou a se atrapalhar com a bola molhada, mas nada que prejudicasse o Timão nos minutos iniciais.

A transição do Corinthians entre defesa e ataque era falha. Ainda sem o ritmo de jogo apresentado no fim do ano passado, quando disputou o Mundial de Clubes no Japão, o meia Douglas abusava dos passes errados. Mais adiantado devido à presença de Willian Arão na contenção, Guilherme ajudava a pressionar a saída de bola do Ituano, mas o Timão encontrava dificuldades nos toques curtos no setor ofensivo.

A brecha encontrada pelo Corinthians viria em uma jogada coletiva de qualidade. Romarinho enfiou para Emerson, que, da esquerda, cruzou para Edenílson ajeitar e chutar para abrir o placar.

A reação do Ituano viria seis minutos depois: em cruzamento de Fernando Gabriel, Cleber cabeceou à queima-roupa, empatando o jogo. Insistente, o time do interior continuou criando jogadas e encontrando jogadores às costas da zaga adversária. Poderia ter conseguido a virada.

Em busca de demonstrar serviço ao técnico Tite, os reservas do Corinthians corriam sem parar. Um dos que mais se movimentavam, cumprindo função tática importante no meio-campo, Guilherme foi premiado com um belo gol após tanta disposição - uma pancada de falta.

O Ituano, porém, voltou a empatar. Com liberdade na área, o meia Luciano recebeu e tocou colocado, no canto esquerdo de Danilo Fernandes. Mais uma prova que, nem de longe, a chuva esfriou o clima do confronto.
A ausência de um centroavante de ofício foi sentida pelo Corinthians nas jogadas ofensivas do início da etapa complementar. Emerson saía para o jogo e atraía a marcação, mas sentia dificuldades para se entender com Romarinho. Quando utilizado como pivô, o parceiro de ataque de Sheik se atrapalhava com a bola e não conseguia fazer as tradicionais tabelas protagonizadas à exaustão pelo peruano Paolo Guerrero.

Timão pressiona
Um pouco mais resguardado que no primeiro tempo, o Ituano parecia satisfeito com o empate. O time visitante pasou a investir em raros avanços ao ataque pelos flancos. Do lado corintiano, Douglas, ainda muito mal na troca de passes, arriscou dois chutes de fora da área que arrancaram gritos animados da Fiel, mas nada que desse trabalho ao goleiro Wagner.

Quem não estava feliz com o empate era o técnico Tite. Impaciente em sua área de trabalho, caminhando de um lado para o outro, o comandante chegou a entrar em campo para tirar uma bola arremessada equivocadamente por um gandula e evitar que o Timão perdesse tempo no jogo. Aos 15 minutos, ele deixou a torcida ainda mais animada: chamou Alexandre Pato, único titular relacionado para esta partida, para entrar no lugar de Igor.

Com cinco minutos em campo, Pato fez mais que os outros atacantes na partida inteira. Em sua primeira jogada, saiu cara a cara com Wagner e, por pouco, não conseguiu driblar o goleiro. Depois, limpou a marcação da entrada na área e disparou chute forte, que bateu na rede pelo lado de fora. Na sequência, em levantamento pelo lado esquerdo, desviou de cabeça e só não recolocou o Timão em vantagem porque a zaga do Ituano salvou em cima da linha.

A chuva parou, mas o Corinthians teve oportunidade de fazer valer o ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Em jogada individual pela esquerda, Alexandre Pato invadiu a área e foi derrubado por Cleber. O árbitro marcou pênalti. Na cobrança, frustração para a Fiel: Emerson Sheik, que já havia desperdiçado penalidade na goleada por 5 a 0 sobre o Oeste de Itápolis, voltou a errar.

Mal sabiam os torcedores que o alívio viria no lance seguinte. Como o goleiro Wagner espalmou o pênalti para a linha de fundo, o Corinthians ganhou o escanteio. Na cobrança de Douglas, o zagueiro Felipe, que usava uma touca para proteger um machucado, subiu mais que a defesa do Ituano e empurrou a bola para a rede, de cabeça. Fim do jejum de vitórias pelo estadual. E do jeito que o alvinegro gosta: sofrido até o fim.


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