Especialistas ouvidos pelo GLOBOESPORTE.COM aprovam estádio fora de Santos e valorizam momento econômico da Baixada Santista
Dirigentes santistas já conheceram a Arena do
Grêmio (Foto: Wesley Santos/Divulgação)
Grêmio (Foto: Wesley Santos/Divulgação)
Tricolores e alviverdes adotaram caminhos opostos. Diferente do que planeja o Santos, os dois clubes optaram pela demolição de seus estádios. O Grêmio, porém, decidiu construir a arena em outro terreno, cerca de 12,5 quilômetros (ou 23 minutos) distante do Olímpico. Já o Palmeiras optou por erguer sua nova casa na área do antigo Palestra Itália.
Segundo Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos (responsável pela gestão da Arena), a opção pela mudança de ares se deu pela necessidade de um local mais amplo às obras planejadas para viabilizar o estádio - o empreendimento conta com shopping, centro de convenções, salas comerciais, hotel, edifício-garagem e complexo habitacional.
– Teremos todo um corredor de desenvolvimento, dando suporte ao estádio. Além de hotel, shopping e centro de eventos, serão mais de três mil apartamentos. Na verdade, criamos um "novo bairro". Em Amsterdam também foi assim. Trata-se do mesmo conceito – destacou.
No caso do Palmeiras, a conclusão de que o ideal seria erguer o estádio no terreno do próprio Palestra surgiu a partir do que Rogério Dezembro, diretor de novos negócios da WTorre (construtora que está erguendo a arena alviverde), vê como fundamental na concepção do empreendimento: o plano de negócios.
– Construir um estádio não é barato, especialmente com padrão Fifa. O plano estudado orientou o projeto de arquitetura da Arena. Colocamos os bois à frente da carroça, e não o contrário. Isso é padrão no mundo, mas no Brasil, era inédito – explicou.
Arena Palestra Itália está 45% concluída e deve ficar pronta no final de 2013 (Foto: Divulgação)
Antonini e Dezembro veem com bons olhos a possibilidade de o Peixe erguer sua sonhada arena fora de Santos - no caso, em Cubatão, também na Baixada Santista. Antonini destacou o exemplo do próprio Grêmio, cujo novo estádio será de mais fácil acesso aos torcedores que residem na região metropolitana de Porto Alegre.
– O Olímpico fica na zona sul, na ponta da cidade, enquanto a Arena do Grêmio está ao lado do aeroporto, na entrada (de Porto Alegre). Para a região metropolitana, o acesso fica mais fácil. No caso do Santos, uma situação interessante, merecedora de estudo, é a de uma possível arena nas proximidades das rodovias de acesso (a São Paulo). O empreendimento continuaria perto de Santos, mas próximo aos torcedores da capital, onde se encontra a maioria dos santistas – apontou.
– Realmente, é preciso pensar "fora da caixa", não se limitar a Santos, mas ser abrangente em termos de Baixada. Nesse caso, o plano de negócios deveria levar em conta as zonas de impacto. Elas definem parâmetros como quem a arena vai atender, qual a renda dessa população ou qual o entretenimento daquela região. Além disso, considerar meses de verão e não verão, porque há uma mudança radical no perfil da população – emendou Dezembro.
O diretor da WTorre destacou, ainda, a expansão econômica vivida por Santos em função dos investimentos na indústria do petróleo e do pré-sal, além da posição geográfica da cidade no litoral. Características que, para o especialista, não podem ser esquecidas dentro de um de estudo de viabilidade.
– Santos passa por um crescimento acelerado, com investimentos que têm atraído grandes empresas. É uma cidade central em relação a Guarujá, Riviera de São Lourenço, Praia Grande e Itanhaém, que recebem muita gente nas férias. Além disso, a indústria do petróleo vai concentrar muitos profissionais e eventos. Haverá demanda para um centro de convenções? Que atividades poderiam ser criadas e hospedadas em uma arena multiuso? Há uma vocação que merece ser estudada – analisou.
Apesar de almejar novo estádio, Santos não vai abandonar Vila (Foto: Marcelo Hazan / Globoesporte.com)
O Santos, enquanto isso, está atento a projetos em andamento no Brasil e
mesmo no exterior. Prova disso é que, recentemente, dois integrantes do
Comitê de Gestão estiveram em Portugal estudando a viabilidade da Arena
do Dragão, casa do Porto.– Estamos acompanhando. Eu mesmo já fui conhecer a Arena do Grêmio, temos pessoas do clube acompanhando as obras como um todo. Os conceitos para esse segmento das arenas são novos, suscetíveis a erros e acertos. Há vários modelos econômicos e de operação, e temos que estar atentos a isso. Até para estudar a viabilidade – concluiu o vice-presidente santista, Odílio Rodrigues.
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