Representantes da WSL visitam o local, após pedido de surfistas, insatisfeitos com a água. Proteção de restingas e transporte gratuito são medidas em prol do ambiente
A poluição nas águas da Barra da Tijuca vai levar a etapa brasileira do
Circuito Mundial de 2016 para Grumari, praia mais remota, situada em uma
reserva ecológica, ao lado da Prainha, no Recreio dos Bandeirantes.
Representantes da Liga Mundial de Surfe (WSL) fizeram na última
segunda-feira visita técnica ao local, após pedidos de surfistas, que
reclamaram da poluição nas praias do Postinho e de São Conrado, no Rio
de Janeiro. Por estar dentro de um parque, a ideia é promover um evento
mais sustentável, adaptando a estrutura de forma que não cause nenhum
dano ao ambiente, protegendo as restingas do local. A Prefeitura do Rio
se mostrou satisfeita com a proposta apresentada pelos organizadores da
WSL.
- Fizemos um estudo técnico do lugar, apresentando as soluções para os problemas que enfrentaremos. Já está praticamente certo, mas falta uma aprovação final da WSL. O Graham (Stapelberg, diretor internacional de eventos da WSL), que está há muitos anos no mercado, fez uma visita nesta semana. Como a praia está dentro de uma reserva, a ideia é fazer um evento cada vez mais sustentável. A causa de levar o evento para lá foi a qualidade da água na Barra. Foi uma solicitação feita pelos atletas. Corremos atrás, falei com o prefeito (Eduardo Paes) e ele liberou. O prefeito está amarradão de mostrar um lado mais natureza, um evento no parque. O lugar é alucinante - contou Teco Padaratz, um dos organizadores da etapa brasileira da WSL.
Um
dia após o fim da etapa do Rio, vencida por Filipe Toledo, no Postinho,
o comissário Kieren Perrow apresentou à WSL um pedido formal em nome
dos atletas, solicitando a mudança do palco para São Conrado. A esquerda
forte e tubular no canto esquerdo da praia é um desejo antigo dos
surfistas. No entanto, a qualidade da água ainda é um obstáculo e as
condições não estariam perfeitas já para a próxima temporada. Bicampeão
mundial pela Divisão de Acesso (QS), Teco explicou que o problema está
sendo resolvido e elogiou as ondas de Grumari.
- Os projetos para despoluição estão indo bem em São Conrado, queremos ver água limpa. Os surfistas queriam poder competir em São Conrado e apelaram para as autoridades tomarem medidas em prol do saneamento, querem que isso ande logo para que eles possam competir lá. Aquele lugar ali é mágico, uma esquerda forte e tubular, lembra até Pipeline. A onda de Grumari lembra muito as ondas da França, de Hossegor, com ondas tubulares, que quebram em diferentes picos para os dois lados (esquerdas e direitas). Quando bate o terral, o mar fica clássico - analisou o organizador da etapa brasileira, pioneiro no surfe e um dos responsáveis por abrir os caminhos para a geração conhecida como Brazilian Storm (Tempestade Brasileira).
Além da conservação das restingas, que serão protegidas, outra medida em prol do meio ambiente será o controle de acesso ao local. Assim como já ocorre no verão, a única via que leva às praias de Prainha e Grumari são fechadas para veículos quando o estacionamento atinge lotação máxima. A organização da WSL planeja oferecer transporte público e gratuito através de vans e micro-ônibus a partir de alguns pontos estratégicos, como shoppings da região. Outro desafio é implementar uma boa rede de internet na área isolada e com montanhas.
- O maior
problema que todo mundo imagina é o trânsito e o transporte até a
praia. Mas estamos com projetos de translados, um transporte público e
gratuito para todo mundo, com conexões em shoppings e pontos
estratégicos. Queremos botar livre e amplo acesso para as pessoas. Vai
ter uma hora que fecha o acesso para quem vem de carro, mas, mesmo
quando fechar, estaremos com esse transporte. A questão ambiental terá
uma atenção especial, principalmente, em cima das restingas. Para
proteger o ambiente, vamos cercar as áreas que dão acesso ao público. Já
fizemos isso em outros locais como Imbituba (RS), por exemplo, e até no
Postinho. Outra questão é a internet, o sinal, por conta das montanhas.
Mas estamos vendo isso também e, a princípio, vai dar para fazer tudo -
explicou Teco.
Em maio deste ano, o despejo irregular de esgoto no canto esquerdo da praia de São Conrado, local que seria palco alternativo do evento, fez a organização da WSL recorrer a um "plano B", incluindo o Meio da Barra, entre os postos 6 a 7 da Barra da Tijuca. O palco principal permaneceu no Postinho, logo ao lado, embora as condições estivessem longe do ideal, o que gerou uma série de reclamações por parte dos surfistas.
Na época, a situação alarmante foi ilustrada em fotos, que mostraram uma mancha marrom se espalhando pelo mar azul. Alguns dos tops da elite que competiram no Rio revelaram ter sentido mal estar, com sintomas como enjoo, dores estomacais e ânsia de vômito.
Filipinho passou mal e atribuiu a qualidade da água como causa,
Wiggolly Dantas sentiu um forte cheiro de esgoto na água e Kelly Slater e C. J. Hobgood também reclamaram que não estavam se sentindo bem, culpando também a poluição no Postinho.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2015/11/grumari-sera-palco-da-etapa-carioca-do-circuito-mundial-mais-sustentavel.html
- Fizemos um estudo técnico do lugar, apresentando as soluções para os problemas que enfrentaremos. Já está praticamente certo, mas falta uma aprovação final da WSL. O Graham (Stapelberg, diretor internacional de eventos da WSL), que está há muitos anos no mercado, fez uma visita nesta semana. Como a praia está dentro de uma reserva, a ideia é fazer um evento cada vez mais sustentável. A causa de levar o evento para lá foi a qualidade da água na Barra. Foi uma solicitação feita pelos atletas. Corremos atrás, falei com o prefeito (Eduardo Paes) e ele liberou. O prefeito está amarradão de mostrar um lado mais natureza, um evento no parque. O lugar é alucinante - contou Teco Padaratz, um dos organizadores da etapa brasileira da WSL.
Em maio, registro de poluição que avançou da
região do Quebra-Mar ao Postinho (Foto:
Mário Moscatelli/OlhoVerde)
- Os projetos para despoluição estão indo bem em São Conrado, queremos ver água limpa. Os surfistas queriam poder competir em São Conrado e apelaram para as autoridades tomarem medidas em prol do saneamento, querem que isso ande logo para que eles possam competir lá. Aquele lugar ali é mágico, uma esquerda forte e tubular, lembra até Pipeline. A onda de Grumari lembra muito as ondas da França, de Hossegor, com ondas tubulares, que quebram em diferentes picos para os dois lados (esquerdas e direitas). Quando bate o terral, o mar fica clássico - analisou o organizador da etapa brasileira, pioneiro no surfe e um dos responsáveis por abrir os caminhos para a geração conhecida como Brazilian Storm (Tempestade Brasileira).
Além da conservação das restingas, que serão protegidas, outra medida em prol do meio ambiente será o controle de acesso ao local. Assim como já ocorre no verão, a única via que leva às praias de Prainha e Grumari são fechadas para veículos quando o estacionamento atinge lotação máxima. A organização da WSL planeja oferecer transporte público e gratuito através de vans e micro-ônibus a partir de alguns pontos estratégicos, como shoppings da região. Outro desafio é implementar uma boa rede de internet na área isolada e com montanhas.
Surfistas reclamaram da poluição na Barra e alguns até passaram mal (Foto: Moscatelli/Olho Verde)
Em maio deste ano, o despejo irregular de esgoto no canto esquerdo da praia de São Conrado, local que seria palco alternativo do evento, fez a organização da WSL recorrer a um "plano B", incluindo o Meio da Barra, entre os postos 6 a 7 da Barra da Tijuca. O palco principal permaneceu no Postinho, logo ao lado, embora as condições estivessem longe do ideal, o que gerou uma série de reclamações por parte dos surfistas.
Na época, a situação alarmante foi ilustrada em fotos, que mostraram uma mancha marrom se espalhando pelo mar azul. Alguns dos tops da elite que competiram no Rio revelaram ter sentido mal estar, com sintomas como enjoo, dores estomacais e ânsia de vômito.
Filipinho passou mal e atribuiu a qualidade da água como causa,
Wiggolly Dantas sentiu um forte cheiro de esgoto na água e Kelly Slater e C. J. Hobgood também reclamaram que não estavam se sentindo bem, culpando também a poluição no Postinho.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2015/11/grumari-sera-palco-da-etapa-carioca-do-circuito-mundial-mais-sustentavel.html
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