Eduardo Corassa, de 29 anos, faz apenas duas refeições diárias com cerca de 4kg de frutas e legumes, mas tem disposição para surfar, correr e lutar.
Eduardo antes e depois (Foto:Arquivo Pessoal )
- Eu sempre fui gordinho, fora de forma e não sabia que tinha de
praticar esportes e tampouco me ligava na questão de saúde. Ia sempre ao
médico com diferentes problemas. Com 18 anos, virei um jogador
cibernético profissional e engordei muito por conta da má alimentação
nas viagens que fiz para competir. Vivia de fast food,
fumava, bebia cerveja em excesso e cheguei a ter 25kg a mais do que
tenho hoje. Vi que precisava mudar e me exercitar. Entrei para a
academia, emagreci um pouco, mas não estava satisfeito. Comecei a
estudar muito sobre alimentação e percebi que a má formação do
organismo, baixa coordenação motora e até doenças frequentes eram
associadas ao processo de cozimento da comida. Fiquei maravilhado porque
nunca mais tive nada - explicou Eduardo, de 65kg e 1,73m.
Legumes, frutas, musculação e surfe: a
rotina do estudante Eduardo Corassa (Foto: Editoria de Arte)
- É algo muito mais mental do que uma dificuldade fisiológica. Quando nos deparamos com uma mudança na dieta, achamos que é algo muito difícil. Mas comer fruta, se bem escolhida ou madura, é prazeroso para qualquer pessoa. O cerébro se adapta em mais ou menos duas semanas para isso. Nunca tinha comido legume cru e não tinha boa alimentação. Só havia comido salada aos 20 anos. Não sinto falta de nada que comia. Como uma tigela inteira de salada e fico satisfeito - frisou.
Quanto mais estudava, mas via que estava certo, pois me sentia cada
vez melhor em todos os sentidos. Não virei atleta, mas o desempenho
melhorou "
Eduardo Corassa
- Essa foi a parte mais difícil. Eu me senti estranho por estar comendo de forma diferente. Hoje, o veganismo é muito mais disseminado. O meu pai falava que eu estava louco, o médico dizia que eu iria morrer, minha mãe reclamava que eu ia passar fome. Cancelei meu plano de saúde e meus amigos não acreditavam. Era difícil se privar dos restaurantes e comecei a desenvolver o meu método. Qualquer restaurante tem sucos, frutas e saladas. Mas também comia antes de sair de casa para não passar fome. A longo prazo, quanto mais estudava, mas via que estava certo, pois me sentia cada vez melhor. Não virei atleta, mas o desempenho melhorou dentro da minha capacidade. Pretendo chegar aos 120 anos - ressaltou o estudante, que já escreveu cinco livros a respeito do "universo vegano".
Eduardo Corassa mostra os ingredientes do seu
jantar: legumes e mais legumes (Foto:
Igor Christ/EuAtleta)
- Alguns alimentos precisam ser cozidos para aumentar o seu potencial nutricional, exemplo é o tomate, quando assado ou cozido tem maior teor de licopeno. A dieta vegana é pobre em proteínas e também pode haver carência de vitamina B12, que não pode ser obtida através de alimentos de origem vegetal, apenas animal, e tem importante atuação no sistema nervoso e cardiovascular, e principalmente zinco. A B12 vai ter que ser suplementada, diariamente, de 5 a 10mcg - explicou.
Por sua vez, Eduardo explica que não faz uso de qualquer tipo de suplementação.
- A pessoas que não são vegetarianas normalmente possuem mais vitamina B21 e assim uma taxa mais alta do que a de um vegano. Mas muitos onívaros ainda sofrem desse tipo de carência. Só que isso não prejudica a minha saúde - encerrou o estudante.
Seja o estilo de vida que você resolva adotar, o importante é que a saúde precisa vir em sempre primeiro lugar. Então, informe-se, procure um especialista e tome a decisão de forma consciente.
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