Bisneto de uma índia, levantador se beneficia com saída do capitão Bruninho para o vôlei italiano, ganha moral com o chefe e vê sua vida mudar da água para o vinho
Com
a saída do capitão Bruninho, que deixou o
Rio de Janeiro para jogar na
Itália, o levantador
Índio assumiu a responsabilidade de comandar o
atual campeão da Superliga dentro de quadra
(Foto: Arquivo pessoal)
- Confesso que deu aquele friozinho na barriga e bateu aquela ansiedade até a primeira partida sem ele. Mas a ficha caiu assim que entrei em quadra, e percebi que dali para frente era comigo e que não tinha outro jeito. Sabia que minha responsabilidade iria dobrar. Mas o Bruninho conversou bastante comigo, me deu algumas dicas e me passou muita confiança. Ele foi muito importante nesse processo, afinal não estava substituindo qualquer um. É um desafio bom na carreira de qualquer jovem atleta. Minha vida mudou da água para o vinho - afirmou.
Carreira que por muito pouco não chegou ao fim precocemente após a temporada 2012/2013, quando o jogador defendeu o extinto time de Pindamonhangaba, hoje Taubaté. Cansado da desgastante rotina de treinos, viagens e jogos, o levantador, que neste sábado comandará o Rio de Janeiro contra o Volta Redonda, às 20h, em Ilha de São João, pela 6ª rodada do segundo turno da Superliga masculina, voltou para o pequeno município de Matosinhos, a cerca de 40km de Belo Horizonte, e resolveu dar um tempo longe das quadras ao lado da família.
Convites para um retorno não faltaram, mas as dores no corpo e as incertezas em relação ao futuro fizeram o levantador de 23 anos manter de pé sua decisão de parar de jogar. Índio só não esperava que um inesperado telefonema do técnico Marcelo Fronckowiak fosse mudar seus planos e interromper seu descanso.
- Lembro que estava dormindo em casa quando o telefone tocou. Era o Marcelo (Fronckowiak) para dizer que o Guilherme tinha se machucado e que precisava de um reserva para o Bruninho. Não pensei duas vezes, e aceitei o desafio. Primeiro por ser um pedido dele, que foi meu treinador no Minas Tênis e é uma pessoa muito importante na minha carreira, e depois pela oportunidade de defender o atual campeão da Superliga num time repleto de craques da seleção brasileira - contou o levantador.
Com
a mesma personalidade que
substituiu o capitão Bruninho no
time do Rio
de Janeiro, Índio
mostra intimidade com seu
violão e com a namorada
Camila, ex-jogadora de
vôlei do Minas Tênis e do
Mackenzie (Foto:
Editoria de Arte)
saiba mais
Entre um mergulho na Praia da Barra e um simples passeio pelas ruas da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, os pedidos para uma foto ou um autógrafo têm se multiplicado a cada dia. Difícil agora tem sido encontrar uma brecha na agenda para conciliar a vida de "celebridade" instantânea com o pouco tempo livre fora das quadras para desbravar a Cidade Maravilhosa. Sempre sob o olhar atento da namorada Camila, que aproveitou uma folga na faculdade para visita o namorado no Rio de Janeiro.
- Já avisei a ele que em breve pretendo vir morar no Rio, porque senão ele me enrola. Afinal, já estamos juntos há sete anos, né! - provocou a ex-jogadora de vôlei de 23 anos, com passagens pelo Minas Tênis e Mackenzie.
Evangélico e leitor voraz de autores bíblicos, o "point" preferido desse mineiro de Matosinhos é a Assembleia de Deus, no próprio bairro onde vive. Mas o hobbie que tem ocupado a maior parte do tempo do levantador quando ele não está em quadra com o time do Rio de Janeiro é dedilhar os acordes de seu violão.
Quando não está em quadra, o levantador Índio
mostra intimidade com seu violão nas horas
vagas (Foto: Marcello pires)
Descendência indígena não influenciou no apelido
- Eu era pequeno quando minha bisavó morreu e convivi muito pouco com ela. Minha avó até manteve algumas tradições com orações e superstições indígenas por um tempo, mas com o nascimento dos netos esse ritual foi se perdendo - explicou o torcedor do Cruzeiro, que antes do vôlei arriscou uma bolinha por influência do pai Evaldo.
- Meu pai foi jogador do Vila Nova, de Belo Horizonte, e passou pela categorias de base do Fluminense, mas teve um problema nas costas e parou de jogar cedo. Eu joguei até os 12 anos, mas como jogador de futebol fui um grande levantador (risos).
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/02/apos-desistir-da-aposentadoria-indio-lucra-com-crise-e-vira-titular-no-rio.html
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