A CRÔNICA
por
Alexandre Lozetti
Quem diria que o Corinthians, atual campeão do mundo, eliminaria o
Luverdense, atual campeão mato-grossense, por apenas um gol? Um golzinho
só, de falta, feito inédito em 2013. Há mais de um ano, desde julho de
2012, mês do título da Libertadores, o Timão não marcava dessa forma. E
foi assim, com muito mais equilíbrio do que se imaginava, que a equipe
paulista garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Brasil.
Antes da partida, um gato preto caminhou sorrateiramente pelas numeradas do Pacaembu. Contra o gato, veio o Pato. Ele sofreu a falta, bateu, teve ajuda do goleiro, e quebrou o jejum de 13 meses. A vitória por 2 a 0, completada depois por Fábio Santos, deixou a torcida ansiosa até o fim. Um chute despretensioso, uma falha da zaga, um gol do Luverdense jogaria tudo por água abaixo após a zebra da última semana, quando o time de apenas nove anos de idade venceu o primeiro jogo por 1 a 0.
O Timão, assim como tem ocorrido no Campeonato Brasileiro, esteve muito longe de empolgar. Criou mais chances até chegar, no fim do primeiro tempo, ao placar que o interessava. Depois, cozinhou o resultado, opção bem duvidosa para um campeão mundial que enfrenta uma equipe da terceira divisão.
De bom, fica a atuação de Douglas, por cujos pés passaram quase todas as boas jogadas ofensivas do Corinthians. O meia aproveitou bem as ausências dos suspensos Romarinho e Sheik, e certamente colocou dúvidas na cabeça de Tite para a sequência do ano, para uma equipe que parece em declínio. A marcação nas laterais é algo que terá de ser corrigido para a próxima fase. O rival será o Grêmio, que bateu o Santos por 2 a 0 em Porto Alegre.
Eficiência x Coragem
O Corinthians conseguiu resolver sua situação ainda no primeiro tempo, mas há de se louvar a coragem do Luverdense. Mesmo com a vantagem no placar, construída uma semana antes, o time comandado por Júnior Rocha ousou tentar dominar o campeão do mundo em sua casa. Os anfitriões demoraram mais de dois minutos para conseguirem passar do meio de campo. Mas quando passaram...
Não há coragem que supere a diferença de qualidade. Ousado, o Luverdense só causou algum suspiro em sua torcida nos lançamentos de Rafael Tavares. A grande chance veio em falha da zaga alvinegra, que errou a linha de impedimento, e viu Cássio, com a camisa de Gylmar dos Santos Neves, fazer grande defesa em cabeçada de Tosin.
Mesmo sem o domínio esperado, o Corinthians conseguiu criar chances e mais chances. Poderia ter feito três, quatro, até cinco gols. Fez só dois, suficientes para ir tranquilo ao vestiário. Alexandre Pato sofreu falta de Raul Prata. Ele mesmo bateu, e teve a generosa colaboração do goleiro Gabriel Leite, que espalmou para dentro.
Nos últimos minutos, um gol improvável. O meia Douglas cruzou, o volante Ibson desviou de letra, e o lateral-esquerdo Fábio Santos completou, caído. Inversão total de papéis para que a verdade entre os times ficasse estabelecida, e, finalmente, o Timão alcançasse o placar que o classificaria.
Pato e Douglas, por sinal, conduziram o Corinthians. O atacante chamou a responsabilidade, fez jogadas individuais, e o meia teve inteligência para armar o ataque. É que Guerrero não esteve numa noite feliz. Desperdiçou duas oportunidades, uma incrível, após arrancar livre, driblar o goleiro, mas perder para Gilson, na cobertura.
Preguiça x Limitações
O Corinthians já tinha o placar que precisava. O Luverdense precisava de apenas um gol. Nenhum dos treinadores mexeu nas equipes no intervalo, mas o jogo perdeu muito da emoção da etapa inicial. Os visitantes tentaram se manter no campo de ataque, e voltaram a sofrer com as limitações técnicas. Já o Timão se acomodou com a vantagem, e ficou à espreita, à espera de erros do adversário.
A defesa do time de Lucas do Rio Verde demonstrou uma enorme vontade de entregar quando foi pressionada, no início do segundo tempo, mas os atacantes corintianos não aproveitaram os vacilos. Logo a marcação voltou a recuar, e o Luverdense voltou a ficar por mais tempo com a bola.
Os atacantes Misael e Tosin saíram machucados, e o ímpeto do surpreendente campeão do Mato Grosso diminuiu. Samuel e Tatu receberam poucas bolas. Vibração, mesmo, dos 28.576 pagantes, só quando o placar anunciou os gols de Paulo Baier e Éderson, do Atlético-PR, que eliminaram o Palmeiras da Copa do Brasil.
E para quem esperou tanto por um gol de falta, quase saiu outro. Douglas bateu bem, mas a bola raspou a rede por cima da trave. Pato, muito pior do que no primeiro tempo, pediu para sair. Tite não deixou. Disse que ele iria jogar.
Sem pressão do Luverdense, sem ousadia do Corinthians, os torcedores esperaram o apito final do árbitro no gelado Pacaembu. Vaga garantida, obrigação cumprida, futebol fraco.
Antes da partida, um gato preto caminhou sorrateiramente pelas numeradas do Pacaembu. Contra o gato, veio o Pato. Ele sofreu a falta, bateu, teve ajuda do goleiro, e quebrou o jejum de 13 meses. A vitória por 2 a 0, completada depois por Fábio Santos, deixou a torcida ansiosa até o fim. Um chute despretensioso, uma falha da zaga, um gol do Luverdense jogaria tudo por água abaixo após a zebra da última semana, quando o time de apenas nove anos de idade venceu o primeiro jogo por 1 a 0.
O Timão, assim como tem ocorrido no Campeonato Brasileiro, esteve muito longe de empolgar. Criou mais chances até chegar, no fim do primeiro tempo, ao placar que o interessava. Depois, cozinhou o resultado, opção bem duvidosa para um campeão mundial que enfrenta uma equipe da terceira divisão.
De bom, fica a atuação de Douglas, por cujos pés passaram quase todas as boas jogadas ofensivas do Corinthians. O meia aproveitou bem as ausências dos suspensos Romarinho e Sheik, e certamente colocou dúvidas na cabeça de Tite para a sequência do ano, para uma equipe que parece em declínio. A marcação nas laterais é algo que terá de ser corrigido para a próxima fase. O rival será o Grêmio, que bateu o Santos por 2 a 0 em Porto Alegre.
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Enquanto o Luverdense pode voltar cheio de orgulho para Lucas do Rio
Verde, o Timão vai receber o Flamengo, no Pacaembu, pelo Brasileirão, no
próximo domingo. A meta é tentar voltar ao grupo dos quatro primeiros
colocados da competição, a famosa zona da Libertadores.
Pato faz sua comemoração misteriosa após fazer gol de falta (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
O Corinthians conseguiu resolver sua situação ainda no primeiro tempo, mas há de se louvar a coragem do Luverdense. Mesmo com a vantagem no placar, construída uma semana antes, o time comandado por Júnior Rocha ousou tentar dominar o campeão do mundo em sua casa. Os anfitriões demoraram mais de dois minutos para conseguirem passar do meio de campo. Mas quando passaram...
Não há coragem que supere a diferença de qualidade. Ousado, o Luverdense só causou algum suspiro em sua torcida nos lançamentos de Rafael Tavares. A grande chance veio em falha da zaga alvinegra, que errou a linha de impedimento, e viu Cássio, com a camisa de Gylmar dos Santos Neves, fazer grande defesa em cabeçada de Tosin.
Mesmo sem o domínio esperado, o Corinthians conseguiu criar chances e mais chances. Poderia ter feito três, quatro, até cinco gols. Fez só dois, suficientes para ir tranquilo ao vestiário. Alexandre Pato sofreu falta de Raul Prata. Ele mesmo bateu, e teve a generosa colaboração do goleiro Gabriel Leite, que espalmou para dentro.
Nos últimos minutos, um gol improvável. O meia Douglas cruzou, o volante Ibson desviou de letra, e o lateral-esquerdo Fábio Santos completou, caído. Inversão total de papéis para que a verdade entre os times ficasse estabelecida, e, finalmente, o Timão alcançasse o placar que o classificaria.
Pato e Douglas, por sinal, conduziram o Corinthians. O atacante chamou a responsabilidade, fez jogadas individuais, e o meia teve inteligência para armar o ataque. É que Guerrero não esteve numa noite feliz. Desperdiçou duas oportunidades, uma incrível, após arrancar livre, driblar o goleiro, mas perder para Gilson, na cobertura.
Guerrero não fez boa partida e perdeu chances de gol no Pacaembu (Foto: Marcos Ribolli)
O Corinthians já tinha o placar que precisava. O Luverdense precisava de apenas um gol. Nenhum dos treinadores mexeu nas equipes no intervalo, mas o jogo perdeu muito da emoção da etapa inicial. Os visitantes tentaram se manter no campo de ataque, e voltaram a sofrer com as limitações técnicas. Já o Timão se acomodou com a vantagem, e ficou à espreita, à espera de erros do adversário.
A defesa do time de Lucas do Rio Verde demonstrou uma enorme vontade de entregar quando foi pressionada, no início do segundo tempo, mas os atacantes corintianos não aproveitaram os vacilos. Logo a marcação voltou a recuar, e o Luverdense voltou a ficar por mais tempo com a bola.
Os atacantes Misael e Tosin saíram machucados, e o ímpeto do surpreendente campeão do Mato Grosso diminuiu. Samuel e Tatu receberam poucas bolas. Vibração, mesmo, dos 28.576 pagantes, só quando o placar anunciou os gols de Paulo Baier e Éderson, do Atlético-PR, que eliminaram o Palmeiras da Copa do Brasil.
E para quem esperou tanto por um gol de falta, quase saiu outro. Douglas bateu bem, mas a bola raspou a rede por cima da trave. Pato, muito pior do que no primeiro tempo, pediu para sair. Tite não deixou. Disse que ele iria jogar.
Sem pressão do Luverdense, sem ousadia do Corinthians, os torcedores esperaram o apito final do árbitro no gelado Pacaembu. Vaga garantida, obrigação cumprida, futebol fraco.
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