Ideia de promover evento esportivo para divulgar o Hotel Anders transforma Stare Jablonki em roteiro turístico e impulsiona o comércio da região
Com apenas 700 habitantes, Stare Jablonki está longe de ter a fama de
cidades como Varsóvia, Cracóvia ou Gdansk. Mas, desde 2004, entrou no
mapa do vôlei mundial graças ao sonho ousado de uma família polonesa.
Para elevar seu hotel ao posto de referência na região de Mazury, os
Dowgiallo apostaram na organização de eventos esportivos e colheram
frutos bem maiores do que imaginavam. Criaram um novo conceito de
férias e geraram um boom econômico. Com a realização do Mundial de vôlei
de praia, acreditam que tenham multiplicado em até 20 vezes a renda dos
estabelecimentos comerciais na semana passada.
Andrzje Dowgiallo trabalhava com turismo há anos. Em 1992, comprou um
terreno em um local privilegiado pela natureza, cercado por lagos e por
uma reserva de pinheiros, para se tornar um empreendedor. O negócio
começou modesto, com apenas 20 quartos, contando apenas com a beleza e a
tranquilidade do local como atrativo. A visão empresarial do polonês o
incentivou a buscar um novo chamariz, e um jogador de vôlei deu a dica.
Atleta do indoor, Piotr havia regressado dos Estados Unidos, onde fora apresentado à modalidade das areias. Estava encantado com o sucesso que ela fazia e passou seu conhecimento à família dona do hotel em que se hospedou nas férias. Ensinou as regras, a como montar uma quadra e semeou a ideia que Andrzje buscava. Com ajuda da esposa, o empresário contatou a Federação Polonesa e iniciou uma parceria que se ampliou ao longo dos anos. Tomasz, filho do casal e ex-jogador de handebol, procurava uma ocupação produtiva após sua aposentadoria do esporte e abraçou a ideia. Atualmente é o diretor do evento.
A primeira experiência da família foi a organização de um campeonato
europeu de base. O hotel cresceu - hoje tem 350 quartos, além de
piscina, spas, etc -, e os donos também deram um salto como promotores
de evento ao receber, em 2004, o Open de Stare Jablonki, na época apenas
para o naipe masculino. Organizaram ainda outras quatro edições da
competição, já com participação feminina, até alcançar o nível de Grand
Slam em 2010. E, no ano passado, souberam que o pequenino vilarejo
sediaria o Mundial de vôlei de praia.
A estrutura do evento era surpreendente. Além das sete quadras e dos jogos, com arquibancada quase sempre cheia, o complexo tinha palco com shows diários, além de recreação durante todo o dia para crianças e adultos. No lago, os torcedores se refrescavam do calor (para os padrões poloneses), enquanto outros tomavam sol deitados em cangas estendidas no gramado. Os restaurantes e as barraquinhas de lanches completavam a oferta de serviços.
- O interessante é que, como é um lugar afastado, ninguém vem de passagem. As pessoas que estão aqui precisaram planejar a viagem e vieram aqui porque queriam participar, vivenciar este evento. É isto que torna a atmosfera tão legal. A região inteira se envolve e quer participar. Trabalhamos muito duro para tornar isso possível, mas o retorno e a satisfação compensam - disse Tomasz.
Magdalena, irmã deTomasz, também está diretamente envolvida na
organização, que apresenta números impressionantes, ainda mais levando
em conta que, durante o restante do ano, apenas 700 cidadãos vivem em
Stare Jablonki. Somando montagem, manutenção, voluntariado e os
serviços, 1.500 pessoas trabalharam no torneio. Sete hotéis da região
foram mobilizados apenas para receber os atletas, árbitros e
profissionais que atuaram no Mundial. E tantos outros, além de campings,
estiveram lotados abrigando parte dos 120 mil torcedores esperados nos
sete dias de competição.
- Normalmente a primeira semana de julho é considerada um período de
temporada baixa aqui. E durante o torneio simplesmente todos os hotéis
em um raio de muitos, muitos quilômetros estão sem vagas. Só fecharemos
os números nesta semana, mas acreditamos que os ganhos tenham sido 20
vezes maiores do que seriam em uma semana comum - avaliou Tomasz.
Durante os jogos, a mesma empolgação da família Dowgiallo foi compartilhada pela torcida polonesa. O público vê o evento como um programa de férias e passou dias inteiros na arena aproveitando todo o entretenimento que ela oferecia. Józef Kowalkowski, que trabalha em uma indústria polonesa, foi de Olsztyn a Stare Jablonki, distantes cerca de 30km, com a esposa e a filha.
- As crianças brincam no gramado, dançam com os recreadores, tiram foto com o mascote. E desde cedo aprendem a torcer, aprendem que o esporte é saudável. É muito bom. É um passeio que vale a pena, sem dúvidas.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2013/07/marketing-ferias-e-boom-economico-o-mundial-em-uma-vila-de-700-pessoas.html
A família Dowgiallo: Andrzje, com a bola, a esposa Wanda, e os filhos Magdalena e Tomasz (Foto: FIVB)
Atleta do indoor, Piotr havia regressado dos Estados Unidos, onde fora apresentado à modalidade das areias. Estava encantado com o sucesso que ela fazia e passou seu conhecimento à família dona do hotel em que se hospedou nas férias. Ensinou as regras, a como montar uma quadra e semeou a ideia que Andrzje buscava. Com ajuda da esposa, o empresário contatou a Federação Polonesa e iniciou uma parceria que se ampliou ao longo dos anos. Tomasz, filho do casal e ex-jogador de handebol, procurava uma ocupação produtiva após sua aposentadoria do esporte e abraçou a ideia. Atualmente é o diretor do evento.
Parte da propriedade do Hotel Anders, que hoje
tem 350 quartos (Foto: Reprodução)
tem 350 quartos (Foto: Reprodução)
A estrutura do evento era surpreendente. Além das sete quadras e dos jogos, com arquibancada quase sempre cheia, o complexo tinha palco com shows diários, além de recreação durante todo o dia para crianças e adultos. No lago, os torcedores se refrescavam do calor (para os padrões poloneses), enquanto outros tomavam sol deitados em cangas estendidas no gramado. Os restaurantes e as barraquinhas de lanches completavam a oferta de serviços.
- O interessante é que, como é um lugar afastado, ninguém vem de passagem. As pessoas que estão aqui precisaram planejar a viagem e vieram aqui porque queriam participar, vivenciar este evento. É isto que torna a atmosfera tão legal. A região inteira se envolve e quer participar. Trabalhamos muito duro para tornar isso possível, mas o retorno e a satisfação compensam - disse Tomasz.
Entre um jogo e outro, torcedores tomam sol no gramado ou se refrescam no lago (Foto: Helena Rebello)
Palco recebe show diários, além de animadores
que inventam coreografias (Foto: Helena Rebello)
que inventam coreografias (Foto: Helena Rebello)
Durante os jogos, a mesma empolgação da família Dowgiallo foi compartilhada pela torcida polonesa. O público vê o evento como um programa de férias e passou dias inteiros na arena aproveitando todo o entretenimento que ela oferecia. Józef Kowalkowski, que trabalha em uma indústria polonesa, foi de Olsztyn a Stare Jablonki, distantes cerca de 30km, com a esposa e a filha.
- As crianças brincam no gramado, dançam com os recreadores, tiram foto com o mascote. E desde cedo aprendem a torcer, aprendem que o esporte é saudável. É muito bom. É um passeio que vale a pena, sem dúvidas.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-mundial-de-volei-de-praia/noticia/2013/07/marketing-ferias-e-boom-economico-o-mundial-em-uma-vila-de-700-pessoas.html
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