Vinícius Paquetá, que havia deixado a Gávea por ficar nu na concentração, é dispensado pelo Joseense, clube do interior de São Paulo
Paquetá ao lado de Ronaldo no Flamengo
(Foto: Arquivo Pessoal)
(Foto: Arquivo Pessoal)
Foi artilheiro de campeonatos juvenis e a promoção ao time profissional parecia ser questão de tempo. Mas, aos 20 anos, quando estava prestes a subir à equipe principal, participou de uma aposta em que teria que ficar pelado na concentração. A brincadeira foi reprovada por Zico, na época diretor executivo do clube, e o jogador decidiu deixar a Gávea em 2010.
Três anos se passaram. Agora jogador do Clube Atlético Joseense, da terceira divisão de São Paulo, Vinícius Paquetá novamente se envolve em um caso de indisciplina. Contratado para ser uma das esperanças de gol da equipe no Campeonato Paulista da Série A3, o atleta acabou não rendendo o esperado e foi dispensado pelo clube por problemas disciplinares.
Nessa segunda-feira, 1, a rescisão contratual do Joseense com o jogador foi publicada no BID (Boletim Informativo Diário), da CBF. O gerente de futebol do time, Renato Santiago, prefere não entrar em detalhes sobre o ocorrido.
- Teve um episódio de indisciplina. Demos uma nova chance, mas isso voltou a acontecer e, tanto eu como o Rafael (Guanaes, técnico) e o presidente (Nelson Guanaes) decidimos afastar o jogador e agora rescindimos o contrato em acordo com ele.
- Sempre tentamos auxiliar o próximo. Demos a chance, mas quando o jogador não aproveita (...) ele é jovem e torço para que retome a carreira e tenha sucesso - completou o dirigente.
Após a dispensa, o GLOBOESPORTE.COM tentou entrar em contato com o jogador por telefone. Porém, não conseguiu encontrar o atleta.
O atacante Vinícius Paquetá em treino no Clube Atlético Joseense (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)
Vinícius Paquetá chegou ao Flamengo em 2003 para jogar na categoria mirim.
Cresceu no Ninho do Urubu e, com o passar do tempo, ganhou o status de promessa ao ser artilheiro em campeonatos de base. O futuro do atacante parecia promissor. Mas, durante a Copa do Mundo da África do Sul, fez uma aposta que, sem saber, mudaria o próprio destino.
Vinícius Paquetá durante treino em São José (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)
“Se ele fizer, eu tiro a roupa e vou lá fora”. El Loco correu para a bola e, de cavadinha, marcou o gol que classificou o Uruguai para a semifinal da Copa.
- O Loco fez o gol, mas eu não fui lá fora. Não sou maluco. Apenas arriei as calças e os moleques começaram a me olhar assustados. Mas subi logo depois. Foi uma coisa rápida. O problema é que o vigia da concentração contava tudo para os caras (dirigentes). E ele acabou contando isso - relembra o atleta em entrevista concedida em janeiro.
O episódio chegou aos ouvidos de Zico, então diretor executivo do Fla. Na época, o Galinho falou que estava preocupado com as categorias de base do clube por causa de problemas de comportamento. Paquetá ficou suspenso por 20 dias pelo ato. Porém, acredita que “fizeram uma tempestade em copo d’água”.
- Quando aconteceu isso na concentração, estava também acontecendo o caso do goleiro Bruno. Então, a pressão era grande sobre o Flamengo.
Infelizmente, foi na hora errada. Mas não precisava tudo isso - diz.
O atacante Vinícius Paquetá, em 2009, durante treino do Flamengo (Foto: Eduardo Peixoto/Globoesporte.com)
A declaração de Zico sobre o comportamento dos garotos da base deixou o atacante chateado. Para ele, o ídolo rubro-negro deveria ter tomado outra atitude quando soube do acontecido na concentração.
- Achei errado ele não ter me chamado no canto e conversado comigo para saber o que tinha acontecido. Ele não quis saber o que houve. Os meninos eram testemunhas do que aconteceu, mas ele não ouviu e saiu falando. Não deveria ter feito isso. Ainda mais com uma joia. Com uma joia da casa e que tinha muitos anos de Flamengo - lamenta.
Zico foi diretor executivo do Flamengo
(Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
(Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)
- Tínhamos gente que cuidava da base. Eles eram os responsáveis em cuidar dos garotos e nós recebíamos apenas o que era passado por eles. Não lembro muito bem do que aconteceu na época, mas sei que teve um episódio desse tipo - afirma o ex-camisa 10 flamenguista.
O atual coordenador das categorias de base do clube carioca, Carlos Noval, tinha assumido o cargo há pouco tempo quando Vinícius Paquetá fez essa brincadeira. Diz também não lembrar muito do caso porque aconteceu há mais de dois anos.
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