domingo, 8 de novembro de 2015

"Eu não tinha o direito de impedir", diz mãe de Maya Gabeira em Nazaré


Yamê Reis viajou junto com a filha e acompanhou todo processo. Surfista pegou uma onda de quase 12 metros que pode ser a maior onda surfada por uma mulher este ano




Por
Nazaré, Portugal


Na frente do Forte São Miguel Arcanjo, construído em 1577, quebram as maiores ondas do mundo. São paredões de água que podem chegar a 30 metros de altura. Este é o famoso canhão de Nazaré que Maya encarou de frente e quase morreu dois anos atrás. Este ano, ela se despiu do medo e voltou ao mesmo lugar para surfar uma onda de quase doze metros de altura. O feito a coloca na briga pelo título de maior onda surfada por uma mulher em 2015.

- Esse lugar sempre vai ser muito especial. O que eu vivi aqui, não vou viver em mais lugar nenhum, se Deus quiser. Foi uma experiência única que me marcou para sempre com certeza - celebra Maya.

Maya Gabeira em Portugal (Foto: Reprodução TV Globo)
Maya Gabeira observa o mar onde quase 
morreu há dois anos em Nazaré, Portugal 
(Foto: Reprodução TV Globo)


Apesar de vitoriosa, Maya revela que ainda sente dores causadas pelo episódio
- Foi sofrimento não pelo tempo que eu fiquei sem surfar, mas eu fiquei limitada em vários aspectos da minha vida. Eu não surfava, mas eu também não andava, e, quando eu comecei a andar, eu não podia viajar e, depois, eu não podia isso, depois eu não podia aquilo, e foram várias cirurgias, e muito tempo de hospital. Então, demorou a eu me sentir bem de novo. Até hoje eu sinto dor.

Maya Gabeira surfe nazaré (Foto: Guilherme Soares/Divulgação)
Maya Gabeira antes de entrar no Mas em 
Nazaré para pegar a maior onda deste ano 
(Foto: Guilherme Soares/Divulgação)


O sofrimento da surfista foi visto no mundo inteiro. Até mesmo a pacata cidade de Nazaré com apenas 15 mil habitantes parou para acompanhar o drama da brasileira. Porém, a angústia de um coração permaneceu em silêncio por dois anos, o de Yamê Reis, mãe de Maya. Ela foi a pessoa quem acompanhou todo o processo de perto. Desde a decisão da filha de virar surfista profissional, aos 17 anos, até um dos piores dias da sua vida: 28 de setembro de 2013.

- A Maya surpreendeu: ela passou, ela foi muito além dos limites que a gente poderia imaginar.Lembro que eu tinha dormido sem celular no quarto e acordei e fui direto pegar o celular e já tinha uma mensagem dela "atende o telefone, atende o telefone". Eu fiquei com ele na mão e ela me ligou. A gente tem essa combinação, que eu preciso saber da notícia por ela, porque se for outra pessoa, eu vou achar que ela não está bem - revela Yamê.

Maya e Mãe (Foto: Reprodução / Instagram)Maya e Mãe (Foto: Reprodução / Instagram)


Qualquer mãe ficaria transtornada com a notícia de que a filha acabara de despencar de mais de 20 metros de altura. Mas Yamê foi tranquilizada pela felicidade da filha. Parece loucura, mas essa foi a palavra usada por Maya enquanto era resgatada de ambulância.

- Ela já estava sendo transferida na ambulância. E me disse Foi o que eu ouvi dela. Dali em diante, eu começava a ouvir coisas horríveis, mas eu já estava calma, meu coração já estava calmo, porque eu já tinha falado com ela.

Esse ano, Yamê resolveu acompanhar tudo de pertinho.

- Eu acompanhei esse preparo dela todo. E eu também não posso fazer nada. Foi uma decisão dela, eu não tinha o direito de pedir para ela não voltar. A mãe pensa que não é a mesma onda, a mãe pensa que é uma onda perfeita, que ela vai conseguir completar sem cair. É isso que eu penso.
Maya também contou com o apoio de um time de peso: Edilson Assunção, o Alemão de Maresias; Carlos Burle e Pedro Scooby.

surfe Alemão de Maresias Carlos Burle, Maya Gabeira e Pedro Scooby   (Foto: Hugo Silva)
Em Nazaré, a equipe com a corajosa: Alemão 
de Maresias Carlos Burle, Maya Gabeira e 
Pedro Scooby (Foto: Hugo Silva)


(OBS. DO BLOG:
PARA ASSISTIR AO VÍDEO  CLIC 
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2015/11/maya-gabeira-volta-nazare-onde-quase-morreu-no-mar-ha-dois-anos.html

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