segunda-feira, 11 de maio de 2015

Rio de Janeiro é superado pelo Volero e fica fora do pódio no adeus de Fofão

Na disputa bronze no Mundial de Clubes, equipe brasileira é derrotada por 3 sets a 0 pelas donas da casa; Eczacibasi fica com o título ao bater o Dínamo Krasnodar


Por
Zurique, Suíça


Não era um domingo como outro qualquer. Além da medalha de bronze que estaria em jogo em Zurique, a partida contra o Volero Zurich marcaria a despedida oficial de Fofão. Depois de erguer o troféu da Superliga, a ideia da equipe era ver a campeã olímpica de 45 anos sair de cena ocupando um degrau do pódio. Mas não deu. O representante brasileiro no Mundial de Clubes foi superado pelas anfitriãs e terminou a competição na quarta colocação: 3 sets a 0, parciais de 25/21, 25/17 e 25/18. O título ficou com o Eczacibasi, da Turquia, que bateu o russo Dínamo Krasnodar, de Fabíola e Fernanda Garay, na final: 3 a 1 (25/16, 25/21, 24/26 e 25/19).

Fofão despedida Rio de Janeiro x Volero Zurich vôlei (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX)
Fofão em ação contra o Volero Zurich (Foto:
 Marcio Rodrigues/MPIX)

Depois de duas tentativas frustradas (nas edições de 2013 e 2014), o Volero finalmente assegurou uma medalha na competição. O destaque da partida foi a oposta ucraniana Olesia Rykhliuk. Ela anotou 17 pontos e quebrou o recorde do torneio, que estava em poder da Ekaterina Gamova desde o ano passado: 85 acertos contra 93. Pelo lado do Rio de Janeiro, Gabi conseguiu 13 pontos.
Após o término da disputa, Fofão agradeceu a cada uma de suas companheiras. Os integrantes da comissão técnica também ganharam um abraço da levantadora.

Fofão despedida Rio de Janeiro x Volero Zurich vôlei (Foto: Marcio Rodrigues/MPIX)
Fofão comemora ponto do Rio de Janeiro em sua
 última partida na carreira (Foto:
 Marcio Rodrigues/MPIX)


-  Cheguei aqui hoje e pensei que seria tudo pela última vez. Desde a hora em que saí do vestiário... Sabia que era a despedida. A temporada foi especial do começo ao fim, desde que decidi que seria a última. Tentei fazer dela o melhor possível, doando o meu melhor para todo mundo. Era a última oportunidade em que eu poderia ensinar ou contribuir com alguma coisa. O vôlei me ensinou a ser uma pessoa melhor. Conviver em grupo nem sempre é fácil e temos que nos doar sempre um pouquinho mais a cada dia. Todo dia aprendi coisas novas e levarei elas para o resto da minha vida - disse.

A capitã do time manteve a serenidade habitual. Não mostrava tristeza pela aposentadoria nem pela derrota.

- Não falei nada demais (para as companheiras). Estava apenas agradecendo a todos. Recebi muito carinho. As meninas sempre me incentivaram e a comissão teve um cuidado muito grande comigo. Tenho que agradecer à torcida também. Eles deram a maior força e acreditaram no time o tempo todo. É muita gente para agradecer, mas esses fizeram parte do meu dia a dia nesta temporada. O time todo se doou muito. Eu não chegaria até aqui se não tivesse a ajuda delas. O tempo todo pensavam em mim, me ajudavam, me preservaram... A gente lutou junto, acreditou junto e fico feliz de ter conseguido chegar até aqui com elas. Será uma temporada inesquecível para mim e, sem dúvida, para elas também.

Rio de Janeiro x Volero Zurich Mundial vôlei (Foto: Divulgação / FIVB)
Olesia Rykhliuk foi a maior pontuadora da partida
 (Foto: Divulgação / FIVB)


Fofão ainda fará um jogo festivo no dia 24 de maio, em São Caetano do Sul. O evento reunirá atletas de diferentes gerações do vôlei nacional.
- Quero dar mais atenção à família, que ficou um pouco de lado ao longo de toda a minha carreira. Depois, pretendo me preparar, antes de retornar ao vôlei. Quero estar envolvida com vôlei. É o que eu sei fazer, o que gosto de fazer e o que me dá alegria.

Mais tarde, em sua conta em uma rede social, ela deixou registrada mais uma vez sua gratidão pela equipe que fez parte do último dos seus 30 anos de trajetória. No currículo, cinco Olimpíadas e três medalhas (dois bronzes e um ouro). Entre as conquistas com a camisa da seleção estão ainda seis títulos do Grand Prix, um ouro nos no Pan de Winnipeg 1999, dois vice-campeonatos mundiais. Nos clubes, foi cinco vezes campeã da Superliga, venceu a Liga dos Campeões e um Mundial.

Fofão despedida Rio de Janeiro x Volero Zurich vôlei (Foto: Divulgação / FIVB)Fofão fará jogo festivo em São Caetano (Foto: Divulgação / FIVB)


"Por este grupo tudo valeu a pena. Todo esforço, todo sacrifício, cada suor, cada rolamento, cada salto, todos os treinamentos aos domingos, toda dor sentida. Mas o que vou levar para sempre na minha memória serão as risadas, as brincadeiras, todas as vezes que as coxinhas sumiam, do manchetão que as pretinhas sempre venciam. É dessa alegria que vou me lembrar. Obrigada a cada uma que fez com que meu sonho fosse possível, obrigada pela entrega na busca dos nossos objetivos. Vocês são vencedoras, são guerreiras e eu tenho muito orgulho de cada uma. Estarei sempre na torcida por vocês, sempre. Hoje se encerra um ciclo de 30 anos dedicados ao voleibol. O dever de missão cumprida me dá a certeza de que fiz o meu melhor em todos os momentos, joguei com o coração e alegria, mas a hora chegou e estou muito feliz porque pude escolher o meu momento. Muito obrigada a todos que contribuíram e fizeram parte desta minha linda trajetória. E obrigada meu Deus que fez com que tudo isso fosse possível", escreveu.


Tabela

Grupo A
Volero (SUI) 3 x 1 Mirador (DOM)
Volero (SUI) 1 x 3 Rio de Janeiro
Rio de Janeiro 3 x 0 Mirador (DOM)

Grupo B
Eczacibasi Vitra (TUR) 2 x 3 Hisamitsu Springs (JAP)
Eczacibasi (TUR) 3 x 0 Dínamo Krasnodar (RUS)
Hisamitsu Springs (JAP) 1 x 3 Dínamo Krasnodar (RUS)

Semifinais
Eczacibasi (TUR) 3 x 1 Volero (SUI)
Rio de Janeiro 1 x 3 Dínamo Krasnodar (RUS)

Disputa do bronze
Volero (SUI) 3 x 0 Rio de Janeiro

Final
Eczacibasi (TUR)  3 x 1 Dínamo Krasnodar (RUS)


FONTE:
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