sexta-feira, 8 de maio de 2015

Depois de oito anos longe, Riad vibra com volta à seleção: "Fiz por merecer"

Central admite que, até ser novamente lembrado por Bernardinho no mês passado, não pensava mais em jogar pelo Brasil, mas agora promete lutar para ir às Olimpíadas


Por
Rio de Janeiro

 
Central Riad seleção vôlei (Foto: Alexandre Arruda/CBV)Riad está de volta à seleção depois de oito anos (Foto: Alexandre Arruda/CBV)


Antes de figurar na lista de convocados por Bernardinho no dia 17 de abril, o central Riad tinha vivido a mesma sensação pela última vez no longínquo ano de 2007, quando ainda defendia o clube italiano Bre Banca Lannutti Cuneo. Ser lembrando pelo técnico da seleção brasileira de vôlei nem era mais uma possibilidade na carreira do jogador de 33 anos, recém transferido do Sesi-SP para o São Paulo/Taubaté. O tempo foi suficiente para Riad se desacostumar da camisa do Brasil, que ele volta a vestir novamente com orgulho. E por merecimento, acredita.

- Dá (para desacostumar), para mim dá. A última convocação foi em 2007, me desacostumei. Estava bem tranquilo fazendo o meu trabalho no clube e seleção era consequência. No ano passando tive um problema no ombro e toda aquela situação do Rio de Janeiro, e depois fui para o Sesi-SP mais focado, com uma estrutura quase perfeita que me ofereceu todas as condições de apresentar o nível que apresentei na Superliga. Estar aqui (na seleção) é questão de mérito e acredito que, pelo que fiz na Superliga, fiz por merecer estar de volta - afirmou Riad, eleito o melhor bloqueador da última Superliga, pelo vice-campeão Sesi-SP.

O momento conturbado citado por Riad foi o turbulento último ano da equipe do Rio de Janeiro, que no ano passado, após perder seu principal patrocínio, se viu sem dinheiro até para pagar os salários dos jogadores. Com tudo isso, Riad não esconde que a temporada que chegou ao fim no mês passado foi um momento especial na carreira.

Estar aqui (na seleção) é questão de mérito e acredito que, pelo que fiz na Superliga, fiz por merecer
Riad

- Se é o melhor momento da minha carreira é difícil falar, na Itália também tive excelentes anos, mas aqui no Brasil foi a melhor Superliga que fiz. O título não veio, mas nunca tinha jogado uma Superliga como a que fiz no Sesi-SP. Aqui no Brasil foi o meu melhor ano, com certeza.

Riad está junto com o grupo principal da seleção, voltado para a Liga Mundial e que começou a treinar no início da semana passada. Nesta semana, já em Saquarema, esses jogadores ganharam a companhia de outros atletas que treinavam em São Bernardo do Campo, a maioria voltada para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, que será no mesmo período da Liga. Entre os centrais inscritos para a principal competição do ano, Riad terá a concorrência de Éder, Isac, Lucão, Maurício Souza e Sidão. Para o jogador, ele sai atrás dos companheiros.

- Todo mundo aqui está no mesmo nível, mas diria que estou até um pouco atrás porque fiquei muito tempo ausente daqui, e nesse tempo já se passaram duas Olimpíadas, dois Campeonatos Mundiais, diversas Ligas Mundiais e Copas do Mundo, e eu não estava. Estou atrás pelo fato de terem mais experiência internacional do que eu, jogadores que já fizeram final olímpica e mundial, jogadores campeões mundiais de 2010, e até de 2006, que é o caso do Murilo. Espero que não seja uma coisa que interfira se eu tiver a oportunidade de estar em quadra. Saio atrás nesse sentido, mas nas questões de nível técnico e físico, acho que está todo mundo igual - avaliou.

Central Riad seleção vôlei (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Riad acredita sair um pouco atrás dos demais 
concorrentes à posição de central na seleção 
(Foto: Alexandre Arruda/CBV)


O central carioca admite que já não pensava mais em seleção brasileira a esta altura da carreira, principalmente pela proximidade hoje dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016. Agora, presente no grupo, espera poder estar na lista final da sonhada competição.



- Peso diferente que tem é que já não esperava mais e isso faz acreditar. Agora o problema é com ele (Bernardinho). Vou vir aqui e dar o meu máximo. Realmente não passava pela minha cabeça, justamente pelo fato de faltar um ano para as Olimpíadas. O fato de estar aqui mostra que todo mundo tem chance, que todo mundo vai lutar pela vaga. Também estou aqui para lutar de igual para igual com todo mundo, vou dar meu máximo como sempre fiz, e se a oportunidade aparecer a gente vai tentar pegar - finalizou Riad.

Na Liga Mundial, com a provável presença de Riad, o Brasil integra o Grupo A da fase de classificação, com estreia contra a Sérvia, nos dias 29 e 31 de maio, em Belo Horizonte. Depois, enfrenta a Austrália em 5 e 7 junho, em São Bernardo do Campo, e a Itália, nos dias 2 e 3 de julho, em Cuiabá. Depois dos confrontos com a Austrália no Brasil, a equipe de Bernardinho visita os três países adversários e então retorna ao Brasil para os duelos contra a Itália.


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