sábado, 15 de novembro de 2014

Palmeiras aposta em garotos, e São Paulo deixa base badalada de lado

Por necessidade, Verdão investe na garotada. Time titular do clássico tem três revelações. Em boa fase, Tricolor usa nomes de peso e poucos atletas de Cotia


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São Paulo


Nathan João Pedro Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)João Pedro, 18, e Nathan, 19, são titulares do Verdão (Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)


Não é só a tabela de classificação do Brasileiro que opõe as diferenças entre São Paulo e Palmeiras, rivais no clássico deste domingo, às 19h30, no Morumbi. O Tricolor (segundo colocado), na briga pelo título, aposta em nomes de peso para seguir fazendo sucesso: Kaká, Paulo Henrique Ganso, Luis Fabiano e Alan Kardec, ex-Palmeiras. Em contrapartida, o clube famoso pela estrutura do CT das categorias de base, em Cotia, não aproveita tanto os garotos que forma. Filosofia oposta à do Verdão. Por necessidade, o Alviverde passou a investir forte nas revelações e agora vê a espinha dorsal da equipe de Dorival Júnior formada por garotos nascidos na Academia de Futebol.

Do provável time palmeirense para o Choque-Rei, três são garotos revelados no Verdão: o lateral-direito João Pedro (que completa 18 anos neste sábado), o zagueiro Nathan (19) e o volante e também lateral-esquerdo Victor Luis (21). Motivo de orgulho para o presidente Paulo Nobre.

- O (Erasmo) Damiani (gerente da base) foi contratado e colocou uma metodologia. Houve uma limpa total na base. Os que se encaixam na nova filosofia permaneceram. Os diretores estatutários são muito dedicados. O fruto, que normalmente começa a aparecer a médio prazo, veio a curto prazo. Mas temos de saber valorizar: muitos desses jogadores, não todos, mas alguns apareceram em gestões anteriores. Se não concordávamos com a metodologia de antes, tanto é que trocamos, não significa que tudo o que foi feito era ruim. Tanto que o resultado está aparecendo com jogadores que estavam na base há muito tempo - diz Paulo Nobre.

Mesmo com a pressão da briga contra o rebaixamento, Dorival segue apostando nos garotos e aprova o desempenho deles nas partidas do time. 

- Há um amadurecimento natural. Os jogadores estão dando uma boa resposta. A preparação é necessária, mas isso é fruto do excelente trabalho das categorias de base do Palmeiras. É por isso que os garotos estão aparecendo. Para nós cabe dar a oportunidade e sustentar essa condição - disse Dorival.

Muricy Ramalho São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)
Muricy trabalha com jogadores experientes e 
poucos da base, como Lucão, ao centro
(Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)


Ainda que no passado jogadores nascidos em Cotia tenham rendido fortunas ao São Paulo, como Lucas (R$ 103 milhões), Breno (R$ 50 milhões), Casemiro (R$ 19 milhões) e Oscar (R$ 17 milhões), poucos são aproveitados atualmente. Do time profissional que treina na Barra Funda, sete jogadores vieram de lá: o lateral Auro, o zagueiro Lucão, o volante Rodrigo Caio, o meia Boschilia, além dos atacantes Ademilson e Ewandro. O meia Matheus Caldeira e o atacante Joanderson chegaram a ser inscritos na Copa Sul-Americana, mas não foram utilizados.

Dos citados acima, pode-se dizer que o único que teve sucesso com Muricy foi Rodrigo Caio, que se recupera de grave lesão no joelho e só volta no ano que vem. Boschilia é utilizado de vez em quando, assim como Ewandro. Auro ganhou uma sequência como titular, mas logo caiu em desgraça com o treinador por ser ofensivo demais e causar problemas ao sistema de marcação, como deixou claro o técnico em recente entrevista coletiva. Hoje, quem tem mais moral com o treinador é Lucão, que está sendo preparado para 2015, já que sofreu uma fratura no pé e também só volta a jogar no ano que vem.

Até hoje, existe um São Paulo na Barra Funda (onde fica o CT do time principal) e outro São Paulo em Cotia (da base). Agora, fui convidado para fazer parte dessa integração e estou animado para trabalhar. Aquilo lá é gigante, precisa dar jogador a toda hora. Infelizmente, tinha um dono lá que atrapalhava muito
Muricy Ramalho

- Eu trabalho com números. Quando ele (Auro) estava jogando, tomamos 11 gols em quatro partidas. Nos quatro jogos seguintes, sem ele, tomamos apenas um gol. Aqui ninguém está de brincadeira . Eu sempre trabalho no que é melhor para o clube - disse Muricy, justificando a saída do jovem lateral-direito do time. 

Fora das quatro linhas, a base é motivo de muita polêmica no clube do Morumbi. Irritado com o modelo de gestão imposto por Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar resolveu radicalizar: demitiu o ex-presidente e, com ele, mandou embora José Geraldo de Almeida e Marcos Tadeu, que eram os responsáveis pelo futebol amador. Um profissional remunerado (Júnior Chávare) foi contratado, o que agradou ao técnico Muricy Ramalho, que bateu duro nos antigos mandatários.

- Conheço o trabalho de base do São Paulo porque trabalhei lá antes de chegar ao profissional. Falei tudo que penso. É preciso, primeiro, que se crie uma integração. Até hoje, existe um São Paulo na Barra Funda (onde fica o CT do time principal) e outro São Paulo em Cotia (da base). Agora, fui convidado para fazer parte dessa integração e estou animado para trabalhar. Aquilo lá é gigante, precisa dar jogador a toda hora. Infelizmente, tinha um dono lá que atrapalhava muito - afirmou o treinador.

Clássico na base

Os times sub-17 de Palmeiras e São Paulo se enfrentam neste sábado, às 11h, no estádio da Rua Javari, por uma vaga na decisão do Campeonato Paulista da categoria. No primeiro jogo, em Cotia, o Verdão venceu por 2 a 1, com dois gols de Gabriel Fernando, que tem 34 na competição, 15 a mais que Nego, do Independente, e Claudinho, do Santos, os vice-artilheiros. Como fez melhor campanha na primeira fase, o Palmeiras pode até perder por um gol de diferença para se classificar.


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