Técnico deixou o campo feliz com o empate, conquistado nos minutos finais do jogo, e explicou escolha pelo veterano meia: "Era o mais preparado para a pressão"
O técnico Mano Menezes disse ter ficado feliz com a
apresentação do Corinthians no clássico com o Palmeiras, neste sábado, no
Pacaembu. Mesmo com o time correndo atrás do placar a maior parte do jogo – Henrique
fez 1 a 0 para o Palmeiras aos 25 minutos do primeiro tempo, e Danilo só
empatou nos acréscimos da etapa final -, o treinador afirmou que seus jogadores
poderiam ter tido melhor sorte no duelo.
- Penso que merecíamos até ter vencido. Fizemos um início de jogo muito bom, com controle das ações, mas com deficiências nas conclusões. Ao tomamos o gol, perdemos um pouco da tranquilidade, ficamos querendo disputar o lance de forma mais ríspida do que tecnicamente. A equipe, de um modo geral, controlou boa parte do jogo para vencê-lo. Cedeu alguns contra-ataques, mas tinha que ceder mesmo, precisava arriscar – afirmou.
- Penso que merecíamos até ter vencido. Fizemos um início de jogo muito bom, com controle das ações, mas com deficiências nas conclusões. Ao tomamos o gol, perdemos um pouco da tranquilidade, ficamos querendo disputar o lance de forma mais ríspida do que tecnicamente. A equipe, de um modo geral, controlou boa parte do jogo para vencê-lo. Cedeu alguns contra-ataques, mas tinha que ceder mesmo, precisava arriscar – afirmou.
O comandante alvinegro exaltou Danilo, que entrou em campo
minutos antes de marcar o gol de empate, e a fama de decisivo do veterano. Mano
explicou porque decidiu lançar o meia no fim da partida.
- Era uma hora muito difícil de se jogar, naquele momento em
que a bola queima no pé do jovem. Danilo era mais preparado para trabalhar
sobre pressão, por isso o escolhi. O futebol tem sua dose de repetição, não
deve ser à toa.
Danilo comemora o gol de empate do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli)
Agora, com uma única competição até o final da temporada,
Mano quer aproveitar os períodos sem jogos durante as semanas para fazer a
equipe engrenar por uma vaga na Libertadores de 2015.
- Temos a possibilidade de fazer do limão uma limonada. A
eliminação na Copa do Brasil nos custou caro, temos que fazer com que ela custe
caro também para nossos adversários – concluiu.
O Corinthians, com 53 pontos no Brasileiro, volta a campo no
próximo sábado. Após uma maratona longe de casa, a equipe retorna à Arena de
Itaquera para receber o Coritiba, às 21h.
Confira, abaixo, a íntegra da coletiva do técnico corintiano
Avaliação do jogo
Penso que merecíamos até ter
vencido o clássico. Fizemos um início de jogo muito bom, com controle das ações
de modo geral, boa chegada na frente, mas com deficiência na conclusão e na
tomada de decisão final. Poderia ter sido melhor. Tomamos o gol, perdemos um
pouco, ficamos querendo disputar mais de forma ríspida do que técnica e a bola
começou a repicar para o adversário. Você tem de ser mais frio. Foi isso que
falei no intervalo. A equipe, de modo geral, controlou o jogo para vencer.
Cedemos alguns contra-ataques no fim do jogo, mas tínhamos de ceder. E também
arriscar mais, como foi nas alterações.
Estrela de Danilo
A escolha sobre o Danilo foi porque era uma hora muito difícil de jogar. Mesmo
o Gustavo Tocantins sendo mais atacante, de área, naquela hora a bola queima
muito no pé do jovem. Danilo era um jogador mais preparado para trabalhar sob
pressão, por isso o escolhi. O futebol tem sua dose de repetição. Não deve ser
à toa que se repete tanto. O Danilo está de parabéns, assim como a equipe, por
se dedicar até o fim.
Caráter decisivo faz sentido?
Existem dois tipos de análise. O Danilo não é exatamente um centroavante, para
eliminar a sobra, e tentar fazer o gol no abafa. Ele tem não só a
predestinação, mas a preparação, a trajetória, por ter vivido muitos e muitos
momentos como esse. É muito difícil criar nessa hora. Só grandes jogadores como
ele, nessa hora tomam decisões. Não adianta fazer de qualquer jeito. É o
somatório disso. Está nesse grande jogador que é o Danilo.
Teve influência o fato de Danilo estar aquecido, e
Gustavo Tocantins não?
Teve, principalmente no tempo para pensar. De vez em quando também recebemos um
fachinho de luz. (risos)
Alternativas no clássico
O máximo é sempre a
vitória. Eu penso que a atuação foi boa em função da circunstância. Tínhamos
escolhas difíceis para fazer no início do jogo. Hoje a opção foi para iniciar
com Luciano. Acho que vou acabar com isso, porque ele só faz gol quando entra
(risos). Na primeira bola, ele recebeu na diagonal, longa, mas deveríamos ter
feito isso mais vezes. Eu queria um homem que partisse do flanco, e o Luciano
era o jogador certo para isso. Jadson também iniciou bem, mas ficamos com
bastante armação e pouca conclusão. É a história do cobertor: você tapa a
cabeça, falta no pé. Não tenho o que reclamar. Sabíamos que ia ser assim. Obviamente
o Paolo (Guerrero) fez falta para a gente. Ele é insubstituível pela característica.
Romero entrou, brigou pela última bola. Futebol é assim. Temos de ir formando
novos jogadores. Não dá para comprar todos que queremos, só é possível na
Europa. Estou formando os jogadores: Malcom, Luciano, Romero... Na próxima
temporada eles estarão muito melhores. É natural que isso aconteça na evolução
da carreira.
Decisão da vaga no G-4 no fim
É bom que fique. Temos uma possibilidade de fazer do limão uma limonada. Essa
eliminação da Copa do Brasil nos custou caro. Temos de fazer ela custar caro
para os adversários. Teremos três semanas para trabalhar mais, treinar
tecnicamente... Certamente a equipe vai evoluir em relação ao jogo. Isso pode
nos dar, no mínimo, uma vaga para a Libertadores, que é um dos objetivos
traçados desde o início do Brasileiro.
Escolhas do técnico
Não adianta fazer as coisas para ser simpático. Um dia eu li no livro do Phil
Jackson, treinador de basquete – o título é "Onze Anéis", porque o sujeito ganhou
pouco – ele disse que o sujeito que tem de ser amado, não pode ser técnico. Às
vezes você tem que fazer coisas antipáticas, mas é o que a equipe precisa. Eu
fiz o que tinha de ser feito hoje. O Fábio já estava esgotado, tínhamos de ter
uma presença ainda mais forte... É risco total. Depois que empatamos o jogo,
sofremos um contra-ataque e quase o Palmeiras faz o 2 a 1. É isso que temos de
entender no futebol, o risco calculado. Quer correr? Corre. Mas você pode
sofrer uma derrota maior. A equipe me passou a segurança. Não adianta fazer se
você não tem volume e chegada.
Posicionamento do Elias
Ele está jogando exatamente onde sempre jogou. Na mesma função que sempre fez.
É que o adversário faz escolhas – e às vezes essas escolhas te empurram para
outro tipo de movimentação. Se você tivesse que escolher entre marcar Elias e
Bruno, você marcaria Elias. O adversário fez isso. Como sair dessa marcação
para fazer a bola chegar com qualidade? Você puxa o Bruno para frente. Não pode
fazer isso toda hora. Hoje no primeiro tempo eu chamei a atenção dele, porque
estava indo buscar demais a bola. Eu sei que sai com bastante qualidade dos pés
dele, mas temos que cobrar que o Bruno também faça isso. Se Elias se posicionar
mais à frente, o adversário terá mais dificuldade. Hoje iniciamos com Renato
mais adiantado, Jadson de um lado, Luciano do outro lado, estava bom para
jogar.
Um ponto foi pouco?
Você acha que é mais significativo empatar com o Palmeiras no Pacaembu ou com o
Figueirense em Florianópolis? O Cruzeiro empatou lá. Futebol é como ele é.
Fizemos 100% contra o Cruzeiro, 66% contra a maioria dos grandes adversários,
100% contra o Internacional. É muito difícil fazer isso. As outras equipes
também têm méritos. O Palmeiras estava defendendo muito no jogo. Você tem de respeitar
isso. Por isso dizemos que não tem favorito antes de jogar, que é preciso
respeitar todo mundo... Se não encarar com essa seriedade, acaba perdendo. O
Grêmio, nosso adversário direto pela vaga, perdeu aqui para o Palmeiras. Temos
de tentar fazer o melhor sempre. Minha equipe e eu saímos do jogo de hoje com a
consciência de que fizemos o melhor. Não nos deu a vitória, mas demos tudo o
que tínhamos para dar durante 90 minutos de jogo.
Sofrimento da equipe
Às vezes existe uma confusão de que só o torcedor sofre. Nós profissionais
também sofremos muito. A equipe deu resposta positiva, forte, em cima da
eliminação da Copa do Brasil porque se cobrou muito. Ela não admitiu como foi e
sabe que tinha valor para dar a resposta. Ninguém faz o que fizemos essa semana
sem capacidade. Nos últimos cinco jogos fora da Arena, foram três vitórias, uma
derrota e um empate. É campanha de primeira colocação. A equipe está
construindo isso com seus méritos.
Equilíbrio do Dérbi
Gostei bastante do jogo. Houve uma entrega muito forte de ambas as equipes.
Sabíamos que enfrentaríamos um adversário com essa característica. O Palmeiras
vem sendo assim mesmo quando não vence. Se você não prepara, é atropelado,
nessa intensidade que o jogo foi jogado. Gostei da equipe, ela concluiu mais.
Podemos melhorar ainda nesse fundamento, às vezes trabalhamos demais a bola.
Precisa tomar essa decisão, como o Bruno Henrique fez, o Wesley também.
Para o treinador corintiano, equipe merecia ter
vencido o clássico contra o Palmeiras
(Foto: Marcos Ribolli)
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