Treinador reconhece que Criciúma está condição “complicadíssima” na luta contra a degola, e também sabe que sua continuidade no clube está em risco
A quantidade de jogos diminui e a chance de sair da zona de
rebaixamento também. Neste sábado, o Criciúma perdeu pela terceira vez seguida
no Campeonato Brasileiro e segue estagnado na lanterna do Campeonato
Brasileiro. A derrota por 3 a 1 para o Vitória (veja os melhores momentos no vídeo) deixa o Tigre em situação “complicadíssima”.
Foi este o termo utilizado pelo técnico Gilmar Dal Pozzo depois do jogo no
Barradão, e que se estende à sua permanência no cargo.
A derrota para os baianos colocou o Criciúma em situação
complicada, em que a perspectiva de continuar na primeira divisão nacional fica
cada vez menor. São sete partidas para conquistar mais 16 pontos, conforme a
matemática.
- A situação está muito complicada, não vou mentir, está complicadíssima.
O resultado no meio de semana foi ruim, isso que tivemos ajuda de outros
resultados. Mas a vida está complicada. Vamos lutar com toda força e tentar
enquanto houver uma pequena chance. Agora temos que ter desempenho e
aproveitamento melhor, de time que briga pelo título – afirmou Gilmar, na
entrevista coletiva.
Foi o terceiro jogo seguido em
que o Criciúma saiu de campo
derrotado, justamente quando precisava de uma arrancada de vitórias.
Perder também para o Fluminense, por 4 a 2, e para o Atlético-PR, em
casa, colocam em xeque a continuidade do trabalho do treinador. Na
coletiva,
Dal Pozzo garantiu que não vai pedir para sair, mas demonstrou que não
acharia
estranho se a diretoria do Tigre o demitisse.
Criciúma perde para o Vitória e soma três
derrotas em sequência (Foto: Fernando
Ribeiro/criciumaec.com.br)
- Futebol é resultado, não adianta, o técnico vive de
resultado. Estou fazendo o meu melhor, estou tentando. Mas não vou tomar
decisão no calor do jogo. Nunca fui de abandonar, na situação que o clube está,
precisa de trabalho. Eu sempre procuro demonstrar otimismo na adversidade, ter
dignidade no que faço. Se eu tiver continuidade, vou procurar fazer o meu
trabalho – disse.
Veja os principais tópicos da entrevista
coletiva do treinador.
Avaliação
- O Vitória foi melhor no primeiro tempo. No segundo, o jogo
foi mais equilibrado, poderíamos ter certa vantagem num lance crucial, em que a
bola do Souza bateu na trave e poderia mudar a história. Na sequência tomamos o
gol e, mesmo assim, buscamos o empate numa bola tralhada. Estava mais claro para
que a gente fizesse o segundo, mas tomamos o 2 a 1 e a partida desequilibrou. O
Vitória fez o terceiro e foi melhor no restante da partida. No segundo gol,
cheguei a vibrar quando um zagueiro afastou a a primeira bola, mas não teve a cobertura
e demos muita facilidade para o atleta fazer de bicicleta. No terceiro, a gente
buscava o empate e ficamos vulneráveis, quando foi feito o pênalti que virou o
terceiro gol.
Sei que tem especulação, que o momento é crítico e que tenho minha parcela de culpa.
Gilmar Dal Pozzo
- O trabalho segue e com dignidade. Vamos conversar com
diretoria, mas a minha ideia não é de abandonar, não sou deste tipo de
profissional. A situação é difícil e complicada, e já era antes. Se ganhássemos
havia a possibilidade de passar o Vitória e ter condição de sair deste
desconforto. Vamos voltar a trabalhar na terça e tentar deixar esta situação.
Desperdício de chances
- Vamos tentar corrigir o que até agora e a gente não
conseguiu. Temos sete partidas e com trabalho e conversa temos que tentar
melhorar. Há momentos cruciais para definir a partida , quando tem oportunidade,
tem que matar o adversário. Se não mata, a gente morre, assim é na vida e assim
foi no jogo.
Substituições
- Fiz a troca do Lucca pelo Roger (Gaúcho), que entrou muito
bem. Depois, com o jogo controlado, mudei conforme a necessidade. Ele (Lucca)
estava sentindo o cansaço e dores no tornozelo, mas foi uma questão tática, de botar
um jogador de mais de movimentação e que tem jogada individual, diferente do Lucca,
que vem numa sequência de jogos, de desgaste. Botei um jogador inteiro.
E se for demitido?
- Tem que esperar para acontecer, vamos esperar. Não me pronunciou
em cima do que não ocorreu. Sei que tem especulação, que o momento é crítico e
que tenho minha parcela de culpa. Quem tem, que venha a público e chame a responsabilidade.
Sou uma peça que veio para tentar salvar a equipe. Se eu continuar, vou lutar
com força, como sempre fiz como técnico ou atleta.
Zé Carlos insatisfeito
- O descontentamento é de todo mundo, ninguém está
satisfeito, nem técnico, torcida, presidente, diretoria ou jogadores. É uma
maneira de se manifestar, alguns o fazem em público e outros são mais contidos.
Conversou com diretoria após o jogo?
- Não teve conversa, apenas a oração. De cabeça quente não é
hora de ter conversa.
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