Sedentária aos 19 anos, Andrea Vidal começou a correr para acompanhar o namorado Francisco. No dia 1º de junho, estreou nos 89,28km da Comrades
Quando começou a correr, Andrea Vidal não tinha a intenção de perder peso ou deixar de ser sedentária. A relação entre a advogada e o esporte surgiu de uma motivação bastante incomum: o ciúme. Havia encontrado o namorado Francisco correndo na companhia de uma bela mulher
e decidiu que passaria a acompanhá-lo também. Ela só não sabia que a
causadora da insegurança era, na verdade, prima de seu amado.
Graças ao mal entendido, a mineira de 37 anos completou os 89,28km da 89ª edição da Comrades, prova disputada na África do Sul, no primeiro domingo de junho. A estreia em ultramaratonas também foi motivada por uma experiência com Francisco, agora seu marido. Ao esperá-lo na linha de chegada da competição, em 2013, foi contagiada pela energia sulafricana e decidiu voltar no ano seguinte.
- Meu marido resolveu correr a Comrades e fui acompanhá-lo. Fiquei esperando na chegada, impressionada com a organização e a energia do sulafricano, vibrando e torcendo pelos corredores. Um senhor que estava correndo caiu a 150m da linha de chegada,
um brasileiro parou ao lado, jogou na perna dele um spray que tirou do
bolso, fez massagem e falou: "Vem, eu te levo até a linha de chegada".
Depois disso, tudo mudou. Eu precisava fazer essa prova! - recorda.
Há dezoito anos, quando começou a alternar a caminhada com alguns minutos de corrida por conta própria, Andrea não imaginava que um dia participaria de uma ultramaratona. A primeira prova de 10km só foi disputada em 2008 e a estreia em maratonas aconteceu em 2012.
- Não tive auxílio de profissionais no início, fiz tudo por conta própria. Eu caminhava um pouco e corria um pouco, até que passei a conseguir correr 5km. Em 2008, fiz minha primeira prova de rua de 10km e adorei. Mas nunca havia pensando em correr uma ultra até o ano passado, pois havia feito minha primeira maratona somente em 2012.
A preparação para acompanhar o marido na Comrades não foi fácil. Em meio a uma rotina profissional desgastante, a advogada precisou abrir mão de eventos familiares e encontros com os amigos para conseguir organizar os treinos de 48km, 50km, 55km e 65km na agenda.
- Trabalhar o dia inteiro, ter uma alimentação regrada, tentando fazer cinco refeições por dia (se a audiência não atrasasse), treinos de corrida quatro vezes na semana, além de academia para fortalecer os músculos não foi fácil. Mas vontade de fazer a prova era maior, então venci o cansaço e continuei.
Durante os cinco meses anteriores à competição, Andrea cogitou desistir da ultramaratona. No entanto, a lembrança da vibração ao fim dos quase 90km e o ato e solidariedade que presenciara foram mais fortes e a empurraram até o dia 1º de junho.
- Muitas vezes pensei em desistir. Os treinos eram extremamente desgastantes. Eram, no mínimo, 18km às terças e quintas. Na sexta, precisava dormir cedo para acordar às 4h da manhã de sábado para os longos de 48km, 50km, 55km e 65km. Além de vários treinos de 42km. Não podia perder os treinos, sem eles não seria possível completar a prova. Ainda havia um treino de 12/14km aos domingos. Na segunda-feira, nem parecia que eu havia descansado. Mas valeu a pena! – garante.
Após 10h33m de corrida, a advogada não conseguiu conter as lágrimas. Desta vez, era o marido que a esperava no estádio Sahara Stadium Kingsmead, cercado por pessoas gritando de felicidade.
- Foi a melhor de todas as provas! A energia do povo durante todo o trajeto te faz querer continuar. Ao entrar no local da chegada, não me contive. Era uma festa, as pessoas gritavam e vibravam com a passagem dos corredores. Ao avistar meu marido, que já estava me aguardando, chorei igual a uma criança. A emoção é indescritível! Felicidade única em receber a menor medalha que já ganhei, mas a mais importante de todas, sem dúvida.
Graças ao mal entendido, a mineira de 37 anos completou os 89,28km da 89ª edição da Comrades, prova disputada na África do Sul, no primeiro domingo de junho. A estreia em ultramaratonas também foi motivada por uma experiência com Francisco, agora seu marido. Ao esperá-lo na linha de chegada da competição, em 2013, foi contagiada pela energia sulafricana e decidiu voltar no ano seguinte.
Andrea e Francisco participaram juntos
89º edicação da ultramaratona Comrade
(Foto: Arquivo pessoal)
Há dezoito anos, quando começou a alternar a caminhada com alguns minutos de corrida por conta própria, Andrea não imaginava que um dia participaria de uma ultramaratona. A primeira prova de 10km só foi disputada em 2008 e a estreia em maratonas aconteceu em 2012.
- Não tive auxílio de profissionais no início, fiz tudo por conta própria. Eu caminhava um pouco e corria um pouco, até que passei a conseguir correr 5km. Em 2008, fiz minha primeira prova de rua de 10km e adorei. Mas nunca havia pensando em correr uma ultra até o ano passado, pois havia feito minha primeira maratona somente em 2012.
A preparação para acompanhar o marido na Comrades não foi fácil. Em meio a uma rotina profissional desgastante, a advogada precisou abrir mão de eventos familiares e encontros com os amigos para conseguir organizar os treinos de 48km, 50km, 55km e 65km na agenda.
- Trabalhar o dia inteiro, ter uma alimentação regrada, tentando fazer cinco refeições por dia (se a audiência não atrasasse), treinos de corrida quatro vezes na semana, além de academia para fortalecer os músculos não foi fácil. Mas vontade de fazer a prova era maior, então venci o cansaço e continuei.
Após 10h33m de corrida
(Foto: Arquivo pessoal)
- Muitas vezes pensei em desistir. Os treinos eram extremamente desgastantes. Eram, no mínimo, 18km às terças e quintas. Na sexta, precisava dormir cedo para acordar às 4h da manhã de sábado para os longos de 48km, 50km, 55km e 65km. Além de vários treinos de 42km. Não podia perder os treinos, sem eles não seria possível completar a prova. Ainda havia um treino de 12/14km aos domingos. Na segunda-feira, nem parecia que eu havia descansado. Mas valeu a pena! – garante.
Após 10h33m de corrida, a advogada não conseguiu conter as lágrimas. Desta vez, era o marido que a esperava no estádio Sahara Stadium Kingsmead, cercado por pessoas gritando de felicidade.
- Foi a melhor de todas as provas! A energia do povo durante todo o trajeto te faz querer continuar. Ao entrar no local da chegada, não me contive. Era uma festa, as pessoas gritavam e vibravam com a passagem dos corredores. Ao avistar meu marido, que já estava me aguardando, chorei igual a uma criança. A emoção é indescritível! Felicidade única em receber a menor medalha que já ganhei, mas a mais importante de todas, sem dúvida.
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