segunda-feira, 9 de junho de 2014

Livre de chacota, Jô volta a Itaquera para Copa e vibra com casa do Timão

Cria do bairro de São Paulo, atacante lembra provocações de amigos na infância “sem estádio” e vê possível parceria com Fred com bons olhos


Por Teresópolis, RJ

 
Jô é cria de Itaquera, bairro onde foi erguida a Arena Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo, na Zona Leste de São Paulo. Na próxima quinta-feira, voltará ao local de tantas lembranças da infância e conhecerá a casa do clube do coração. Foi no Timão que ele iniciou a carreira em 2000 e apareceu como profissional três anos mais tarde. Hoje, é jogador de seleção brasileira e vai jogar o Mundial no Brasil. Além do sonho de infância, resolverá uma “treta” com os amigos palmeirenses, são-paulinos e santistas que por muitos e muitos anos o provocaram. Afinal, dos quatro clubes grandes de São Paulo, só o Corinthians não tinha uma casa. 

- Fui motivo de chacota porque era corintiano e toda vez que ia assistir aos jogos não era no estádio do Corinthians. Quando soube do estádio, foi uma felicidade grande, é o clube que me lançou, agradeço eternamente ao Corinthians. Uma alegria a mais em poder jogar uma Copa estreando no estádio do meu time do coração. Um sentimento muito bom. Itaquera foi o bairro em que fui criado, ali foi construído o estádio. Passei boa parte da categoria de base. A gente vê a confiança do povo nesse pouco tempo, está grande. Estamos tranquilos para fazer uma boa estreia – disse, nesta segunda-feira, em entrevista coletiva na Granja Comary. 


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Realizado, Jô é a primeira opção para substituir Fred. Foi assim na Copa das Confederações. Chamado de última hora para o lugar de Leandro Damião, cortado por lesão, o jogador do Atlético-MG correspondeu. Fez dois gols na primeira fase da competição, contra Japão e México, e mostrou ao técnico Luiz Felipe Scolari que poderia ser útil. Ganhou um lugar no grupo. 
 
- Eu penso em fazer um bom trabalho, são 23 jogadores de qualidade, prontos para a qualquer momento fazer bons jogos. O professor está bem servido. 
Quem for jogar, tem que dar o melhor. Penso em ajudar. No banco ou começando. Só de estar aqui é uma satisfação muito grande.

Ele sabe que será difícil que o titular dê brechas, mas se diz preparado caso em algum momento precise substituir Fred ou mesmo ser parceiro do camisa 9.  

- Acho que isso quem vai decidir é o professor Felipão. Numa situação adversa, precisando ganhar, dois jogadores fixos podem ser uma boa possibilidade. Me imagino ajudando. De que maneira? Ainda não sei. Mas estou pronto para ajudar. 

Jô coletiva seleção Brasil (Foto: Vipcomm)
Jô espera formar dupla de ataque com 
Fred na seleção brasileira 
(Foto: Vipcomm)

A Seleção Brasileira estreia na Copa do Mundo contra a Croácia, na próxima quinta, às 17h (de Brasília), na Arena Corinthians, em São Paulo.

Confira outros trechos da entrevista:


REALIZAÇÃO POR ESTAR NA COPA

- Quando cheguei no Atlético-MG, tive um respaldo muito grande do presidente (Alexandre) Kalil e do Cuca, era um momento difícil da minha carreira, não vinha jogando bem, sem sucesso, foram uma família para mim. O jogador quando se sente abraçado fica tranquilo, feliz, voltei a jogar bem. E a família e amigos que sempre me incentivaram. Todo mundo teve um pouco de participação, e eu de ter humildade, saber que errei e que tinha de dar a volta por cima. Hoje estou aqui para disputar uma Copa do Mundo. 

 PREVISÃO DE GOLS?
- Foi sempre um sonho de família jogar uma Copa do Mundo. Defini essa meta na volta ao Brasil. Consegui chegar. Estar aqui não tem explicação, estou emocionado de estar aqui disputando uma Copa do Mundo. É difícil falar em gols, quero ajudar da melhor maneira. Atacante tem obrigação de marcar. Vou manter a mania do Fred. Ajudar para depois pensar em gols. 

BOLA PARADA

- Hoje no futebol a bola parada você vê que decide muitos campeonatos, nas últimas copas. Você tem jogadores altos, pode tirar proveito. É o que o professor está tentando fazer. Para que isso possa nos ajudar. Com minha estatura, posso ajudar. 

CLIMA DO GRUPO PARA ESTREIA
- Estou vendo o grupo tranquilo. Quando for se aproximando, for para São Paulo, chegar perto do jogo, a ansiedade vai tomar conta. Temos jogadores experientes para poder lidar com isso. Estreia de Copa, no país, sem dúvida vai ser diferente. Quem já esteve, como Thiago Silva e Daniel (Alves), vai ser diferente. Temos de ter tranquilidade, não ficar tão ansioso para não atrapalhar na hora do jogo. Creio que vai ser uma estreia diferente. 
QUANTOS INGRESSOS JÁ TE PEDIRAM?
- Ingressos pedem muito (risos). Mas a quantidade já foi definida. Itaquera é meu bairro, fui criado lá, existem muitos pedidos. A família está ciente disso. Pai, mãe e esposa têm preferência. Amigos a gente tem que escolher. 

 PRONTO PARA SER A SOLUÇÃO?

- Tem que estar preparado, jogadores vivem de oportunidades. Há pouco tempo tive uma situação parecida na Copa das Confederações, estava no Atlético-MG, em Volta Redonda, fui chamado. Se não tivesse concentrado, preparado, não teria ido bem. Quando fui convocado para a Copa, foi assim que me preparei. Se é entre os 11 ou durante a partida, cinco minutos de uma final para decidir, tem que estar preparado. Seja qual for a circunstância.

SINA DE GOLS DECISIVOS
- Graças a Deus minha carreira toda, exceto no Inter, fiz gols importantes. Espero ajudar da melhor maneira. Se fizer um gol decisivo, vai ser importante.

FOI À ARENA CORINTHIANS?
- Não tive a chance de ver pessoalmente, só por fotos, pela televisão, amigos que ainda tenho no Corinthians. Realmente ficou muito bonita, ficou muito bacana, estrutura, gramado. Acho que o Corinthians merece um estádio muito bonito. Vou ter a chance de ver agora, vai me emocionar um pouquinho, é um estádio que a torcida do Corinthians desejou muito. A vontade de estar lá é grande. 


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2014/06/livre-de-chacota-jo-volta-itaquera-para-copa-e-vibra-com-casa-do-timao.html

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