domingo, 5 de janeiro de 2014

Thiago Sens é mais um a deixar o Rio de Janeiro e reclama da burocracia

Ponteiro se despediu no mesmo dia de Bruninho, e com quatro meses de salários atrasados vai para o voleibol árabe lamentando as dificuldades de patrocínio no Brasil

Por Rio de Janeiro

Thiago Sens vôlei (Foto: Alexandre Arruda / CBV) 
Thiago Sens recebia salários da OGX (Foto:
Alexandre Arruda / CBV)

Após a saída de Bruninho, o Rio de Janeiro sofreu nova baixa devido aos atrasos de salário que chegam a quatro meses. Thiago Sens anunciou a saída da equipe também na sexta-feira, momentos depois da despedida do levantador. O ponteiro vai defender a equipe do Al Jazeera, dos Emirados Árabes Unidos.

Sens optou por deixar o atual campeão da Superliga em dezembro, quando viu reuniões com empresas não resultaram em novos patrocínios para o time. O jogador faz parte do grupo que era pago pela OGX, empresa de Eike Bastista que faliu. Além dele estão Leandro Vissotto, bem próximo de sair, Thiago Alves, Mário Jr., Riad e a comissão técnica liderada por Marcelo Fronckowiak. A maior parte do elenco é mantida pelos atuais colaboradores, Furnas e Ironage. Em novembro, o central Maurício Souza foi o primeiro a deixar a equipe e foi jogar na Turquia. 




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Sens lamenta que o fato esteja acontecendo na cidade olímpica, acredita que mais jogadores deixarão a equipe e pede menos burocracia no investimento ao esporte amador:

- Estamos desde agosto recebendo só um salário. Trabalhar sem remuneração é complicado. O Rio é uma cidade cara. Apesar da vontade de ficar, não ter esse retorno é complicado. Há uma burocracia gigantesca para conseguir patrocínios. Vejo que as empresas não querem ter essa dor de cabeça. Um tempo atrás os artistas se reuniram para conseguir uma participação maior nos incentivos. Está na hora do esporte amador ir atrás de seus direitos e ser mais valorizado.



Chega um ponto que acaba refletindo em quadra. A gente se doa ao máximo, se priva para ter uma vida de atleta"
Thiago Sens

A situação acaba refletindo em quadra, na opinião de Sens. O Rio de Janeiro é o terceiro colocado da Superliga. Terminou o ano vencendo o Montes Claros por 3 a 0, mas no mês de dezembro perdeu quatro dos seis jogos. Nos meses anteriores havia vencido as sete primeiras partidas, acumulando no total nove vitórias e quatro derrotas.

- Chega um ponto que acaba refletindo em quadra. A gente se doa ao máximo, se priva para ter uma vida de atleta, com pouco contato com família. Não temos final de semana, não vamos às festas. Fazemos essa doação porque gostamos, mas precisamos de algo em troca.

Sens recebeu proposta da Itália, mas optou pelo contrato vais vantajoso do vôlei árabe, para onde foi Giba. Ele ainda não sabe como vai fazer para receber os salários atrasados. Mas tem duas certezas: quer voltar a jogar no Brasil em 2015 e enquanto estiver fora manterá o pensamento nos ex-companheiros de Rio de Janeiro.

- Tenho muito a agradecer ao Rio. Tivemos um grupo maravilhoso de pessoas íntegras. Fazer o que eles fizeram foi louvável. Não demos um passo atrás. Agradeço muito à comissão técnica que estava disposta a ajudar. Não tenho palavras para agradecer ao Marcelo. Minha cabeça ainda vai estar com o time. Vou torcer até o final para que essa situação se resolva e que a equipe termine a temporada com um bom trabalho, independente da colocação. 


O Rio de Janeiro volta à quadra da Superliga na próxima terça-feira, às 20h, diante do Taubaté, no ginásio do Tijuca. 


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/01/thiago-sens-e-mais-um-deixar-o-rio-de-janeiro-e-reclama-de-burocracia.html

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