Com mais de 15 milhões de dólares a receber, finlandês - que vai para a Ferrari em 2014 - cogita não ir para GPs dos EUA e do Brasil. Bate-boca na Índia piorou situação
Kimi Raikkonen distribui autógrafos na sexta-feira de treinos livres em Abu Dhabi (Foto: Divulgação)
Após faltar os compromissos de quinta-feira em Yas Marina, Kimi Raikkonen
deu o ar da graça nesta sexta, para os treinos livres do GP de
Abu Dhabi, válido pela antepenúltima etapa de 2013. E, apesar de ser
conhecido pelas poucas e frias palavras, o “Homem de Gelo” soltou o verbo
contra sua equipe, a Lotus. Insatisfeito com os atrasos de salários e
bonificações, o finlandês - que já assinou com a Ferrari para substituir Felipe Massa em 2014 - deu um ultimato para que o imbróglio seja resolvido
neste fim de semana. Estima-se que as dívidas com ele ultrapassem
15 milhões de dólares (cerca de R$ 33 milhões).
- Só vim aqui porque espero que encontremos um entendimento
sobre certas questões que estamos passando. Espero que isso seja resolvido para
que possamos terminar a temporada do melhor modo que pudermos – falou o piloto, que fechou o dia com o quarto melhor tempo.
Perguntado se cogita não participar das duas últimas
corridas do ano (EUA e Brasil), Kimi não teve dúvidas:
- Com certeza. Eu gosto de correr, gosto de competir, mas
grande parte disso aqui é negócio. Às vezes, quando isso não é tratado como
deveria, pode acabar em uma situação infeliz. É preciso colocar um limite. Se
passar dele... Aí não será mais culpa minha.
Questionado sobre as incertezas
envolvendo o piloto finlandês, Eric Boullier foi categórico ao admitir que uma
solução para o impasse foge de seu controle. O chefe da Lotus explicou que Kimi
aceitou correr em Yas Marina apenas depois de uma conversa com o dono da escuderia, Gerard
Lopez. Boullier também possui dúvidas sobre a presença do
piloto nos GPs dos EUA e do Brasil, no decorrer deste mês.
- Eu não posso responder sobre
um acordo com Kimi para as corridas nos EUA e no Brasil. Há uma discussão em
andamento entre Gerard e Kimi, e isso obviamente envolve nossos acionistas e as
empresas do grupo Lotus - afirmou o chefe da equipe britânica.
Eric Boullier e Gerard Lopez ainda negociam presença
de Kimi Raikkonen nos EUA e no Brasil
(Foto: Getty Images)
(Foto: Getty Images)
Apesar do clima de instabilidade que tomou conta do time de Enstone,
Boullier acredita que a Lotus conseguirá manter o foco para as corridas
restantes. A principal estratégia é garantir muitos pontos nas três etapas
restantes, para que a equipe se fortaleça na disputa pelo vice-campeonato do
Mundial de Construtores. A Lotus é a quarta colocada, com 285 pontos - 28 a
menos que a Mercedes e 24 atrás da Ferrari.
- Temos um grupo excepcional de pessoas em Enstone para melhorar nosso
carro. Nós continuamos fazendo o nosso melhor para mostrar o resultado desse
trabalho na pista. Há algumas questões nos bastidores que já sabemos há muito
tempo, mas agora estamos esperando que um novo investidor feche contrato
conosco. Se isso não acontecer, teremos que pensar em outras alternativas -
disse Boullier.
Bate-boca pelo rádio piorou clima, mas salário é o principal motivo do atrito
O clima entre Raikkonen e Lotus, que já não era dos
melhores, azedou de vez no GP da Índia do domingo passado, quando o piloto
protagonizou um bate-boca, com direito a palavrões, com seu engenheiro pelo
rádio, após ter demorado a dar passagem para seu companheiro Romain Grosjean.
Kimi admite que o episódio ajudou a piorar a situação, mas garante que este não é
a principal razão para o ultimato:
- É parte disso. É claro que coisas como essa não devem
acontecer, mas aconteceram. Só que o problema não é realmente esse. Trata-se de
todas as outras coisas, tudo isso junto, no fim. Como eu disse, seria fácil
dizer que é essa a razão, mas não é.
Raikkonen fechou o dia de treinos livres em Abu
Dhabi com o quarto melhor tempo
(Foto: Getty Images)
(Foto: Getty Images)
Kimi também mostrou insatisfação com o fato de seu comprometimento
com a escuderia ser posto em xeque em um momento em que não recebe salários.
- Às vezes não é muito legal quando você escuta que não é um
cara de equipe, que não tem o interesse da equipe. Sendo que você recebeu zero
euro durante o ano todo! – desabafou.
- Isso não te coloca na melhor situação, mas é assim que as
coisas caminham. Espero, como disse, encontrarmos um entendimento de como lidar
com essa situação, corrigir os problemas e tentar terminar da melhor maneira
possível – concluiu.
Mesmo sem salários, Kimi volta à
pista às 8h (horário de Brasília) para o terceiro 3º livre em Yas
Marina, em atividade que será exibida pelo SporTV. A TV Globo transmite o
treino classificatório (11h de sábado) e o GP de
Abu Dhabi (11h de domingo). O GLOBOESPORTE.COM acompanha ambos os
eventos em Tempo Real.
Circuito de Yas Marina, palco do GP de Abu Dhabi
(Foto: Infoesporte)
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