Em alta depois de epopeia até o bi olímpico, seleção feminina dá início a um novo ciclo rumo a 2016. Técnico comemora retorno antecipado de estrelas
Um ano depois de Londres, a seleção encara seu primeiro grande compromisso nesta semana, na estreia do Grand Prix, em Campinas. A ideia era que as principais jogadoras tivessem a temporada de folga na equipe verde-amarela, mas as férias foram curtas. Sheilla, Thaisa e companhia pediram a Zé Roberto para voltar, e o técnico viu a equipe ganhar fôlego no início de uma nova caminhada.
Zé Roberto diz que, um ano após a conquista olímpica, o momento é de retomar o gás. Por isso, tem tentado dar chances a jogadoras mais novas, como Gabi, uma das novidades do grupo.
- É muita pressão no último ano, que é o das Olimpíadas. Pela responsabilidade, pelos treinamentos. E parece que, quando acaba, você tira um grande peso dos ombros. E, logicamente, esse processo de desaceleração é normal. Você vai ter que tomar um gás novo para recomeçar. Sempre no primeiro ano, as jogadoras pedem para não participar tanto porque precisam de descanso e recarregar as baterias para começar um novo ciclo. É normal e esperado. Sempre que as Olimpíadas acabam, espero que isso aconteça. Mas temos que pensar na oportunidade que as mais novas têm de mostrar o potencial.
Dias de celebridade
Thaisa ganhou milhares de seguidores na internet com fotos ousadas (Foto: Reprodução / Instagram)
- Eu não tirava foto com a barriga de fora de jeito nenhum. Morria de vergonha. Hoje eu tiro, ponho vestido mais justo, isso porque acho que fica bonito. Com tudo isso, a autoestima vai lá no alto.
Uma das musas da seleção e companheira de Thaisa no Osasco, vice-campeão da última Superliga, Sheilla é outra que viu sua popularidade crescer depois de Londres. A oposto, considerada uma das melhores do mundo, encara a idolatria com naturalidade. Para ela, seu estilo de vida não mudou.
- Cada título que a gente ganha, aumenta nossa visibilidade e o número de fãs. Mas meu estilo de vida continua a mesma coisa de 2011. Não fez diferença neste sentido - afirmou.
Pausa para gravidez
Por outro lado, houve também quem tomasse o ano pós-olímpico para realizar antigos sonhos. Uma das líderes da seleção, Jaqueline esperou o fim da Superliga para tentar engravidar. Deu certo. Depois de uma tentativa frustrada no passado, a ponteira vai se afastar das quadras até o próximo ano para ter seu primeiro filho.
- Eu não prejudiquei ninguém. Minha felicidade foi essa. Era um sonho que a gente tinha, a gente queria muito. Já tinha acontecido um caso que eu perdi o bebê. Agora, estou com quatro meses, esperei o tempo certinho para me preservar. Queria preservar o Murilo também. Depois de tudo o que aconteceu, fiquei um pouco receosa. Agora, posso falar o que aconteceu. Porque todo mundo me perguntava onde eu iria jogar. Então já sabem qual o motivo.
Jaqueline vai se afastar das quadras para ter primeiro filho com Murilo (Foto: João Gabriel Rodrigues)
Houve quem também enfrentasse um turbilhão. Campeã da Superliga na última temporada, com o Rio de Janeiro, Natália trocará de ares e passará a defender o Campinas. Mas, no último mês, um erro do laboratório fez com que a ponteira caísse no exame antidoping. A jogadora recebeu um pedido de desculpas como sentença no julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do vôlei. Embora o material que orientou a denúncia se referisse à presença da substância proibida 16-OH Prednisolone acima dos níveis permitidos, um laudo do próprio laboratório apontou que a concentração estava abaixo do limite, ou seja, dentro da lei.
Natália aceitou o exame sem exigir a contraprova e imaginou que se houvesse uma pena, seria branda. De acordo com a sua defesa, as medicações usadas legalmente para o tratamento de asma da atleta poderiam produzir a substância detectada pelo Ladetec. Um dos três remédios prescritos, o Symbicort, produz a substância o 16-OH Prednisolone, permitida em uma concentração de até 30 nanogramas por mililitro. Segundo a ponteira, o medicamento não oferece nenhuma vantagem competitiva e o seu uso é serve exclusivamente para preservar a sua saúde. Após o susto, ela respira aliviada.
Novos ares, novas promessas
Assim como Natália, outras jogadoras resolveram mudar os ares. Fernanda Garay deixou o Osasco e vai defender o Fenerbahçe, da Turquia. No caminho oposto, Paula Pequeno, que ficou fora dos primeiros amistosos da seleção, volta do clube europeu para liderar a nova equipe de Brasília, que vai estrear na Superliga.
saiba mais
- A intenção era realmente ficar no Brasil. Abri mão de dois contratos
fora. Caso não tivesse uma ótima opção, já tinha pensado em começar a
tocar outros projetos. Foi uma oportunidade ótima. A projeção é muito
forte porque já nasce com um suporte muito bom de pessoas profissionais.
Tem também intenção de ter uma categoria de base. E tem fato de ser em
Brasília, minha terra. Para mim, foi uma notícia muito boa – disse
Paula, à época do anúncio da nova equipe.E, com o novo ciclo olímpico, Zé Roberto também apresenta suas apostas para 2016. Gabi, destaque do título do Rio de Janeiro na última Superliga, é uma delas. A jogadora é vista por muitos como uma das maiores promessas das quadras brasileiras.
- Estava em Saquarema com a base e assistimos à final Olímpica juntos no ano passado. A gente cria essa expectativa, mas não imaginava que fosse ter a oportunidade tão rapidamente. Eu acompanhei as meninas, foi um grande ano, imaginava que teria renovação. Estou muito feliz com essa oportunidade, aprendendo muito e espero aproveitar. É muito legal treinar ao lado dos meus grandes ídolos. Elas me passam muita tranquilidade. Eu não tenho que pensar que ''sou a melhor'', a ''da minha geração''. Só busco o melhor, sem pressão. Meu grande sonho sempre foi estar num ciclo olímpico e depois as Olimpíadas e quem sabe ganhar nos últimos dois anos.
Seleção atual:
Levantadoras:
Dani Lins
Fabíola
Claudinha
Opostos:
Sheilla
Natália
Monique
Tandara (afastada para cuidar de uma lesão no ombro)
Ponteiras:
Fernanda Garay
Michele
Pri Daroit
Gabi
Ellen
Centrais:
Thaisa
Fabiana
Adenízia
Bia
Juciely
Letícia Hage
Líberos:
Camila Brait
Fabi
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2013/07/um-ano-apos-londres-meninas-viram-celebridades-e-ze-busca-renovacao.html
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