quinta-feira, 16 de maio de 2013

Mª Elisa minimiza crítica de Juliana, e técnico diz: 'Elas têm que querer estar'


Marcos Miranda ressalta que a filosofia do jogo mudou: 'É um contexto muito maior do que normalmente era direcionado em relação ao volêi de praia'

Por Helena Rebello Saquarema, RJ

As duras críticas de Juliana ao sistema de seleções de vôlei de praia foram minimizadas por Maria Elisa, parceira da medalhista olímpica no Circuito Brasileiro e ao lado de quem ela estreará na temporada 2013 do Circuito Mundial. Concentrada no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema, desde janeiro, a atleta fluminense acredita que o tempo fará a bloqueadora se adequar ao formato adotado pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

- A Juliana está chegando agora. Nós passamos por este processo pelo qual a Juliana está passando. É muito complicado mesmo quando você está chegando. O treinamento aqui é completamente diferente do que ela faz no Nordeste. Por mais que aqui tenha uma coisinha ou outra com a que a gente não concorde, tem muita coisa boa também. E a gente acaba se adaptando ao meio. O que eu puder fazer para ajudá-la, eu vou fazer. Com certeza estou um pouco mais adaptada, e só quem tem a ganhar é ela se se adaptar mais rapidamente a este sistema.

 Porque, para conseguir o que ela quer, que é ir para as Olimpíadas, chegar a uma medalha de ouro olímpica, o caminho é esse. Estou muito feliz de estar aqui com ela. Sei que eu fui um dos grandes motivos dela ter vindo para cá e tento fazer valer a pena.

Ágatha e Maria Elisa treino vôlei de praia (Foto: Helena Rebello)Observada por Juliana, Maria Elisa encara o bloqueio de Ágatha em treinamento (Foto: Helena Rebello)

Juliana vai estrear pela seleção apenas no Grand Slam de Haia, na Holanda, de 11 a 16 de junho. Até lá, Maria Elisa jogará o Grand Slam de Corrientes, na Argentina, com Ágatha, e as finais da Continental Cup, com Talita. O troca-troca de parceiras, criticado por Juliana, também é visto como uma dificuldade por Maria. A defensora, no entanto, mede mais os comentários e procura externar o lado positivo da experiência.

Marcos Miranda técnico vôlei de praia (Foto: Divulgação / CBV)Marcos Miranda rebate críticas de Juliana com
cautela (Foto: Divulgação / CBV)

- Eu concordo com muita coisa que a Juliana fala, mas estou em uma situação em que, se não pensar positivo, olhar para a parceira do meu lado e falar que vou fazer o melhor treino, dar o meu melhor, eu vou deixar o meu voleibol cair. Estou vivendo uma situação muito complicada de jogar os próximos três torneios com três parceiras diferentes. Eu nunca vivi isso, só no Rainha da Praia.Mas, se é isso que eu tenho, eu vou tirar ouro da areia. O sistema foi implantando, e nós aceitamos estar aqui. Concordando ou não eu vou dar o meu máximo para as pessoas que estão aqui. A comissão técnica está me dando força, minhas parceiras estão me dando força. E são grandes jogadoras, eu tenho que estar feliz por isso. Hoje em dia a gente vê grandes jogadoras sendo cortadas. Então tenho que tirar o lado positivo. Estou cotada para jogar com as três melhores bloqueadoras do Brasil hoje, na minha opinião.

O técnico Marcos Miranda não ouviu as declarações de Juliana e, mesmo ao ser informado sobre as críticas, evitou bater de frente com a atleta. Para o treinador, é importante que o grupo compreenda que não apenas o sistema mudou, mas também a filosofia da competição.

- Nós estamos buscando a mesma linha da quadra, e as pessoas que estão aqui dentro querem estar aqui dentro. Eu não obrigo ninguém. Eu sou uma pessoa que abre caminho para elas. Mas a própria escalação é por conta delas. A CBV dá a estrutura, o que há de melhor para que a atleta possa pensar exclusivamente em jogar. Existe este sistema, e a gente vai fazer com que a coisa aconteça. Elas têm que querer estar aqui, como acontece com qualquer outra seleção.
 Independentemente de quem for tem que estar defendendo a camisa junto à Confederação, ao Brasil, ao Ministério dos Esportes, junto ao COB. Tem que vir de dentro da pessoa. Aqui deixa de ser uma coisa pessoal. A pessoa está representando o país. É um contexto muito maior do que normalmente era direcionado em relação ao voleibol de praia.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/05/m-elisa-minimiza-critica-de-juliana-e-tecnico-diz-elas-tem-que-querer-estar.html

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