Destaque pelo time pequeno do sul do país, lateral Guilherme Siqueira é avisado que pode ser opção para as próximas convocações da 'Fúria'
Daniel Alves, Adriano e Filipe Luís foram os laterais que o técnico Luiz Felipe Scolari
incluiu em sua primeira lista no retorno à seleção brasileira, neste
ano. Os três atuam no futebol espanhol, de onde pode sair, em breve,
mais um convocado na posição. No entanto, o catarinense Guilherme
Siqueira, um dos destaques do modesto Granada nesta temporada, pode surgir, em breve, na relação de melhores de outro selecionado, o espanhol.
Guilherme Siqueira pelo Granada contra o Real Madrid, marcando a estrela Cristiano Ronaldo (Foto: Reuters)
Autor de quatro gols no Campeonato Espanhol 2012/13, o lateral revelado
pelo Figueirense participou, até agora, das 24 partidas do Granada no
ano, e todas como titular. Participativo ofensivamente, Siqueira também
se destaca nas assistências: são dois passes para finalizações bem
sucedidas na temporada. Ou seja, o brasileiro participou de 25% das
vezes que o seu time balançou a rede no Espanhol (24 gols). E é isso que
vem chamando a atenção da comissão técnica espanhola
- O auxiliar técnico da seleção da Espanha falou que, se eu conseguir a nacionalidade espanhola, pode ser que eu sirva para o futuro, porque eles vêm me acompanhando há um tempo. Meu momento no Granada está muito bom. Estou na minha terceira temporada no clube, venho fazendo bons jogos e marcando alguns gols. Estou muito feliz mesmo – diz
Guilherme Siqueira.
Agora no radar da 'Roja', o lateral-esquerdo causou polêmica. Após ser
manchete na imprensa espanhola, que destacava o interesse em sua
convocação, Siqueira escreveu em seu perfil numa rede social que ‘se o
Felipão demorar muito para me chamar, eu vou com a espanhola mesmo’.
- Foi uma brincadeira. Jamais falaria algo sério sobre uma situação que eu acho que seria impossível – comenta o jogador sobre o episódio.
Na conversa com o GLOBOESPORTE.COM/SC, direto da Espanha, o catarinense Guilherme Siqueira fala da melhor temporada de sua carreira, defendendo o Granada, de uma possível convocação para a seleção espanhola, de Felipão e de seu futuro na Europa.
GLOBOESPORTE.COM/SC – Quando e como surgiu o interesse em sua convocação para a seleção da Espanha? Como você recebeu essa notícia, ficou surpreso?
O auxiliar técnico do Vicente Del Bosque (treinador da Espanha) na seleção, Toni Grande, falou que, se eu conseguir a nacionalidade espanhola, pode ser que eu sirva para o futuro, porque eles vêm me acompanhando há um tempo. Na verdade, eu fiquei muito surpreso com a notícia. Não esperava ser lembrado por eles, ainda mais agora que essa posição está muito bem servida.
A Espanha hoje tem Jordi Alba, do Barcelona, e Monreal, que foi para o Arsenal, como laterais-esquerdo. Porque acha que surgiu o interesse por você? Já deu o prazo para você tirar a nacionalidade?
Eu acho que não foi bem um interesse, e sim um aviso caso eu pegue a nacionalidade. Ele deixou bem claro que a seleção espanhola está bem coberta nessa posição e que eu seria uma opção para o futuro. Sobre a nacionalidade, eu já mandei todos os papéis para o consulado de Madri. Estamos à espera, que a qualquer momento eles podem ligar dizendo que saiu a nacionalidade. Espero que seja antes de junho.
Guilherme Siqueira em destaque no jornal espanhol (Foto: Arquivo pessoal)
Após uma matéria sobre você num jornal espanhol, você escreveu numa rede social um recado para o Felipão não demorar para convocar você. Foi um recado sério? Caso seja pretendido pelas duas seleções, qual escolhe?
(risos) Aquilo foi uma brincadeira. Eu jamais falaria algo sério sobre uma situação que eu, pessoalmente, acho que seria impossível. Não penso no momento em ser convocado para a seleção brasileira. Sei que tem muitos laterais na minha frente para serem convocados. Foi só uma brincadeira entre eu e meus amigos mesmo. Se eu fosse pretendido pelas duas seleções, com certeza eu escolheria a do meu país. Sou 100% brasileiro (risos).
Você e o Filipe Luís (ex-Figueirense, hoje no Atlético de Madrid-ESP), convocado pelo Felipão recentemente, são catarinenses e estão jogando bem na Espanha. Você tem contato com ele? Chegaram a atuar juntos no Figueira ou jogar contra?
O Filipe é meu amigão aqui, falo semanalmente com ele. Já jogamos contra no futebol de salão e juntos no Figueirense. É um cara que merece todos os êxitos do mundo, porque a humildade e a simplicidade que ele tem são de tirar o chapéu. Vejo hoje em dia no Filipe um exemplo de jogador e pessoa.
Conta um pouco sobre esse seu bom momento no Granada e também do próprio time, não só nesta temporada. Ganharam do Real Madrid, perderam apenas de virada para o Barcelona...
Meu momento no Granada está muito bom. Estou na minha terceira temporada no clube, sendo duas na primeira divisão. Venho fazendo bons jogos e marcando alguns gols. Estou muito feliz mesmo. E o time, a gente sabe que a principal meta é não cair. Demos uma reforçada boa nesse mercado de inverno, e o time deu uma melhorada muito boa. Ganhamos do Real Madrid, quase ganhamos do Barça. Se seguirmos assim, com certeza nos salvaremos com tranquilidade.
Existe alguma proposta de outro time maior da Espanha por você? E como foi a negociação que não deu certo com o Valencia, que chegou a dar polêmica envolvendo o Porto?
A gente sabe que, quando o mercado abre, muito se fala e pouco se faz. Então, de concreto mesmo, até hoje eu só tive uma proposta do Valencia, que no final os clubes não chegaram a um acordo e eu acabei ficando no Granada. Sobre o time de Portugal, foram Benfica e o Porto. Eles vieram em alguns jogos nossos no ano passado, e eu sei que o presidente ligou para o clube perguntando qual era a minha situação. Se eu tiver propostas de clubes de fora da Espanha ou de clubes grandes daqui, eu pretendo ficar por aqui mesmo.
Lateral catarinense em ação contra o Racing (Foto: EFE)
Como foram os anos que você jogou na Itália? Chegou a atuar no time principal das equipes que passou?
Meus anos na Itália foram de altos e baixos. Dois anos no time B da Inter de Milão ótimos. Treinava sempre com a equipe profissional. Conheci o Adriano, Julio César, Zé Maria, Gamarra... Se eu falar um por um da Inter aqui, vou ficar até amanhã (risos). Verón, Recoba, Materazzi, Vieri, Cambiasso... Fui emprestado para a Lazio, onde não atuei. Depois, fiquei três anos na Udinese. Primeiro ano, joguei vários jogos. Mas, nos outros dois anos, por causa de lesões, acabei não tendo a mesma continuidade. Até que apareceu a oportunidade de vir para a Espanha, onde estou há três anos.
Como foi o início da sua carreira em Santa Catarina? Você jogou no Figueirense e no Avaí. Torce por um dos dois?
Comecei na Astel (Associação Esportiva e Social de Florianópolis) com o professor Mesquita. Depois fiquei dois anos no Figueirense. A passagem pelo Avaí foi muito rápida, só fiquei porque meu ex-empresário era muito amigo do Zunino (João Nilson, presidente do Avaí). Como tinha que esperar seis meses para ir para a Itália, acabei ficando no Avaí. Sabia que iria ficar longe da família por muito tempo quando fosse para a Itália, então, optei por ficar em Floripa, perto dos familiares e amigos. Toda a minha família é Figueirense, não foi fácil para o meu pai ter que ir ver meus jogos na Ressacada (risos).
A Copa do Mundo ano que vem é no Brasil. Já se imaginou jogando? Por qual seleção?
Nem me passou pela cabeça e nem quero que passe (risos). Mas uma coisa é certa: seria muito engraçado eu estar no meu país jogando por outra seleção. Mas quero deixar bem claro que a minha prioridade seria atuar pela seleção brasileira.
Guilherme Siqueira pelo Granada contra o Real Madrid, marcando a estrela Cristiano Ronaldo (Foto: Reuters)- O auxiliar técnico da seleção da Espanha falou que, se eu conseguir a nacionalidade espanhola, pode ser que eu sirva para o futuro, porque eles vêm me acompanhando há um tempo. Meu momento no Granada está muito bom. Estou na minha terceira temporada no clube, venho fazendo bons jogos e marcando alguns gols. Estou muito feliz mesmo – diz
Guilherme Siqueira.
Eles (da seleção da Espanha) vêm me acompanhando há um tempo. Meu momento no Granada está muito bom, estou muito feliz mesmo"
Guilherme Siqueira
- Foi uma brincadeira. Jamais falaria algo sério sobre uma situação que eu acho que seria impossível – comenta o jogador sobre o episódio.
Na conversa com o GLOBOESPORTE.COM/SC, direto da Espanha, o catarinense Guilherme Siqueira fala da melhor temporada de sua carreira, defendendo o Granada, de uma possível convocação para a seleção espanhola, de Felipão e de seu futuro na Europa.
GLOBOESPORTE.COM/SC – Quando e como surgiu o interesse em sua convocação para a seleção da Espanha? Como você recebeu essa notícia, ficou surpreso?
O auxiliar técnico do Vicente Del Bosque (treinador da Espanha) na seleção, Toni Grande, falou que, se eu conseguir a nacionalidade espanhola, pode ser que eu sirva para o futuro, porque eles vêm me acompanhando há um tempo. Na verdade, eu fiquei muito surpreso com a notícia. Não esperava ser lembrado por eles, ainda mais agora que essa posição está muito bem servida.
A Espanha hoje tem Jordi Alba, do Barcelona, e Monreal, que foi para o Arsenal, como laterais-esquerdo. Porque acha que surgiu o interesse por você? Já deu o prazo para você tirar a nacionalidade?
Eu acho que não foi bem um interesse, e sim um aviso caso eu pegue a nacionalidade. Ele deixou bem claro que a seleção espanhola está bem coberta nessa posição e que eu seria uma opção para o futuro. Sobre a nacionalidade, eu já mandei todos os papéis para o consulado de Madri. Estamos à espera, que a qualquer momento eles podem ligar dizendo que saiu a nacionalidade. Espero que seja antes de junho.
Guilherme Siqueira em destaque no jornal espanhol (Foto: Arquivo pessoal)(risos) Aquilo foi uma brincadeira. Eu jamais falaria algo sério sobre uma situação que eu, pessoalmente, acho que seria impossível. Não penso no momento em ser convocado para a seleção brasileira. Sei que tem muitos laterais na minha frente para serem convocados. Foi só uma brincadeira entre eu e meus amigos mesmo. Se eu fosse pretendido pelas duas seleções, com certeza eu escolheria a do meu país. Sou 100% brasileiro (risos).
Você e o Filipe Luís (ex-Figueirense, hoje no Atlético de Madrid-ESP), convocado pelo Felipão recentemente, são catarinenses e estão jogando bem na Espanha. Você tem contato com ele? Chegaram a atuar juntos no Figueira ou jogar contra?
O Filipe é meu amigão aqui, falo semanalmente com ele. Já jogamos contra no futebol de salão e juntos no Figueirense. É um cara que merece todos os êxitos do mundo, porque a humildade e a simplicidade que ele tem são de tirar o chapéu. Vejo hoje em dia no Filipe um exemplo de jogador e pessoa.
Conta um pouco sobre esse seu bom momento no Granada e também do próprio time, não só nesta temporada. Ganharam do Real Madrid, perderam apenas de virada para o Barcelona...
Meu momento no Granada está muito bom. Estou na minha terceira temporada no clube, sendo duas na primeira divisão. Venho fazendo bons jogos e marcando alguns gols. Estou muito feliz mesmo. E o time, a gente sabe que a principal meta é não cair. Demos uma reforçada boa nesse mercado de inverno, e o time deu uma melhorada muito boa. Ganhamos do Real Madrid, quase ganhamos do Barça. Se seguirmos assim, com certeza nos salvaremos com tranquilidade.
Existe alguma proposta de outro time maior da Espanha por você? E como foi a negociação que não deu certo com o Valencia, que chegou a dar polêmica envolvendo o Porto?
A gente sabe que, quando o mercado abre, muito se fala e pouco se faz. Então, de concreto mesmo, até hoje eu só tive uma proposta do Valencia, que no final os clubes não chegaram a um acordo e eu acabei ficando no Granada. Sobre o time de Portugal, foram Benfica e o Porto. Eles vieram em alguns jogos nossos no ano passado, e eu sei que o presidente ligou para o clube perguntando qual era a minha situação. Se eu tiver propostas de clubes de fora da Espanha ou de clubes grandes daqui, eu pretendo ficar por aqui mesmo.
Lateral catarinense em ação contra o Racing (Foto: EFE)Meus anos na Itália foram de altos e baixos. Dois anos no time B da Inter de Milão ótimos. Treinava sempre com a equipe profissional. Conheci o Adriano, Julio César, Zé Maria, Gamarra... Se eu falar um por um da Inter aqui, vou ficar até amanhã (risos). Verón, Recoba, Materazzi, Vieri, Cambiasso... Fui emprestado para a Lazio, onde não atuei. Depois, fiquei três anos na Udinese. Primeiro ano, joguei vários jogos. Mas, nos outros dois anos, por causa de lesões, acabei não tendo a mesma continuidade. Até que apareceu a oportunidade de vir para a Espanha, onde estou há três anos.
Como foi o início da sua carreira em Santa Catarina? Você jogou no Figueirense e no Avaí. Torce por um dos dois?
Comecei na Astel (Associação Esportiva e Social de Florianópolis) com o professor Mesquita. Depois fiquei dois anos no Figueirense. A passagem pelo Avaí foi muito rápida, só fiquei porque meu ex-empresário era muito amigo do Zunino (João Nilson, presidente do Avaí). Como tinha que esperar seis meses para ir para a Itália, acabei ficando no Avaí. Sabia que iria ficar longe da família por muito tempo quando fosse para a Itália, então, optei por ficar em Floripa, perto dos familiares e amigos. Toda a minha família é Figueirense, não foi fácil para o meu pai ter que ir ver meus jogos na Ressacada (risos).
A Copa do Mundo ano que vem é no Brasil. Já se imaginou jogando? Por qual seleção?
Nem me passou pela cabeça e nem quero que passe (risos). Mas uma coisa é certa: seria muito engraçado eu estar no meu país jogando por outra seleção. Mas quero deixar bem claro que a minha prioridade seria atuar pela seleção brasileira.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/sc/noticia/2013/03/em-alta-no-granada-catarinense-esta-cotado-para-selecao-espanhola.html
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