Ator tentou interceder para libertar Jacob Ostreicher, sem sucesso - ele continua encarcerado sem ser julgado. Brasileiros falam em corrupção
Em junho de 2011, Ostreicher foi preso e acusado de colaboração com o narcotráfico e evasão de divisas, mesmo sem provas concretas sobre seu envolvimento nessa questão. A justiça boliviana trava o processo de julgamento do americano, e os envolvidos nesse caso e representantes da embaixada brasileira veem o mesmo motivo: corrupção.
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De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem, a justiça boliviana
chega a cobrar US$ 15 mil por uma simples sentença. Tudo “por baixo dos
panos”, claro. Para casos mais simples também há um preço: a trivial
marcação de data de uma audiência pode valer até US$ 1 mil. O governo
americano, e agora o brasileiro, recusam-se a pagar essas quantias.No caso de Jacob Ostreicher, nem mesmo a visita de Sean Penn sensibilizou a justiça boliviana. Ainda sem data para o julgamento, o máximo que o empresário conseguiu foi a prisão domiciliar em dezembro do ano passado – ele não fica na cela com outros presos e vai para casa, mas tem saídas controladas pela polícia. Mesmo assim, isso só foi possível após o pagamento de uma fiança de US$ 14 mil.
Sean Penn foi à Bolívia pedir libertação do americano Jacob Ostreicher (Foto: AFP)
Mesmo assim, a embaixada brasileira vê dificuldades para os corintianos que estão em Oruro. Isso porque o “sistema” ainda é muito forte na Bolívia, e boa parte dos 100 a 120 brasileiros presos no país estão ali de forma preventiva – alguns esperam julgamento há mais de um ano.
– A justiça boliviana é muito lenta, e isso nos preocupa. Não os vejo saindo em menos de seis meses – lamentou o funcionário administrativo do Itamaraty, Beymar Duchén Rojas.
Enquanto o julgamento não ocorre, os advogados tentam um recurso para fazer com que os 12 corintianos respondam em liberdade à acusação de homicídio. Mesmo assim, não poderiam sair da Bolívia até que o caso fosse encerrado. O próprio juiz cautelar responsável pelas prisões reconheceu que “é muito fácil fugir do país”.
A tendência é que todos os investigados continuem na dependência da boa vontade da justiça local. Enquanto isso, os brasileiros vão ficar em duas celas na Penitenciária San Pedro, em Oruro, a 200 metros do Estádio Jesús Bermudez, local da morte do torcedor do San José.
Torcedores corintianos presos na Bolívia (Foto: Ricardo Taves)
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