Clássico é marcado por discussões entre os técnicos Luizomar de Moura e Bernardinho. Inspiradas, Jaqueline e Fê Garay comandam triunfo paulista
Apesar da vitória, o Osasco viu escapar entre os dedos a liderança da Superliga. Como precisavam dos três pontos para tomar a ponta da tabela do Rio de Janeiro, as paulistas fecharam com 44 pontos, enquanto as rivais terminaram com 45. O time de Bernardinho, então, enfrenta o Rio do Sul, oitavo colocado, nas quartas de final. O primeiro duelo será já nesta terça-feira, às 21h, no Maracanãzinho. O Osasco, por sua vez, encara o Minas, sétimo, às 18h30m, no José Liberatti, no mesmo dia.
- Estava muito bom para ser verdade aqueles 2 sets a 0. Mas sabíamos que iríamos ter momentos de dificuldades, como tivemos. Não fica a mágoa pela perda da liderança. Quando chegou o quinto set, Luizomar falou: “Não importa o que aconteça, vamos vencer esse jogo”. Então, perdemos a liderança, mas estamos muito felizes com essa vitória - analisou Jaqueline.
O jogo também foi marcado por discussões. Bernardinho e Luizomar de Moura passaram o tie-break discutindo. A torcida entrou no clima e tornou o clássico ainda mais nervoso. Ao fim da partida, um princípio de confusão chegou a ser formado entre o técnico do Rio e o supervisor do time paulista, Benê Crispi, mas sem chegar às vias de fato. Os dois também já haviam se estranhado durante o quarto set.
- No começo do quinto set, eu tirei a Fofão. Ele (Luizomar) começou do outro lado com uma atitude deplorável, começou a pedir respeito. Eu tirei porque ela estava cansada e eu preciso dar ritmo para a Roberta em jogos desses. Acho que ele deixou se influenciar pelo clima quente aqui. Tensão excessiva. Não aceito nem o cartão que eu tomei. Vou recorrer - desabafou Bernardinho.
Do lado paulista, Luizomar encarou o incidente com naturalidade.
- Jogo é assim mesmo. Existe uma grande rivalidade, duas equipes querendo muito. Mas é coisa de jogo. Cada um defendeu o seu, eu continuo respeitando o Bernardo, vida que segue. Temos de pensar nas quartas de final - disse Luizomar de Moura.
Jaqueline e Fê Garay comemoram ponto contra o Rio de Janeiro (Foto: Fabio Rubinato/AGF/Divulgação)
“Saca na Natália”, a torcida gritava. A ponteira do Rio de Janeiro até defendeu a primeira bola em sua direção no retorno a Osasco, mas, no ataque, mandou para fora. As vaias aumentaram, mas a jogadora parecia não se importar. Como em todo o histórico entre as equipes, o jogo se mostrava tenso e equilibrado. Dos dois lados, muita vontade e até um pouco de afobação. Sheilla, com a ponta dos dedos, fez bela defesa, mas o juiz marcou bola dentro. O Rio, então, foi para a primeira parada técnica em vantagem (8/7).
E a equipe carioca cresceu. Através da canadense Pavan, principal arma de ataque do time, abriu 11 a 8 também explorando o nervosismo das paulistas. A cada pedido de tempo, o animador do ginásio pedia que a torcida ajudasse. E o Osasco conseguiu equilibrar o jogo com a vibração de Adenízia, que marcou dois pontos seguidos, incendiou as arquibancadas e diminuiu a diferença para apenas um ponto (19/20).
O Rio, com Gabi, abriu três pontos novamente, mas as donas da casa voltaram a se recuperar e empataram em ataque de Jaqueline (23/23). A virada veio justamente no erro da maior arma rival. Depois de levantamento de Fofão, Pavan mandou para fora, e o Osasco passou pela primeira vez à frente no placar (25/24). O Rio empatou, mas Natália, sempre pressionada pela torcida, mandou um ataque na rede e foi xingada mais uma vez. No ponto seguinte, Fernanda Garay soltou uma bomba para fechar o set: 27/25.
Adenizia tenta superar o bloqueio de Juciely (Foto: Fabio Rubinato / AGF / Divulgação)
A vitória no primeiro set animou. Mais atento e mais eficiente, o Osasco abriu 4/0 na segunda parcial. Sheilla, atrás da linha de três, empolgou a torcida com bela deixadinha. Enquanto isso, Natália seguia como alvo das arquibancadas, e o Rio já não tinha a calma do início do jogo. Nem mesmo os ataques de Sarah Pavan funcionavam mais. As donas da casa se aproveitaram e fizeram 11/5 em bloqueio de Thaisa sobre a canadense.
Àquela altura, o Osasco reinava absoluto. Aos poucos, porém, o Rio conseguiu se recuperar. Em ace de Amanda, diminuiu a diferença para apenas um ponto (15/14). Mas a reação não foi suficiente para repetir a virada das rivais no primeiro set. Com Jaqueline, Adenízia e Fê Garay inspiradas, as paulistas fecharam a parcial em 25/23, depois de saque para fora de Sarah Pavan.
Rio vence parcial polêmica
As cariocas chegaram ao set point, mas o Osasco empatou. O Rio tentava pôr fim ao set, mas as paulistas pareciam ter o barulho da torcida como combustível. Sheilla, que andava um tanto apagada no jogo, também cresceu na reta final. As donas da casa chegaram a comemorar a vitória em uma suposta bola para fora de Gabi, mas o árbitro flagrou um desvio. Foi quando Juciely se recuperou. Em dois pontos seguidos, fechou a parcial em 32/30, para o desespero das jogadoras de Osasco, que saíram de quadra reclamando muito da arbitragem
O Rio manteve o embalo para o quarto set, enquanto o Osasco ainda parecia irritado com a parcial anterior. As cariocas começaram na frente, mas, aos poucos, as donas da casa recuperaram a calma. Sheilla cresceu no jogo, e o time paulista equilibrou a partida. Gabi e Fabi, no entanto, faziam a diferença pelo time do técnico Bernardinho, que abriu 23/19 no placar.
O Osasco tentou reagir. Em ponto de Ivna, conseguiu evitar o primeiro set point das cariocas. Thaisa, na sequência, salvou mais um, em belo ataque pelo meio. Mas foi só. Valeskinha, no meio, conseguiu bela largadinha e fechou o set: 25/23.
Em tie-break tenso, Osasco chega à vitória
Antes mesmo do começo, o tie-break se mostrou tenso. Bernardinho e Luizomar de Moura discutiram fora da quadra, e Fabi entrou no meio. O árbitro, então, mostrou amarelo para as duas equipes. O equilíbrio se manteve na parcial final. Em uma bola para fora de Jaqueline, o Rio chegou à primeira virada de quadra na frente, com 8/7.
O clima continuava quente, e Bernardinho e Luizomar voltaram a se estranhar. Jaque se recuperou e fez com o que o time da casa abrisse 10/8. O Rio conseguiu se recuperar e virou o placar em uma falha infantil de Fabíola, que errou o tempo da bola em levantamento. Só que foi a vez de Osasco se recuperar. Em ponto de Jaqueline, fechou o jogo em 17/15 e fez a festa da torcida no José Liberatti.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/02/natalia-vira-alvo-jaque-e-fe-garay-brilham-e-osasco-bate-rio-em-jogao.html
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