quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Advogado diz que menor e mãe mudaram de casa: ‘Assustados’


Ricardo Cabral, da Gaviões da Fiel, afirmou que garoto H. A. M. recebeu ameaças pela internet por ter 'prejudicado' o Corinthians na Libertadores

Por Leandro Canônico São Paulo

O menor de idade H. A. M, de 17 anos, integrante da Gaviões da Fiel que assumiu a autoria do disparo que matou o boliviano Kevin Espada, de 14 anos, durante o jogo entre San Jose e Corinthians, na última quarta-feira, em Oruro, pela Libertadores, teve de mudar de endereço. Ameaçado, ele foi com a mãe para casa de parentes.

A informação foi passada pelo advogado da torcida corintiana, Ricardo Cabral. Segundo ele, depois da repercussão do depoimento dado na Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos, na última segunda-feira, alguns torcedores e vizinhos reconheceram o garoto, mesmo sem o rosto ter sido divulgado.

- Eles estão assustados. Ninguém esperava uma repercussão monstruosa como essa. Algumas pessoas reconheceram o menor, o acharam nas redes sociais na internet e começaram a ameaçá-lo, dizendo que o Corinthians teria de jogar sem torcida por culpa dele – contou o advogado da Gaviões.

Menor corinthians chega acompanhado do advogado (Foto: Alberto Augusto/Sigmapress/Agência Estado)Menor no momento em que chega na Vara da Infância (Foto: Alberto Augusto/Sigmapress/Agência Estado)

A mãe de H. A. M., de 17 anos, entregador de marmita, também ficou assustada com a repercussão entre os vizinhos que reconheceram o garoto.
- Muitos torcedores o reconheceram pelo Facebook, tanto que ele tirou a página dele do ar. A mãe também ficou assustada com a reação dos vizinhos que o reconheceram depois da repercussão do caso. Tudo isso gerou um trauma para o menor e para a família – acrescentou Cabral.

Ouvido pela promotoria do Ministério Público de São Paulo, o menor H. A. M. foi liberado e até agora não se sabe da abertura de inquérito no Brasil. As informações seguem em segredo de justiça. Segundo Ricardo Cabral, o garoto pode seguir normalmente a sua vida.

- Desde que tenha autorização da mãe, ele pode viajar pelo Brasil e até para o exterior. Não há nenhum impedimento – finalizou o advogado.

Nesta terça, a Conmebol confirmou a punição ao Corinthians. O clube jogará de portões fechados na Libertadores pelos próximos 60 dias, prazo final para o julgamento do caso. Em sua defesa, o Timão contesta a punição e tenta antecipar essa decisão. Nesta quarta, às 22h, no Pacaembu, o clube encara o Millonarios.

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