sábado, 15 de setembro de 2012

Com 'cheiro de vitória', Marcelo Melo capricha no visual para fechar duelo


Mineiro tem perfume para jogos especiais como o deste sábado, na Davis

Por Alexandre Cossenza Direto de São José do Rio Preto (SP)

Marcelo Melo perfume Copa Davis tênis (Foto: Luiz Pires/FOTOJUMP)Marcelo Melo sorri ao mostrar o perfume que mais
usa no dia-a-dia (Foto: Luiz Pires/FOTOJUMP)

Para os padrões do tênis, Marcelo Melo pode ser considerado um atleta vaidoso. Entra em quadra de barba feita, perfumado e com um eventual gel no cabelo. Na raqueteira, leva kit pós-banho completo e organizado em uma nécessaire. O mineiro também é fã de fragrâncias, e tem perfumes para diferentes ocasiões. Para este sábado, na expectativa de fechar a vitória sobre a Rússia e, ao lado do conterrâneo Bruno Soares, colocar o Brasil na primeira divisão da Copa Davis, Melo promete algo especial.

- Vou chegar com um perfume da Bulgari, que é mais sofisticado que os do dia a dia. É para ocasiões especiais. Vai ser legal - diz, com o sorriso animado de quem está pensando seriamente na vitória e na aguardada ascensão, que não veio nos últimos seis anos.

Ela pode vir neste sábado, a partir das 15h (de Brasília), quando Melo e Soares enfrentarão Alex Bogomolov Jr. e Stanislav Vovk. O SporTV exibe todas as partidas do duelo ao vivo. O SporTV.com e o GLOBOESPORTE.COM acompanham em Tempo Real.

Em São José do Rio Preto (SP), sede do confronto válido pelos playoffs do Grupo Mundial, Melo tinha opções de perfumes. Um para o dia a dia e dois para usar à noite. Caso entrasse em quadra com o confronto empatado em 1 a 1, o mineiro optaria por uma fragrância menos sofisticada. O tenista de 28 anos só não admite não estar cheiroso e arrumado.

- Muita gente fala: "Você vai entrar com perfume na quadra, arrumando o cabelo?". Eu falo que estou entrando para trabalhar. Por mais que muita gente não veja dessa maneira, eu vejo. Você vai trabalhar todo mal arrumado? Acho que a gente precisa ter uma aparência. Não pode ter, por exemplo, o cabelo todo atrapalhado ou a barba mal feita. Acho que não é um perfil de tenista. O perfume ninguém vai perceber, mas eu me sinto bem. Acho que para entrar na quadra precisa estar bem vestido, uniformizado. O tênis é assim.

Na sexta-feira, o Brasil abriu o confronto com Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, derrotando Igor Andreev, que abandonou depois de dois sets, sentindo dores no ombro direito. Em seguida, Thomaz Bellucci superou Teymuraz Gabashvili e colocou o time a uma vitória do triunfo na série melhor de cinco. Para o jogo de duplas, os brasileiros ainda esperam uma mudança de última hora na Rússia. Como Vovk jamais atuou pela equipe, o capitão João Zwetsch considera a possibilidade de Gabashvili ser escalado ao lado de Bogomolov.

Caso a dupla saia derrotada, a série melhor de cinco continuará aberta, com mais dois jogos no domingo. Primeiro, às 15h, Bellucci possivelmente enfrentará Bogomolov. Andreev é o atleta escalado para enfrentar o número 1 do Brasil, mas a lesão no ombro direito deve tirar o russo de ação. A confirmação só virá uma hora antes da partida. O quinto jogo, logo depois que Bellucci sair de quadra, será entre Rogerinho e Gabashvili.

Melo Soares tênis Bogomolov Vovk Copa Davis (Foto: Luiz Pires/FOTOJUMP)Melo, Soares, Bogomolov e Vovk são os escalados para o jogo de duplas  (Foto: Luiz Pires/FOTOJUMP)

Retorno provável nove anos depois

O Brasil frequentou o Grupo Mundial da Copa Davis ininterruptamente de 1996 até 2003, quando o time liderado por Gustavo Kuerten foi derrotado pelo Canadá nos playoffs. Em 2004, os melhores tenistas do país boicotaram a competição, pedindo a saída do então presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Nelson Nastás. Naquele ano, com derrotas diante de Paraguai, Venezuela e Peru, sofreu outro rebaixamento e caiu para o Zonal II das Américas, uma espécie de terceira divisão da Copa Davis.

O boicote acabou em 2005, e o Brasil, capitaneado por Fernando Meligeni, derrotou Colômbia, Antilhas Holandesas e Uruguai, voltando para a segunda divisão, o Zonal I das Américas, onde está até hoje. De 2006 a 2011, o time nacional sempre esteve nos playoffs do Grupo Mundial, mas sofreu seguidos reveses e não conseguiu a ascensão.

Em 2006, no saibro de Belo Horizonte, foi derrotado pela Suécia de Robin Soderling. No ano seguinte, foi à Áustria com um time desfalcado e acabou superado. Em 2008, outra parada duríssima: enfrentar a Croácia fora de casa. Mais um revés.

A Davis de 2009 trouxe a primeira grande chance de voltar ao Grupo Mundial. O Brasil enfrentaria o Equador dentro de casa, no saibro coberto de Porto Alegre. O veterano Nicolás Lapentti, no entanto, acabou com o sonho brasileiro. Venceu seus três jogos e decretou a ascensão do Equador. Em 2010, outro fracasso. Em Chennai, na Índia, o Brasil abriu 2 a 0, mas cedeu a virada. No quarto jogo, Bellucci poderia ter selado a vitória em cima de Somdev Devvarman, mas não resistiu ao calor, passou mal e abandonou. No quinto jogo do duelo, o duplista Rohan Bopanna, escalado para jogar simples, derrotou Ricardo Mello.

No ano passado, o Brasil ficou no quase. Na posição de azarão em Kazan, na Rússia, o time do capitão Zwetsch abriu 2 a 1 e viu Bellucci conseguir dois match points contra Mikhail Youzhny no quarto jogo. O número 1 do país, contudo, não conseguiu converter e sofreu a virada. Com o duelo empatado, Dmitry Tursunov derrotou Mello na quinta e última partida.

FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/copa-davis/noticia/2012/09/com-cheiro-de-vitoria-marcelo-melo-capricha-no-visual-para-fechar-duelo.html

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