Ex-jogadores brasileiros que ficaram com segundo lugar olímpico em 84
e 88 apontam caminhos para vitória sobre o México, sábado, em Wembley
Eu lembro até hoje que quando já tínhamos garantido a prata, por
chegar à final, os outros atletas já nos olhavam com mais respeito"
Gilmar Rinaldi, goleiro em 1984
A primeira chance que o Brasil teve de levar o ouro nas Olimpíadas foi em 1984, em Los Angeles. No entanto, o time verde e amarelo caiu para a França na final. Depois, em 1988, em Seul, mais uma oportunidade. Daquela vez, a geração de Romário, que em 1994 conquistaria a Copa do Mundo, sucumbiu diante da extinta União Soviética.
Um dos goleiros da Seleção de 1984, o empresário Gilmar Rinaldi está confiante na conquista dos meninos de Mano Menezes. Mas o medalhista de prata faz um alerta aos garotos brasileiros: é preciso lembrar a qualidade do adversário. Não dá para entrar em campo achando que o ouro já é do Brasil.
- A Seleção está muito sólida, mas não pode esquecer que do outro lado também, tem um time sólido. A nossa equipe, em 1984, era diferente porque foi montada a 15 dias das Olimpíadas. E encaramos na decisão uma seleção que estava sendo preparado havia quatro anos (a França) – declarou Gilmar.
Seleção olímpica de 1984: derrota para a França na decisão da medalha de ouro (Foto:
Divulgação / CBF)
O importante é manter focado. Entender que é uma medalha inédita que
pode vir para o Brasil, dar o sangue em campo e disputar como se fosse o
jogo da vida"
Bebeto,
atacante em 1988
atacante em 1988
- Para mim, o mais importante é o time se manter focado. Entender que é uma medalha inédita que pode vir para o Brasil, dar o sangue em campo e disputar como se fosse o jogo da vida. O Brasil enfrentou adversários apontados como mais fracos, como Honduras e Coreia do Sul, e tem que tomar muito cuidado com o México. Eles têm jogadores fortes, rápidos e podem surpreender – falou Bebeto.
Companheiro do ex-atacante na prata de 88 e também na conquista do tetracampeonato mundial de 1994, Mazinho é outro confiante no ouro.
- A Seleção é muito boa individualmente, o Brasil está acima de todos os outros times. É um grupo muito unido e tem de continuar jogando com as mesmas características. Não pode mudar porque é a final. É uma oportunidade única depois de tantos anos atrás dessa medalha. Chegou a hora – declarou o ex-jogador.
Com Romário e Bebeto, seleção olímpica de 1988 perdeu da União Soviética (Foto: Divulgação / CBF)
AS GERAÇÕES DE PRATA | |
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1984 | 1988 |
Gilmar Rinaldi Luis Henrique Ronaldo Pinga Mauro Galvão Ademir André Luiz Paulo Santos Dunga Kita Gilmar Popoca Silvinho Luis Carlos Winck Davi Tonho Chicão Milton Cruz Técnico: Jair Picerni |
Taffarel Zé Carlos Jorginho Batista Ricardo Gomes Ademir Mazinho Valdo Geovani Edmar Careca Romário André Cruz Luis Carlos Winck Aloísio Milton Neto João Paulo Andrade Bebeto Técnico: Carlos Alberto Silva |
A terceira medalha de prata no futebol, aliás, já está garantida em caso de derrota. Algo que, segundo Gilmar Rinaldi, já aumenta o respeito em relação aos atletas brasileiros. Mas isso não basta para um país que tem cinco títulos mundiais e persegue há anos o tão sonhado ouro olímpico.
- Disputar as Olimpíadas é um sonho para todo atleta, ganhar uma medalha então... Eu lembro até hoje que quando já tínhamos garantido a prata, por chegar à final, os outros atletas já nos olhavam com mais respeito. Mas o Brasil precisa ter consciência de o que trabalho ainda não terminou – finalizou Rinaldi.
A partida que vale o ouro, entre Brasil e México, às 11h de sábado, em Wembley, terá transmissão ao vivo do SporTV e Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.
Romário em ação contra os soviéticos: Baixinho foi o artilheiro dos Jogos de 88 (Foto: Getty Images
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