Brasileiro sobra, derruba Anthony Ogogo duas vezes no último round e pode conquistar primeiro ouro da história do boxe em Olimpíadas
A torcida, então temida,
nem de longe assustou. Enquanto caminhava até o ringue, seguindo a
placa com a bandeira e sigla do Brasil, ouviu uma música que dava o tom
que ele queria: "Don't stop til you get enough" ("Não pare até você
conseguir o bastante"), de Michael Jackson.
Esquiva Falcão queria mais que o bronze. Só pensava em ter a chance de lutar pelo ouro. E vai disputá-lo, após derrotar o britânico Anthony Ogogo por 16 a 9 na semifinal do torneio peso-médio (até 75kg) das Olimpíadas de Londres 2012, nesta sexta-feira. É a primeira vez que um pugilista brasileiro chega a uma final olímpica.
- Estava contente com a medalha de bronze, mas queria ao menos a prata. Entrei para a história.
Esquiva, um dos 18 filhos de Touro Moreno, lenda do boxe, MMA e telecatch brasileiros, disputará o ouro inédito para o Brasil no sábado, às 17h45m (horário de Brasília), contra Ryota Murata, do Japão, segundo cabeça de chave do torneio e atual vice-campeão mundial.
Ainda nesta sexta, seu irmão Yamaguchi luta às 18h (de Brasília), contra o russo Egor Mekhontcev, nas semifinais da categoria meio-pesado (até 81kg).
Na véspera da luta, Esquiva falou com o pai, por telefone. Aos 75 anos e
ainda fazendo exibições de luta para aumentar o orçamento da família,
seu Adegard Câmara Florentino assiste a tudo em um telão, montado no
quintal de casa, em Vitória, no Espírito Santo.
- Ele falou para eu ficar esperto e tomar cuidado. Para ser ágil e usar minha mão esquerda.
Também conversou com o irmão, Yamaguchi, com quem divide quarto na vila olímpica.
- Falei para ele: a gente tem chance de sair daqui com a medalha de ouro.
De vermelho, Ogogo começou atacando, tomando o centro do ringue e golpeando, apoiado pela torcida britânica, que berrava e batia palmas. O capixaba se esquivava e foi para o clinche algumas vezes para esfriar o ânimo do adversário. Ogogo também forçava a luta agarrada e o brasileiro abria os braços para reclamar. Na segunda metade do primeiro round, Esquiva soltou mais o jogo, mas o britânico mostrava boa defesa. Ao final do assalto, empate em 3 a 3.
- Fiquei com receio de ele segurar muito o placar - contou Esquiva.
O técnico João Carlos Barros pediu para o brasileiro soltar o gancho
com a direita e o cruzado de esquerda. Ele escutou. Ogogo continuou no
centro, andando para frente, mas Esquiva mostrava boa movimentação,
saindo do raio de ação do rival, e deixava seus golpes. O britânico
enfim foi avisado pelo árbitro central para deixar a luta correr e parar
com os clinches. No minuto final, Esquiva acertou uma boa sequência, e
terminou o assalto pressionando. Um gancho entrou e Ogogo sentiu. O
capixaba fez 6 a 3 e abriu 9 a 6 no combate. A classificação à final
estava próxima.
A luta mal começou e Esquiva acertou um golpe de esquerda que levou Ogogo à lona. O árbitro abriu contagem protetora. Sentindo o bom momento, o capixaba partiu com tudo para cima e derrubou o adversário novamente. Outra contagem e o britânico passou a se defender mais. Na segunda metade, o combate pegou fogo. Esquiva queria a definição e Ogogo precisava correr atrás. O capixaba baixou a guarda e voltou a controlar a luta na movimentação. Com 11s, Ogogo se desequilibrou e quase caiu novamente. Ao soar do gongo, parecia claro que a vitória seria brasileira. O anúncio oficial foi feito poucos segundos depois: 7 a 3 no último assalto, 16 a 9 para Esquiva Falcão no total.
- É muita felicidade. No segundo round, eu botei três pontos acima, no terceiro round a plateia já estava toda do meu lado e a energia do Brasil veio toda comigo. Aquele golpe (que derrubou o britânico) surgiu da energia dos brasileiros todos. Eu sabia desde o início que aqui eles estavam gritando por ele, mas tinha muito mais gente no Brasil na minha torcida - afirmou o capixaba, em entrevista ao SporTV.
O finalista lembrou da promessa feita ao pai de que traria uma medalha,
e avisou que ela seria de ouro. Imaginou o velho Adegar Falcão, o Touro
Moreno, e sua mãe pulando "igual pipoca na panela". No Brasil, Adegar
não continha as lágrimas ao comentar seu orgulho.
- Eu já estou muito feliz com essa vitória. Com o bronze, eu já estava feliz demais. Esse menino é especial, foi Deus que mandou para mim. Acredito no ouro do meu filho - disse ao SporTV.
Esquiva falou ao telefone com Servílio de Oliveira, bronze na Cidade do México,em 1968, até então última medalha brasileira no boxe. O jejum foi quebrado com Adriana Araújo, bronze.
- A medalha não é só minha, é de todos nós. Se não fosse ele, não teríamos história.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2012/08/esquiva-falcao-se-classifica-final-inedita-no-peso-medio-do-boxe.html
Esquiva Falcão queria mais que o bronze. Só pensava em ter a chance de lutar pelo ouro. E vai disputá-lo, após derrotar o britânico Anthony Ogogo por 16 a 9 na semifinal do torneio peso-médio (até 75kg) das Olimpíadas de Londres 2012, nesta sexta-feira. É a primeira vez que um pugilista brasileiro chega a uma final olímpica.
- Estava contente com a medalha de bronze, mas queria ao menos a prata. Entrei para a história.
Esquiva, um dos 18 filhos de Touro Moreno, lenda do boxe, MMA e telecatch brasileiros, disputará o ouro inédito para o Brasil no sábado, às 17h45m (horário de Brasília), contra Ryota Murata, do Japão, segundo cabeça de chave do torneio e atual vice-campeão mundial.
Ainda nesta sexta, seu irmão Yamaguchi luta às 18h (de Brasília), contra o russo Egor Mekhontcev, nas semifinais da categoria meio-pesado (até 81kg).
Esquiva golpeia, enquanto Ogogo tomba à lona: brasileiro dominou a partir do segundo round (Foto: Reuters)
- Ele falou para eu ficar esperto e tomar cuidado. Para ser ágil e usar minha mão esquerda.
Também conversou com o irmão, Yamaguchi, com quem divide quarto na vila olímpica.
- Falei para ele: a gente tem chance de sair daqui com a medalha de ouro.
De vermelho, Ogogo começou atacando, tomando o centro do ringue e golpeando, apoiado pela torcida britânica, que berrava e batia palmas. O capixaba se esquivava e foi para o clinche algumas vezes para esfriar o ânimo do adversário. Ogogo também forçava a luta agarrada e o brasileiro abria os braços para reclamar. Na segunda metade do primeiro round, Esquiva soltou mais o jogo, mas o britânico mostrava boa defesa. Ao final do assalto, empate em 3 a 3.
- Fiquei com receio de ele segurar muito o placar - contou Esquiva.
Esquiva Falcão faz o sinal do 'T', em homenagem
ao pai, Touro Moreno (Foto: Agência Reuters)
ao pai, Touro Moreno (Foto: Agência Reuters)
A luta mal começou e Esquiva acertou um golpe de esquerda que levou Ogogo à lona. O árbitro abriu contagem protetora. Sentindo o bom momento, o capixaba partiu com tudo para cima e derrubou o adversário novamente. Outra contagem e o britânico passou a se defender mais. Na segunda metade, o combate pegou fogo. Esquiva queria a definição e Ogogo precisava correr atrás. O capixaba baixou a guarda e voltou a controlar a luta na movimentação. Com 11s, Ogogo se desequilibrou e quase caiu novamente. Ao soar do gongo, parecia claro que a vitória seria brasileira. O anúncio oficial foi feito poucos segundos depois: 7 a 3 no último assalto, 16 a 9 para Esquiva Falcão no total.
- É muita felicidade. No segundo round, eu botei três pontos acima, no terceiro round a plateia já estava toda do meu lado e a energia do Brasil veio toda comigo. Aquele golpe (que derrubou o britânico) surgiu da energia dos brasileiros todos. Eu sabia desde o início que aqui eles estavam gritando por ele, mas tinha muito mais gente no Brasil na minha torcida - afirmou o capixaba, em entrevista ao SporTV.
Ogogo se levanta após um dos knockdowns de Esquiva, enquanto o árbitro abre contagem (Foto: Reuters)
- Eu já estou muito feliz com essa vitória. Com o bronze, eu já estava feliz demais. Esse menino é especial, foi Deus que mandou para mim. Acredito no ouro do meu filho - disse ao SporTV.
Esquiva falou ao telefone com Servílio de Oliveira, bronze na Cidade do México,em 1968, até então última medalha brasileira no boxe. O jejum foi quebrado com Adriana Araújo, bronze.
- A medalha não é só minha, é de todos nós. Se não fosse ele, não teríamos história.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2012/08/esquiva-falcao-se-classifica-final-inedita-no-peso-medio-do-boxe.html
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