sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Em cenário de tirar o fôlego, heróis olímpicos 'invadem' coração londrino


Com Big Ben como moldura e parlamento como telão, filme com a história dos Jogos rouba a cena na região mais nobre da cidade

Por Cahê Mota Direto de Londres

O cenário é de tirar o fôlego, os personagens são inspiradores e a ideia, genial. Se a construção do Parque Olímpico em Stratford, na Zona Leste, praticamente tirou do mapa dos Jogos a região mais nobre de Londres, a organização deu seu jeito e levou as Olimpíadas para o coração da cidade em grande estilo. Com o Big Ben como moldura e o parlamento como telão, um filme sobre a história da competição, contada através de fotos, tem mobilizado turistas e britânicos diariamente à beira do Rio Tâmisa, na região de Westminster.

Basta o sol se pôr para que ídolos atuais, como Michael Phelps e Usain Bolt, se misturem a lendas do nível de Jesse Owens e Carl Lewis na mais nova atração turística de Londres. Todos os dias, por volta das 21h (horário local), imagens gigantescas têm sido reproduzidas na fachada do parlamento, monopolizando as atenções e ofuscando até mesmo a sempre badalada London Eye, que fica bem ao ladinho. Com trilha sonora sob medida, a história das Olimpíadas de 1908 e 1948, também disputadas na cidade, é contada juntamente com homenagens a heróis olímpicos de todos os tempos e aos principais ídolos britânicos em filme de 14 minutos repetido ininterruptamente.


cidade iluminação londres 2012 olimpadas (Foto: Thiago Lavinas/Globoesporte.com)Imagem de Michael Phelps aparece no parlamento britânico (Foto: Thiago Lavinas/Globoesporte.com)


Além de impressionar e cativar, a ação tem surpreendido os milhares de turistas que visitam a região e, de repente, dão de cara com Usain Bolt vibrando de braços abertos na mais famosa das construções britânicas. A pausa para fotos é inevitável, assim como o olhar fixo durante uma viagem de poucos minutos pela história da competição mais importante do esporte. De quebra, o reflexo das imagens no Tâmisa e o Big Ben ao fundo ajudam a tornar marcante a experiência e aflorar o espírito olímpico.

- Isso é fantástico, incrível. Não sabíamos e fomos surpreendidos. É uma experiência especial, não dá para descrever. Viemos para ver a (London) Eye e tivemos essa surpresa. Descemos para cá (a beira do Tâmisa) na hora – celebrou a inglesa Leslie Jenkinson.

Ao lado de Leslie, o marido Ian Scott exibia orgulhoso duas bandeiras da Grã-Bretanha. Depois de enumerar as imagens que mais o marcaram, ele levantou a bola para que a iniciativa seja repetida no Brasil em 2016.

- Estão todos os ídolos britânicos. Seb Coe, Rebecca Adlington, Steve Redgrave... A presença deles foi ainda mais especial, nos deixou orgulhosos. Quem sabe vocês não conseguem fazer o mesmo no Rio? Seria sensacional.

Roteiro simples e cativante

Com uma boa ideia na cabeça e um cenário propício, a organização dos Jogos usou uma estratégia simples para colocar em prática a ação. Da margem oposta do Tâmisa, canhões aproveitam a noite para reproduzirem na parede do parlamento fotos marcantes da história olímpica. A trilha sonora dá o toque emocionante ao material de 14 minutos, com uma mistura de músicas instrumentais suaves com arrepiantes narrações originais das vitórias.


cidade iluminação londres 2012 olimpadas (Foto: Thiago Lavinas/Globoesporte.com)Campeões do Team GB são apresentados nas imagens (Foto: Thiago Lavinas/Globoesporte.com)

O roteiro também é simples. Com a tradicional frase do Barão de Coubertin, que diz que mais importante que vencer é participar, é dada a largada para uma viagem no tempo. Em ordem cronológica, os Jogos de 1908 e 1948 são relembrados com imagens e áudios originais da época. Em seguida, gigantescos anéis olímpicos enfeitam o local e dão a deixa para o início de uma galeria de atletas eternizados ao longo dos anos.

O primeiro a aparecer é o americano Carl Lewis, dono de 10 medalhas, nove de ouro, entre Los Angeles 1984 e Atlanta 1996. Jesse Owens surge em seguida, com toda grandeza de quem ignorou o poder nazista de Hitler para ser o maior nome de Berlim 1936, com quatro ouros no atletismo. A lista continua com os tenistas Steffi Graff e Roger Federer, a australiana Cathy Freeman, o Dream Team de basquete dos EUA em Barcelona 1992, todo o carisma de Usain Bolt, entre outros. Até que é encerrada com um “abraço” gigantesco de Michael Phelps, o maior campeão olímpico de todos os tempos, mostrando toda sua envergadura no nado borboleta.
Por fim, um espaço é reservado para a festa dos donos da casa e que começa com o termo que virou febre nas Olimpíadas: “Team GB”. Entre aplausos e gritos, os campeões locais são apresentados ao som de narrações vibrantes. No “pódio” do coração dos britânicos, um trio é insuperável: Sebastian Coe, bicampeão olímpico nos 1.500m e presidente do comitê organizador dos Jogos de 2012; Steve Redgrave, remador com cinco ouros em cinco Olimpíadas consecutivas, currículo que o garantiu o título real de “Sir”, além da honra de ser o último atleta a conduzir a tocha na cerimônia de abertura; e o também “Sir” Chris Hoy, ciclista com seis medalhas douradas nas últimas três Olimpíadas e porta-bandeira britânico na edição atual.

No ato final, uma enorme bandeira da Grã-Bretanha toma conta do local até o aviso: “Continua...”. E tudo começa novamente até o amanhecer.

FONTE;
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2012/08/em-cenario-de-tirar-o-folego-herois-olimpicos-invadem-coracao-londrino.html

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