Experiente nadador de 35 anos repete colocação da semifinal e conquista primeira medalha para o Brasil na natação em Kazan. Bicampeão da prova fica fora do pódio
A medalha de ouro era visível na cabeça de Nicholas Santos até a última braçada da final dos 50m borboleta do Mundial de Kazan, quando um enorme vulto o fez lembrar que havia um gigante logo ali na raia ao lado. Era o francês Florent Manaudou. Chamado de "Avatar" pelo brasileiro, o atual campeão olímpico dos 50m livre não tem dado brecha para nenhum mero mortal. Nesta segunda-feira, não foi diferente. Levou a medalha dourada e deixou a prateada para o experiente rival de 35 anos, que havia batido na trave com o quarto lugar em Barcelona 2013. Com ela, o Brasil conquistou o seu primeiro pódio na natação no torneio russo e Nicholas o seu primeiro em Mundiais em piscina longa. O húngaro Laszlo Cseh e o polonês Konrad Czerniak empataram na terceira colocação e ficaram com o bronze. Campeão da prova nos últimos dois Mundiais, Cesar Cielo, que vem sofrendo com um desconforto no ombro, melhorou o tempo da semifinal, mas terminou apenas na sexta colocação.
Com o mesmo tempo de reação de Manaudou na largada, Nicholas brigou pela liderança, mas no fim, a marca de 23s09 - quatro centésimos acima da feita por ele na semi - não foi suficiente para desbancar o francês, que bateu em primeiro com 22s97.
- Fico feliz com a prata, foi a primeira medalha do Brasil. Eu queria ter nadado para 22s, cumpri todo o meu ritual, fui me raspando (nos últimos dias), coloquei bermuda nova... Na última braçada, olhei para o Manaudou e ele parecia um "Avatar": muito alto. Não tem como brigar - brincou Nicholas.
Florent Manadou e Nicholas Santos ouro e prata
50m borboleta Mundial de Kazan
(Foto: Michael Dalder/Reuters)
Cesar Cielo final 50m borboleta Mundial de Kazan (Foto: Matthias Hangst/Getty Images)
Apesar de concorrentes na prova, Nicholas fez questão de apoiar o compatriota na saída da piscina. O agora vice-campeão mundial ressaltou os feitos de Cielo, e desejou que o maior atleta da história da natação brasileira se recupere a tempo de conseguir buscar o tetracampeonato mundial nos 50m livre - as eliminatórias da prova estão marcadas para sexta-feira.
- O Cesar tenha puxado muito a natação brasileira, foi o primeiro nadador a conseguir o ouro na Olimpíada. Eu fico um pouco chateado de ele não ter conseguido nadar bem também os 50m (borboleta). Mas é um cara que tem que ser respeitado por todo o legado que ele deixou para para a natação brasileira, e a gente pegou uma carona. Foi um momento que a natação subiu muito, por conta dele. Então acho que ele tem que levantar a cabeça e entrar bem no 50m livre também - afirmou Nicholas.
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Há mais de um mês, antes da disputa do Aberto da França, Cesar Cielo
começou a sentir dor no ombro esquerdo. Segundo o médico da Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos (CBDA), Gustavo Magliocca, o nadador tem uma inflamação no
tendão supra-espinhal. A lesão, considerada comum em atletas da modalidade,
está sendo tratada com fisioterapia.
Todas as finais e semifinais da competição, que acontecem até domingo, têm transmissão ao vivo do SporTV, sempre a partir das 11h30 (horário de Brasília). Os assinantes do canal também podem assistir pela internet, no SporTV Play, e o SporTV.com acompanha tudo em Tempo Real.
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Nicholas
Santos, com a prata nos 50m borboleta
do Mundial, ao lado do campeão
Florence
Manaudou e de outros atletas no pódio
(Foto: Sátiro
Sodré/SSPress)
Etiene bate na trave fica fora da final dos 100m costas
Também nesta segunda-feira, Etiene Medeiros esteve perto de sua primeira final nos 100m costas em Mundiais. Após passar pela eliminatória com o 10º tempo mais cedo, a brasileira conseguiu melhorar a marca na semi, nadou na casa dos 49s, mas perdeu a classificação por 26 centésimos. Com 59s97, a Etiene ficou com a 9ª colocação, atrás da britânica Lauren Alice Quigley, oitava colocada com 59s71. O primeiro tempo ficou com a australiana Emily Seebohm (58s56).
Também nesta segunda-feira, Etiene Medeiros esteve perto de sua primeira final nos 100m costas em Mundiais. Após passar pela eliminatória com o 10º tempo mais cedo, a brasileira conseguiu melhorar a marca na semi, nadou na casa dos 49s, mas perdeu a classificação por 26 centésimos. Com 59s97, a Etiene ficou com a 9ª colocação, atrás da britânica Lauren Alice Quigley, oitava colocada com 59s71. O primeiro tempo ficou com a australiana Emily Seebohm (58s56).
Etiene Medeiros lamenta não ir à final dos 100m costas feminino do Mundial de Kazan na Rússia (Foto: Sátiro Sodré/SSPress)
-
Estou muito feliz, mas ao mesmo tempo estou muito... Sabe, aquele
quarto lugar em uma Olimpíada, um Mundial. Estou até vendo o resultado
ali, mas, assim. Natação é assim, por centésimo, milésimo, a gente fica
dentro ou a gente está fora. Meu objetivo na competição era conseguir
vaga nas três provas (além dos 100m costas, nada ainda os 50m costas e
os 50m livre). Por pouco eu não consigo a primeira. Mas a prova foi mais
forte do que pensamos. Mas faz parte e consegui atingir de novo os 59s -
avaliou Etiene.
Outro brasileiro que não conseguiu
ficar entre os oito finalistas foi Guilherme Guido. Também nos 100m
costas, o brasileiro piorou em 31 centésimos o tempo da eliminatória,
onde tinha sido o 6º melhor, e terminou a semi apenas na 14ª colocação,
com 53s88. O líder foi outro australiano, Mitchell Larkin, com 52s38.
- Aumentei o tempo da manhã. Estava me sentindo melhor, mas errei duas coisas, a saída e a virada. E para estar em uma final de Mundial, a prova tem que ser perfeita, o que eu não consegui fazer hoje - lamentou Guido, que disputa ainda os 50m costas, no sábado.
- Aumentei o tempo da manhã. Estava me sentindo melhor, mas errei duas coisas, a saída e a virada. E para estar em uma final de Mundial, a prova tem que ser perfeita, o que eu não consegui fazer hoje - lamentou Guido, que disputa ainda os 50m costas, no sábado.
Guilherme Guido natação Mundial de esportes
aquáticos Kazan Rússia (Foto: Sátiro
Sodré/SSPress)
João
de Lucca, que entrou na semifinal dos 200m livre com o 14º tempo das
eliminatórias, também não conseguiu avançar. Com 1m48s23, terminou na
última colocação entre os 16 que brigavam por vaga na final. O melhor
tempo da prova ficou com o americano Ryan Lochte (1m45s36).
"Iron Lady" e sueca quebram recordes mundiais
A tarde de competições em Kazan também foi marcada pela quebra de mais dois recordes mundiais femininos. Inscrita em sete provas individuais, a húngara Katinka Hosszú levou seu primeiro ouro em Kazan, nos 200m medley, com o tempo de 2m06s12. "Iron Lady", como gosta de ser chamada, ainda derrubou o recorde que durava desde 2009, quando a americana Ariana Kukors nadou para 2m06s15, ainda na era dos trajes tecnológicos. O pódio da prova foi completado pela japonesa Kanako Watanabe, prata (2m08s45), seguida da britânica Siobhan Marie O'Connor, bronze (2m08s77).
Já a sueca Sarah Sjostrom levou o título dos 100m borboleta e quebrou o recorde mundial pelo segundo dia consecutivo. No domingo, na semifinal da prova, ela já havia estabelecido a nova marca com 55s74. Na decisão, foi 10 centésimos mais rápida: 55s64. A medalha de prata foi a dinamarquesa Jeanette Ottesen (57s05), e o bronze ficou com a chinesa Lu Ying (57s48).
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Já a sueca Sarah Sjostrom levou o título dos 100m borboleta e quebrou o recorde mundial pelo segundo dia consecutivo. No domingo, na semifinal da prova, ela já havia estabelecido a nova marca com 55s74. Na decisão, foi 10 centésimos mais rápida: 55s64. A medalha de prata foi a dinamarquesa Jeanette Ottesen (57s05), e o bronze ficou com a chinesa Lu Ying (57s48).
Katinka Hosszú após ver seu tempo, novo
recorde mundial (Foto: Matthias Hangst
/ Getty Images)
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